Entre a melancolia e o banzo: impactos psicossociais do racismo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Avelar, Joyce Juliana Dias de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do UniCEUB
Texto Completo: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/prefix/13910
Resumo: Escravizar exigia a desumanização máxima dos africanos que eram impelidos a assimilar a linguagem, a cultura, a religião e os ideais do dominador. Porém, nesse processo os escravizados não eram passivos e utilizaram inúmeras estratégias de recusa da animalidade e inferiorização que estavam sendo-lhes impostas. Assim, a resistência e rebeldia negra foram expressas por meio das revoltas, dos quilombos, dos crimes e por meio do suicídio. O suicídio do escravizado se dava principalmente por meio de uma enfermidade chamada Banzo que se caracterizava por uma tristeza profunda advinda do sentimento de nostalgia da África e da angústia diante do regime de opressão. A partir disso, interessa-nos pensar como o Brasil contemporâneo, por meio da opressão racial e do branqueamento, continua a produzir sofrimento psíquico na subjetividade do negro. Para tanto, utilizou-se a metodologia do “trabalho do conceito” a fim testar a aplicabilidade do conceito histórico de Banzo e do conceito psicanalítico de Melancolia a contextos sociopolíticos e psicológicos distintos daqueles nos quais eles foram construídos. Por meio da articulação teórica desses conceitos, buscou-se compreender como a subjetividade negra é perpassada pela violência do racismo e pelas representações sociais negativas relacionadas à negritude. Por fim, em oposição a Melancolia e ao Banzo, a expressão afetiva, o amor próprio e a ressignificação da história da população negra, podem ser caminhos potentes para emancipação social e (re)construção de narrativas saudáveis sobre si mesmo.
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O suicídio do escravizado se dava principalmente por meio de uma enfermidade chamada Banzo que se caracterizava por uma tristeza profunda advinda do sentimento de nostalgia da África e da angústia diante do regime de opressão. A partir disso, interessa-nos pensar como o Brasil contemporâneo, por meio da opressão racial e do branqueamento, continua a produzir sofrimento psíquico na subjetividade do negro. Para tanto, utilizou-se a metodologia do “trabalho do conceito” a fim testar a aplicabilidade do conceito histórico de Banzo e do conceito psicanalítico de Melancolia a contextos sociopolíticos e psicológicos distintos daqueles nos quais eles foram construídos. Por meio da articulação teórica desses conceitos, buscou-se compreender como a subjetividade negra é perpassada pela violência do racismo e pelas representações sociais negativas relacionadas à negritude. Por fim, em oposição a Melancolia e ao Banzo, a expressão afetiva, o amor próprio e a ressignificação da história da população negra, podem ser caminhos potentes para emancipação social e (re)construção de narrativas saudáveis sobre si mesmo.Submitted by Haia Cristina Rebouças de Almeida (haia.almeida@uniceub.br) on 2020-01-17T13:21:37Z No. of bitstreams: 1 21508591.pdf: 612012 bytes, checksum: 5e6b60be46e40c64c6138acfc5166e08 (MD5)Approved for entry into archive by Fernanda Weschenfelder (fernanda.weschenfelder@uniceub.br) on 2020-01-22T14:53:30Z (GMT) No. of bitstreams: 1 21508591.pdf: 612012 bytes, checksum: 5e6b60be46e40c64c6138acfc5166e08 (MD5)Made available in DSpace on 2020-01-22T14:53:30Z (GMT). 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