Variação das taxas de cesariana no Piauí durante o período de 2015-2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Andressa Ferreira de Oliveira
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: da Fonseca, Camila Carvalho, Eigenheer, Laura de Vasconcelos, da Costa, André Luiz Eigenheer, Costa, Iuli Zambia Matos e Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Brazilian Journal of Health Review
Texto Completo: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64434
Resumo: Atualmente o parto tem sido caracterizado como fenômeno que requer inúmeras intervenções médicas que menosprezam o protagonismo da mulher e esta por sua vez, é tendenciada pela cultura medicalicista e se vê tomada pelo medo deste evento desconhecido e mistificado. O que ocasiona muitas vezes que a mulher não escolha como irá ser seu parto deixando essa responsabilidade para a equipe do estabelecimento de saúde. O presente estudo tem como objetivo analisar a tendência da proporção de partos cesáreos e fatores associados no estado do Piauí no período de 2015-2020 segundo dados disponíveis no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, utilizando dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), disponíveis no site do Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e gerenciados pelo Ministério da Saúde. Para realização deste estudo, foi selecionado o período de tempo de 2015-2020. Com relação a distribuição do número de partos por cesárea foi visto que com passar dos anos ocorreu um aumento progressivo no número de nascimentos por cesárea com um total de 159.695 partos que representou 55,6% do total de nascimentos sendo o ano de 2020 com a maior quantidade de partos por cesariana em relação ao número de nascimentos (n=26498; 58,60%). Existe uma dualidade no atual modelo de assistência ao parto no Brasil. O setor público, de um lado, é marcado pela maior frequência de partos vaginais, geralmente com pequeno controle da dor e mais intervenções desnecessárias. De outro lado, o setor privado exibe as cesáreas como o tipo de parto quase universal, com procedimentos convenientemente agendados, mais rápidos, defendidos como mais seguros que os partos vaginais. Se considerarmos que a cesárea é um procedimento essencial na assistência obstétrica, capaz de salvar a vida das gestantes e dos fetos quando indicada adequadamente, o debate sobre a igualdade de acesso à assistência ao parto deve ser centrado na oferta da cesárea para as mulheres que dela necessitarem.
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