Condições de adaptação e venda de lentes de contato em óticas do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Kara José,Andrea Cotait
Data de Publicação: 2001
Outros Autores: Cunha,Kátia Gargiulo da, Malta,João Baptista Nigro Santiago, Gomes,Ana Carolina Marcelo, De Novelli,Fernando José
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Arquivos brasileiros de oftalmologia (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492001000500011
Resumo: Objetivo: Avaliar as condições de adaptação e venda de lentes de contato (LC) em óticas de quatro cidades do Estado de São Paulo, Brasil. Métodos: Realizou-se estudo por meio de respostas a um questionário aplicado por quatro estudantes de Medicina em óticas situadas em várias cidades do Estado de São Paulo. Foram obtidos dados sobre a necessidade da apresentação de receita médica para a compra das LC, os tipos de LC vendidas/adaptadas, o profissional que orienta a venda e/ou adaptação, os equipamentos usados no teste de tolerância, a conduta do cliente diante de complicações quando da adaptação da LC ou durante o uso, orientação quanto a possíveis sinais e sintomas de perigo, as doenças que contra-indiquem o uso e a higiene do usuário, as horas de uso e a possibilidade de pernoite. Resultados: Das 198 óticas pesquisadas, 121 (61,11%) vendem LC. Não foi necessária receita médica para a compra das lentes em 112 óticas (92,56%), sendo que nessas, a graduação era determinada pela medida dos óculos em 69 (61,61%) casos e por relato verbal em 28 (25,00%) casos. Quanto aos equipamentos, 102 (91,07%) óticas possuíam lensômetro; 41 (36,61%) possuíam ceratômetro e 14 (12,50%), lâmpada de fenda. Lentes descartáveis hidrofílicas foram encontradas para venda/adaptação em 66 (54,55%) óticas; lentes hidrofílicas de uso prolongado ou diário em 68 (56,20%) e lentes rígidas, em 54 (44,63%). Em 103 (85,12%) óticas, foram feitos testes de tolerância, sendo os responsáveis pelo atendimento e pela monitorização dos testes os profissionais autodenominados contatólogos em 78 (64,46%) dessas óticas, balconista em 20 (16,53%), óptico em 12 (9,92%) e oftalmologistas em 9 (7,44%). Quanto às complicações na adaptação, em 66 (54,55%) óticas, afirmou-se que elas só ocorreriam, se evidenciadas no teste de tolerância; em 35 (28,93%), aconselhou-se tratamento com oftalmologista e em 20 (16,53%), sugeriu-se o retorno à ótica para indicação de tratamento. Em apenas 15 (13,39%), o profissional orientou quanto à possível sintomatologia de perigo e em 13 (11,61%), preocupou-se com doenças que contra-indicassem o uso de LC. Em 105 (93,75%) óticas, a orientação foi insuficiente em relação à higiene com as LC, às horas de uso e à possibilidade de pernoite. Conclusão: Das 198 óticas pesquisadas, 61,11% vendem lentes de contato, sendo que em 92,56% não foram solicitadas receitas médicas; 14,88% não fizeram qualquer tipo de teste de tolerância e as óticas restantes (85,12%) fizeram testes normalmente insuficientes para detecção de alterações induzidas por LC. Não houve preocupação com contra-indicações, sinais e sintomas de perigo nem avaliação de possíveis complicações pela presença das LC e conduta em caso de sua ocorrência, além dos cuidados mínimos de higiene durante o teste de tolerância. O profissional responsável pela adaptação (autodenominado contatólogo, balconista, ótico; ou oftalmologista) não forneceu orientação adequada sobre o uso e, em muitos casos, não deu orientação em relação à higiene.
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