Acompanhamento psicológico tardio em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marchesini,Simone Dallegrave
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202010000200010
Resumo: RACIONAL: O ser humano não se constitui só; existe sempre em relação aos seus pares e ao meio-ambiente. Toda mudança corresponde a uma reação social e a uma resposta emitida em forma de comportamento. OBJETIVO: Avaliar as condições pós-operatórias mediatas e tardias de pacientes bariátricos em contexto global e compreender sua psicologia. MÉTODO: Foram enviados questionários contendo 26 quesitos abrangendo motivação, aderência ao tratamento, mudanças de comportamento, alterações de humor, alcance das expectativas entre outros. RESULTADOS: A maioria dos pacientes bariátricos sente-se preparada para a cirurgia bariátrica na primeira entrevista psicológica, mas não conhece o método ao qual será submetida. Grande parte não tem tratamento para o aspecto psicológico/psiquiátrico que acompanha a doença e não muda o estilo de vida após a operação. A adesão às recomendações nutricionais é parcial e ocorrem alterações emocionais ligadas às deficiências dessa ordem. Em comparação com a satisfação em perder peso a recuperação de peso é considerada pequena. Quase todos os entrevistados fariam a operação novamente e metade vê necessidade de grupos de apoio. Observou-se que os pacientes desejam a operação, mas não percebem a necessidade de maior preparação para o procedimento e não conseguem mudar padrões de comportamento necessários para o sucesso em longo prazo, pois abandonam o tratamento. CONCLUSÃO: Pode-se inferir que as motivações que levam os indivíduos a procurar a cirurgia bariátrica são calcadas nos retornos sociais, nos padrões estéticos e no desejo psicológico de mudança de vida. Uma vez concretizada a mudança de vida, a motivação se acaba, mas não garante a satisfação existencial. Também é possível inferir que o preparo para o atendimento de cônjuges e familiares reclama um espaço na formação de profissionais da área do tratamento cirúrgico da obesidade, para que a prevenção às recaídas possa ser foco terapêutico.
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