Uma experiência de empoderamento: uma narrativa

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Machado, Dillyan Roriz
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional do UniCEUB
Texto Completo: https://repositorio.uniceub.br/jspui/handle/235/5469
Resumo: Até pouco tempo atrás o conceito de saúde mental era sinônimo de estudo e tratamento das doenças mentais. Hoje, ao invés de doença, a saúde mental é sinônima de complexidade, através de uma transversalidade de saberes que a compõe. Os últimos 50 anos foram de suma importância para o cenário da saúde mental no Brasil, grandes avanços ocorreram no setor e um dos movimentos que impulsionaram novas práticas de intervenção foi a Reforma Psiquiátrica, através da mobilização social de diversos atores, dentre eles profissionais, familiares e usuários da saúde mental, cansados das práticas invasivas e opressoras utilizadas pelo modelo asilar. O marco da Reforma Psiquiátrica no Brasil foi a promulgação da Lei Federal nº 10.216/01 que dispõe sobre a proteção dos direitos dos portadores de transtornos mentais e reestabelece um novo modelo assistencial em saúde mental, condenando o modelo asilar e hospitalocêntrico até então vigente. Diante desse histórico opressor, decidimos fazer um trabalho de resgate dessas vozes silenciadas pelo modelo manicomial, através da construção de uma narrativa de um frequentador de uma ONG de saúde mental do DF. Para compreendermos essa experiência singular foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o novo paradigma de cuidado: a desinstitucionalização. Além disso, fizemos uma contextualização do cenário nacional e posteriormente do DF, destacando o baixo indicador de cobertura de serviços substitutivos que reflete a precariedade da rede atualmente. O DF foi abordado por ser o local onde foi realizada esta pesquisa qualitativa. Para realizarmos a análise da narrativa construída, utilizamos a hermenêutica de profundidade, utilizada para analisar fenômenos construídos por contextos sociais, como nosso caso. Através da análise compreendemos o processo de empoderamento desse narrador, apesar das dificuldades sociais e limitações devidas seu sofrimento psíquico, ele conseguiu se recuperar e hoje é um cidadão com seus direitos e deveres. Percebemos que além de uma metodologia, a narrativa possui um caráter ético e político, ao resgatar o protagonismo para os sujeitos com sofrimento psíquico. Desse modo, destacamos a necessidade da continuidade de trabalhos com construção de narrativas na saúde mental, como dispositivo empoderador, político e desinstitucionalizador.
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O marco da Reforma Psiquiátrica no Brasil foi a promulgação da Lei Federal nº 10.216/01 que dispõe sobre a proteção dos direitos dos portadores de transtornos mentais e reestabelece um novo modelo assistencial em saúde mental, condenando o modelo asilar e hospitalocêntrico até então vigente. Diante desse histórico opressor, decidimos fazer um trabalho de resgate dessas vozes silenciadas pelo modelo manicomial, através da construção de uma narrativa de um frequentador de uma ONG de saúde mental do DF. Para compreendermos essa experiência singular foi realizado um levantamento bibliográfico sobre o novo paradigma de cuidado: a desinstitucionalização. Além disso, fizemos uma contextualização do cenário nacional e posteriormente do DF, destacando o baixo indicador de cobertura de serviços substitutivos que reflete a precariedade da rede atualmente. O DF foi abordado por ser o local onde foi realizada esta pesquisa qualitativa. Para realizarmos a análise da narrativa construída, utilizamos a hermenêutica de profundidade, utilizada para analisar fenômenos construídos por contextos sociais, como nosso caso. Através da análise compreendemos o processo de empoderamento desse narrador, apesar das dificuldades sociais e limitações devidas seu sofrimento psíquico, ele conseguiu se recuperar e hoje é um cidadão com seus direitos e deveres. Percebemos que além de uma metodologia, a narrativa possui um caráter ético e político, ao resgatar o protagonismo para os sujeitos com sofrimento psíquico. Desse modo, destacamos a necessidade da continuidade de trabalhos com construção de narrativas na saúde mental, como dispositivo empoderador, político e desinstitucionalizador.Submitted by Haia Cristina Rebouças de Almeida (haia.almeida@uniceub.br) on 2014-09-10T13:40:44Z No. of bitstreams: 1 20311891.pdf: 898862 bytes, checksum: 35a79ed49c45198e460b21b6dc4db06a (MD5)Made available in DSpace on 2014-09-10T13:40:45Z (GMT). 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