Existem benefícios com a cirurgia retardada após radioterapia e quimioterapia neoadjuvante no câncer de reto localmente avançado?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fang,Chia Bin
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Gomes,Caroline Merci Caliari de Neves, Formiga,Fernanda Bellotti, Fonseca,Vanessa Antunes, Carvalho,Marineide Prudencio, Klug,Wilmar Artur
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-67202013000100007
Resumo: RACIONAL: Tratamento neoadjuvante com radioterapia e quimioterapia é o esquema preferencial para câncer de reto localmente avançado, tendo por objetivo aumentar a ressecabilidade e diminuir a recidiva local. OBJETIVO: Avaliar os benefícios da operação tardia após radioterapia e quimioterapia neoadjuvante em câncer de reto localmente avançado quanto à resposta da regressão tumoral, sobrevida e efeitos adversos. MÉTODOS: Foram tratados consecutivamente 106 pacientes, portadores de adenocarcinoma do reto localmente avançado no período pré-operatório com radioterapia na dose de 50,4 Gy (28 frações) e quimioterapia com 5-fluoracil e leucovorin. A operação foi programada entre cinco e seis semanas. Pacientes que retornaram após seis semanas por motivos diversos foram agrupados em grupo de operação tardia. Variáveis como diminuição do estádio, remissão tumoral completa, tempo cirúrgico, transfusão sanguínea, recidiva local, metástase e sobrevida foram correlacionadas com o restante dos pacientes a fim de verificar os seus benefícios. RESULTADOS: Remissão completa do tumor foi encontrada em 15 pacientes (T0=15/106 - 14,2%). Resposta parcial em 38 (34,9%); entretanto em um paciente a resposta foi pT0N2. O seguimento médio foi 35,6 semanas e 32,2 semanas para grupo de operação em seis semanas e grupo de cirurgia tardia. Não houve diferença entre os dois grupos quanto à diminuição de estádio, remissão tumoral completa, tempo cirúrgico, transfusão sanguínea e complicações cirúrgicas precoces. Embora a operação tardia não apresentasse diferença significante quanto à recidiva local (p=0,1468), ela mostrou tendência em menor risco de metástase à distância (p=0,0520). CONCLUSÃO: Operação tardia após tratamento neoadjuvante não oferece benefícios evidentes em termos de remissão completa ou diminuição do estádio tumoral. Fatores moleculares preditivos devem ser investigados no futuro para melhor seleção de doentes que poderão beneficiar-se com o tratamento neoadjuvante.
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