“Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carvalho,Sandra Maciel de
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Perucchi,Juliana
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932016000300584
Resumo: Resumo Neste artigo apresenta-se a análise do discurso foucauldiana de enunciados de um dos processos judiciais que compuseram uma dissertação de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). A gênese da pesquisa foi um episódio ocorrido com um usuário de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que denunciou sua curadora por maus-tratos e negligência a uma Promotora de Justiça que, mais tarde, recusou-se a recebê-lo afirmando: “Não converso com demente”. A pesquisa, de natureza documental, cujo critério de inclusão foi haver diagnóstico de transtorno mental, foi realizada com três processos judiciais de usuários daquele CAPS. Problematizaram-se as posições de sujeito designadas aos usuários pelo discurso da justiça; as associações e/ou articulações entre o diagnóstico de transtorno mental e outros enunciados e a relação entre curatela, inimputabilidade e cidadania. Pode-se afirmar que o discurso jurídico designa posições de sujeito depreciativas para portadores de transtorno mental, respaldando-se no saber/poder médicos para enunciar verdades acerca dos mesmos. A cidadania é negada por meio da interdição e curatela. Há uma distância entre os códigos Civil e de Processo Civil e as propostas da Reforma Psiquiátrica, especialmente no tocante aos direitos dos portadores de transtorno mental.
id CFP-1_ec97271276898d425c2a3aec5ae0760f
oai_identifier_str oai:scielo:S1414-98932016000300584
network_acronym_str CFP-1
network_name_str Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)
repository_id_str
spelling “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde MentalTranstorno MentalAtenção PsicossocialJustiçaAnálise do DiscursoResumo Neste artigo apresenta-se a análise do discurso foucauldiana de enunciados de um dos processos judiciais que compuseram uma dissertação de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). A gênese da pesquisa foi um episódio ocorrido com um usuário de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que denunciou sua curadora por maus-tratos e negligência a uma Promotora de Justiça que, mais tarde, recusou-se a recebê-lo afirmando: “Não converso com demente”. A pesquisa, de natureza documental, cujo critério de inclusão foi haver diagnóstico de transtorno mental, foi realizada com três processos judiciais de usuários daquele CAPS. Problematizaram-se as posições de sujeito designadas aos usuários pelo discurso da justiça; as associações e/ou articulações entre o diagnóstico de transtorno mental e outros enunciados e a relação entre curatela, inimputabilidade e cidadania. Pode-se afirmar que o discurso jurídico designa posições de sujeito depreciativas para portadores de transtorno mental, respaldando-se no saber/poder médicos para enunciar verdades acerca dos mesmos. A cidadania é negada por meio da interdição e curatela. Há uma distância entre os códigos Civil e de Processo Civil e as propostas da Reforma Psiquiátrica, especialmente no tocante aos direitos dos portadores de transtorno mental.Conselho Federal de Psicologia2016-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932016000300584Psicologia: Ciência e Profissão v.36 n.3 2016reponame:Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)instname:Conselho Federal de Psicologia (CFP)instacron:CFP10.1590/1982-3703001332014info:eu-repo/semantics/openAccessCarvalho,Sandra Maciel dePerucchi,Julianapor2016-09-21T00:00:00Zoai:scielo:S1414-98932016000300584Revistahttps://www.scielo.br/j/pcp/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevista@cfp.org.br1982-37031414-9893opendoar:2016-09-21T00:00Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online) - Conselho Federal de Psicologia (CFP)false
dc.title.none.fl_str_mv “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
title “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
spellingShingle “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
Carvalho,Sandra Maciel de
Transtorno Mental
Atenção Psicossocial
Justiça
Análise do Discurso
title_short “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
title_full “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
title_fullStr “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
title_full_unstemmed “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
title_sort “Não Converso com Demente”: Intersecções entre Direito e Saúde Mental
author Carvalho,Sandra Maciel de
author_facet Carvalho,Sandra Maciel de
Perucchi,Juliana
author_role author
author2 Perucchi,Juliana
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Carvalho,Sandra Maciel de
Perucchi,Juliana
dc.subject.por.fl_str_mv Transtorno Mental
Atenção Psicossocial
Justiça
Análise do Discurso
topic Transtorno Mental
Atenção Psicossocial
Justiça
Análise do Discurso
description Resumo Neste artigo apresenta-se a análise do discurso foucauldiana de enunciados de um dos processos judiciais que compuseram uma dissertação de Mestrado em Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG). A gênese da pesquisa foi um episódio ocorrido com um usuário de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), que denunciou sua curadora por maus-tratos e negligência a uma Promotora de Justiça que, mais tarde, recusou-se a recebê-lo afirmando: “Não converso com demente”. A pesquisa, de natureza documental, cujo critério de inclusão foi haver diagnóstico de transtorno mental, foi realizada com três processos judiciais de usuários daquele CAPS. Problematizaram-se as posições de sujeito designadas aos usuários pelo discurso da justiça; as associações e/ou articulações entre o diagnóstico de transtorno mental e outros enunciados e a relação entre curatela, inimputabilidade e cidadania. Pode-se afirmar que o discurso jurídico designa posições de sujeito depreciativas para portadores de transtorno mental, respaldando-se no saber/poder médicos para enunciar verdades acerca dos mesmos. A cidadania é negada por meio da interdição e curatela. Há uma distância entre os códigos Civil e de Processo Civil e as propostas da Reforma Psiquiátrica, especialmente no tocante aos direitos dos portadores de transtorno mental.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932016000300584
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932016000300584
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 10.1590/1982-3703001332014
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv text/html
dc.publisher.none.fl_str_mv Conselho Federal de Psicologia
publisher.none.fl_str_mv Conselho Federal de Psicologia
dc.source.none.fl_str_mv Psicologia: Ciência e Profissão v.36 n.3 2016
reponame:Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)
instname:Conselho Federal de Psicologia (CFP)
instacron:CFP
instname_str Conselho Federal de Psicologia (CFP)
instacron_str CFP
institution CFP
reponame_str Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)
collection Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online)
repository.name.fl_str_mv Psicologia (Conselho Federal de Psicologia. Online) - Conselho Federal de Psicologia (CFP)
repository.mail.fl_str_mv revista@cfp.org.br
_version_ 1754122430578688000