Aspectos epidemiológicos da Leishmaniose Visceral no estado de Alagoas no período de 2010 a 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Mousinho, Aline de Araújo Marques
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Santos, Tatiane da Silva, de Lima, Raniella Ramos, do Nascimento, Elinadja Targino
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/58965
Resumo:  A Leishmaniose Visceral (LV) é considerada primordialmente como uma zoonose, devido ao acometimento tanto animal; uma vez que seres humanos passam a compor o ciclo do parasita, a transforma em uma antropozoonose. A intensa proliferação urbana, decorrente dos processos migratórios, as distorções na distribuição de renda, a ocorrência de expansão de regiões urbanas para áreas endêmicas devido ao esvaziamento rural e mudanças climáticas como secas periódicas, permitem que o ambiente seja propenso a ocorrência de LV. Metodologia: Estudo retrospectivo, descritivo com abordagem quantitativa, com fonte de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), com registros dos pacientes com diagnóstico clínico de LV, registrados de 2010 a 2020 no Estado de Alagoas. Resultados: Na série histórica de casos confirmados de LV houve um total de 487 casos, com maior prevalência no ano de 2018 - cerca de 95 casos (19,5%); na faixa etária de > 1ano até 9 anos houve 210 casos (43,12%), em que 113 (23,2%) crianças do sexo masculino e 97 (19,9%) do sexo feminino; 292 (59,9%) de pacientes obtiveram cura no tratamento terapêutico; 122 casos (25,05%) não foram notificados corretamente no Sinan, estabelecendo a evolução como “ignorado” ou “em branco”; com coinfecção por HIV somou-se 146 casos (29,9%). Conclusão: O estudo permitiu concluir que as notificações de LV no estado de Alagoas encontram-se discrepantes em relação a outros estados com semelhante situação socioeconômica, o que provavelmente pode relacionar-se a subnotificações. Além disso, de acordo com as notificações registradas, há um número considerável de registros “em branco” ou “ignorado”, o que dificulta o entendimento sobre a evolução do caso. Observou-se também que apenas aproximadamente 60% dos casos evoluíram para cura, o que evidencia provável manejo inadequado - por ser uma doença com bom prognóstico, caso haja diagnóstico precoce. Evidenciou-se baixa letalidade (8%). Assim, concluiu-se que não há relação substancial entre um estado com extrema pobreza e a baixa incidência de LV, o que pode relacionar-se à ausências de notificações, uma vem que a LV é uma das principais doenças endêmicas da região nordeste.  
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