Caracterização da voz do indivíduo portador de obesidade mórbida

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cunha,Maria Gabriela Bernardo da
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Passerotti,Gustavo Haruo, Weber,Raimar, Zilberstein,Bruno
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202009000200003
Resumo: RACIONAL: A obesidade é doença crônica e grave com crescimento alarmante em todo o mundo e de interesse na saúde pública. Existe alteração no comportamento vocal destes pacientes e ele é pouco estudado. OBJETIVO: Caracterizar prospectivamente a voz de indivíduos portadores de obesidade mórbida comparando-a com a de não obesos. MÉTODOS: Estudo prospectivo de 45 indivíduos adultos voluntários, 14 homens e 31 mulheres com idade média de 43 anos variando de 20 a 63 anos. Todos apresentavam IMC acima de 35 Kg/m2 constituindo o grupo em estudo (GO) Para cada indivíduo do GO foi selecionado também um indivíduo adulto voluntário, proveniente da população geral do ambulatório de otorrinolaringologia com IMC abaixo de 30 Kg/m2, constituindo o grupo controle (GN). Os critérios de exclusão foram diagnóstico de lesões neoplásicas malignas em cabeça e pescoço ou operações prévias da região orofaríngea. Fooram submetidos a exame laringológico e à gravação da voz. Também submeteram-se à avaliação subjetiva perceptivo-auditiva da qualidade vocal, através da escala GIRBAS e a aspereza, o estrangulamento no final das. A análise acústica foi realizada objetivamente utilizando os softwares Vox Metria versão 4.0.47 e PRAAT, fornecendo a frequência fundamenta, jitter, shimmer, ruído e tempo máximo fonatório. RESULTADOS: Observou-se que os grupos foram homogêneos em relação ao sexo, idade, tabagismo e altura, mas significativamente diferentes em relação ao peso e IMC (P<0,001). Os achados laringoscópicos em ambos os grupos mostraram que 26,7% dos obesos tinham laringoscopia alterada contra 13,3% dos não obesos. Sinais laríngeos sugestivos de RLF foram significativos para o GO (P<0,042). A análise perceptivo-auditiva revelou que o grau da disfonia, a instabilidade, a rouquidão, a soprosidade, a astenia, a tensão e a aspereza tiveram alterações altamente significantes para o GO (P=0,001 ou 002). O estrangulamento ao final das emissões, bem como a ressonância da produção vocal foi significante (P=0,001) comprometendo o GO. Na análise acústica notou-se que o jitter, shimmer, ruído e o tempo máximo fonatório apresentaram significância alta comprometendo o GO. CONCLUSÃO: A voz do indivíduo portador de obesidade mórbida apresenta alterações significantes quanto às características vocais em relação aos indivíduos não obesos, caracterizando a voz do obeso como rouca, soprosa, instável, estrangulada e com tempos máximos fonatórios reduzidos.
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