Alterações oculares nos pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico em acompanhamento ambulatorial

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Klejnberg,Tatiana
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Moraes Junior,Haroldo Vieira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492006000200018
Resumo: OBJETIVO: Avaliar as alterações oftalmológicas encontradas em pacientes portadores de lúpus eritematoso sistêmico (LES), em acompanhamento ambulatorial. MÉTODOS: Foi realizado estudo descritivo transversal incluindo 70 pacientes com diagnóstico de LES baseado nos critérios do Colégio Americano de Reumatologia. Os pacientes foram analisados em relação ao sexo, idade, etnia, tempo de duração e presença da atividade da doença, uso de corticoesteróides e antimaláricos, presença de sintomas oftalmológicos e exame oftalmológico completo. RESULTADOS: 62 pacientes (88,6%) eram do sexo feminino, 43 pacientes (61,4%) de etnia branca. A idade média encontrada foi 43,9 anos e 57 pacientes (81,4%) apresentavam-se sem sinais de atividade da doença. Quarenta e seis pacientes (65,7%) apresentavam queixa oftalmológica. A síndrome do olho seco foi diagnosticada em 22 pacientes (31,4%), ao passo que catarata subcapsular posterior bilateral ocorreu em 15 pacientes (21,1%) e glaucoma em 2 pacientes (2,9%). No exame do fundo de olho, 8 pacientes (11,4%) apresentavam drusas coroidianas, 7 (10%) atrofia do epitélio pigmentário da retina macular, 2 (2,9%) escavação do disco óptico patológica, 2 (2,9%) tortuosidade vascular e cruzamentos patológicos, 1 (1,4%) cicatriz de coriorretinite macular e 1 (1,4%) seqüela de oclusão de ramo da veia central da retina. CONCLUSÃO: O LES é doença sistêmica que pode apresentar comprometimento oftalmológico, geralmente benigno em pacientes ambulatoriais. A síndrome do olho seco e a catarata foram as alterações oftalmológicas mais freqüentemente encontradas. Entretanto, a primeira parece estar mais relacionada ao LES em si, ao passo que a segunda possivelmente se relaciona ao uso crônico de corticoesteróides para o tratamento da doença. O uso de antimaláricos não é causa frequente de lesão oftalmológica, porém estudos mais específicos são necessários para avaliar o real impacto a longo prazo do uso destas medicações na qualidade visual dos pacientes. Nos pacientes com a doença sob controle, o dano oftalmógico parece estar estreitamente relacionado ao tratamento sistêmico utilizado, o que corrobora a importância da indicação de exame oftalmológico completo e de rotina mesmo nestes pacientes.
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