Análise do sistema de classificação por cor/ raça no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Guilherme Nogueira de
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade
Texto Completo: http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/1442
Resumo: O Brasil é o país com a maior população afrodescendente de toda América Latina. O processo de colonização portuguesa, ao introduzir o trabalho compulsório de nativos dos mais diferentes grupos sociais africanos e privilegiar a povoação e controle do território via intercurso sexual com nativos indígenas e escravos, deu origem a uma nação miscigenada e, ao mesmo tempo, marcada por uma ampla desigualdade social e econômica que assume perceptíveis traços raciais. O sistema de classificação de raça/ cor que se desenvolveu no Brasil está intimamente relacionado ao processo colonial. Nos dias atuais, pode-se dizer que há dois grandes sistemas de classificação étnico-racial no país: o oficial e o de uso cotidiano. O oficial está assentado em cinco categorias, quatro referentes à cor (branco, preto, pardo e amarelo) e uma referente à etnia (indígena). O sistema de uso cotidiano, mais flexível que o sistema oficial, varia segundo o tipo de interação interpessoal. Ambos os sistemas de classificação racial, no entanto, estão assentados nas características físicas dos sujeitos (com exceção da categoria oficial “indígena”), tendo a cor da pele como elemento fundamental no processo de classificação. No entanto, nos últimos 20 anos, a lenta e silenciosa ascensão socioeconômica de parcelas da população negra brasileira, o processo de discussão das desigualdades sócio-raciais, a emergência de diferentes políticas de combate à desigualdade social e a implantação de políticas compensatórias focadas na população negra tem gerado amplos debates públicos entre pesquisadores, gestores e militantes de movimentos sociais a respeito das categorias de classificação e seus usos. É neste contexto que o presente artigo discute o sistema de classificação racial, sua estruturação, transformações e usos cotidianos, focando na população negra brasileira.
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