A verossimilhança é muita vez toda verdade : uma análise do fantástico em "uma visita de Alcibíades"
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/20.500.12733/14670 |
Resumo: | Resumo: No início dos anos 1880, a ficção de Machado de Assis encena uma mistura entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, quer seja pela presença de narrador e autor defuntos, quer pela criação de personagens outrora mortos. Tais procedimentos têm sido entendidos como: um vínculo com a tradição menipeia do diálogo dos mortos; uma forma de afronta ao leitor; o desdobramento do eu em autoconsciência analítica; a galhofa às teorias e ideias da época como o espiritismo, entre outros pontos de vista interpretativos e analíticos. Neste artigo, propõe-se que o insólito encontro entre um desembargador no Rio de Janeiro do Império e o belo homem grego, morto em 404 a.C., pode ser lido como um procedimento retórico que cria a paródia dos discursos aceitos como plausíveis naquela sociedade em que o conto foi publicado. Ao mesmo tempo, a narrativa em si, a carta que descreve um encontro insólito, une a pragmática de um desembargador ao aparentemente inexplicável, que se utiliza do modo fantástico para a solução de um problema intrincado: a presença de um corpo morto em um quarto de vestir |
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A verossimilhança é muita vez toda verdade : uma análise do fantástico em "uma visita de Alcibíades"Verisimilitude is often all truth : an analysis of the fantastic in "a visit from Alcibiades"Assis, Machado de, 1839-1908Homossexualidade na literaturaNarrativa (Retórica)Ficção fantástica brasileiraFantastic's rhetoricFantastic fiction, BrazilianHomosexuality in literatureArtigo originalResumo: No início dos anos 1880, a ficção de Machado de Assis encena uma mistura entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, quer seja pela presença de narrador e autor defuntos, quer pela criação de personagens outrora mortos. Tais procedimentos têm sido entendidos como: um vínculo com a tradição menipeia do diálogo dos mortos; uma forma de afronta ao leitor; o desdobramento do eu em autoconsciência analítica; a galhofa às teorias e ideias da época como o espiritismo, entre outros pontos de vista interpretativos e analíticos. Neste artigo, propõe-se que o insólito encontro entre um desembargador no Rio de Janeiro do Império e o belo homem grego, morto em 404 a.C., pode ser lido como um procedimento retórico que cria a paródia dos discursos aceitos como plausíveis naquela sociedade em que o conto foi publicado. Ao mesmo tempo, a narrativa em si, a carta que descreve um encontro insólito, une a pragmática de um desembargador ao aparentemente inexplicável, que se utiliza do modo fantástico para a solução de um problema intrincado: a presença de um corpo morto em um quarto de vestirAbstract: In the early 1880s, Machado de Assis' fiction operates a mixture between the world of the living and the underworld, whether through the presence of a deceased narrator and author or through the creation of once-dead characters. Such procedures have been understood as: a link to the Menippean tradition of the dialogue of the dead; a form of affront to the reader; the unfolding of the self into analytical self-consciousness; the mockery of the theories and ideas of the time such as spiritism, among other interpretative and analytical points of view. In this paper, it is proposed that the unusual encounter between a judge in the Empire's Rio de Janeiro and the beautiful Greek man, killed in 404 BC, can be read as a rhetorical procedure that creates a parody of the discourses accepted as plausible in that society in which the tale was published. At the same time, the narrative itself, the letter describing an unusual encounter, unites the pragmatics of a judge with the seemingly inexplicable, which uses the fantastic mode for the solution of an intricate problem: the presence of a dead body in a dressing roomCONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO - CNPQAbertoUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINASGranja, Lucia, 1968-Rodrigues, Everaldo, 1990-2023info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/20.500.12733/14670GRANJA, Lucia; RODRIGUES, Everaldo. A verossimilhança é muita vez toda verdade: uma análise do fantástico em "uma visita de Alcibíades". Machado de Assis em linha: revista eletrônica de estudos machadianos. São Paulo, SP. v. 16, n. art. e270573, p. 1-16, 2023. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/14670. Acesso em: 7 mai. 2024.https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1341735porreponame:Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicampinstname:Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)instacron:UNICAMPinfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-01-11T15:51:10Zoai:https://www.repositorio.unicamp.br/:1341735Repositório InstitucionalPUBhttp://repositorio.unicamp.br/oai/requestreposip@unicamp.bropendoar:2024-01-11T15:51:10Repositório da Produção Científica e Intelectual da Unicamp - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)false |
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Resumo: No início dos anos 1880, a ficção de Machado de Assis encena uma mistura entre o mundo dos vivos e o mundo dos mortos, quer seja pela presença de narrador e autor defuntos, quer pela criação de personagens outrora mortos. Tais procedimentos têm sido entendidos como: um vínculo com a tradição menipeia do diálogo dos mortos; uma forma de afronta ao leitor; o desdobramento do eu em autoconsciência analítica; a galhofa às teorias e ideias da época como o espiritismo, entre outros pontos de vista interpretativos e analíticos. Neste artigo, propõe-se que o insólito encontro entre um desembargador no Rio de Janeiro do Império e o belo homem grego, morto em 404 a.C., pode ser lido como um procedimento retórico que cria a paródia dos discursos aceitos como plausíveis naquela sociedade em que o conto foi publicado. Ao mesmo tempo, a narrativa em si, a carta que descreve um encontro insólito, une a pragmática de um desembargador ao aparentemente inexplicável, que se utiliza do modo fantástico para a solução de um problema intrincado: a presença de um corpo morto em um quarto de vestir |
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