Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade |
Texto Completo: | http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177 |
Resumo: | Tapuia was a pejorative term, widely used in the colonial period to designate, primarily, the native peoples of the ethno-linguistic trunk Macro-Jê. It was also appropriated by the colonizer, and meant "barbaric more than barbaric". This phenomenon, still little known, reveals aspects of the ideologies of subalternity, coloniality and modernity. The first, as operator of the other two. This triad produced the colonizer, the colonized and the non-colonized. Priests and chroniclers, who lived in Brazil in the 16th century, produced representations of the tapuias both from the Tupi-Guarani imaginary, enemies of those, as well as drawing on their own experiences. Father João de Aspilcueta Navarro stood out, the first to register in a letter the existence of these native peoples. In general, the "conquest" by the weapon and the cross, was only possible by the invention of subordination. These are some of its aspects that will be reflected in this text. |
id |
CLAEC-1_c7f59fac8883bcd781110afe8a842dbe |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.pkp.sfu.ca:article/2177 |
network_acronym_str |
CLAEC-1 |
network_name_str |
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade |
repository_id_str |
|
spelling |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no BrasilSubalternityRepresentationsTapuiasNot colonizedSubalternidadRepresentacionesTapuiasNo colonizadoSubalternidadeRepresentaçõesTapuiasNão colonizadosSubalternitéReprésentationsTapuiasNon coloniséTapuia was a pejorative term, widely used in the colonial period to designate, primarily, the native peoples of the ethno-linguistic trunk Macro-Jê. It was also appropriated by the colonizer, and meant "barbaric more than barbaric". This phenomenon, still little known, reveals aspects of the ideologies of subalternity, coloniality and modernity. The first, as operator of the other two. This triad produced the colonizer, the colonized and the non-colonized. Priests and chroniclers, who lived in Brazil in the 16th century, produced representations of the tapuias both from the Tupi-Guarani imaginary, enemies of those, as well as drawing on their own experiences. Father João de Aspilcueta Navarro stood out, the first to register in a letter the existence of these native peoples. In general, the "conquest" by the weapon and the cross, was only possible by the invention of subordination. These are some of its aspects that will be reflected in this text.Tapuia fue un término peyorativo, ampliamente utilizado en el período colonial para designar, principalmente, a los pueblos originarios del tronco etnolingüístico Macro-Jê. También fue apropiado por el colonizador, y significaba "bárbaro más que bárbaro". Este fenómeno, aún poco conocido, revela aspectos de las ideologías de la subalternidad, colonialidad y modernidad. El primero, como operador de los otros dos. Esta tríada produjo el colonizador, el colonizado y el no colonizado. Sacerdotes y cronistas, que vivieron en Brasil en el siglo XVI, produjeron representaciones de las tapuias tanto desde el imaginario de los tupi-guaraníes, enemigos de ellos, como a partir de sus propias experiencias. Se destacó el padre João de Aspilcueta Navarro, el primero en registrar en una carta la existencia de estos pueblos originarios. En general, la “conquista” por el arma y la cruz, sólo fue posible mediante la invención de la subordinación. Estos son algunos de sus aspectos que quedarán reflejados en este texto.Tapuia était un terme péjoratif, largement utilisé à l'époque coloniale pour désigner, principalement, les peuples autochtones du tronc ethno-linguistique Macro-Jê. Il était également approprié par le colonisateur et signifiait "plus barbare que barbare". Ce phénomène, encore peu connu, révèle des aspects des idéologies de subalternité, de colonialité et de modernité. Le premier, en tant qu'opérateur des deux autres. Cette triade a produit le colonisateur, le colonisé et le non colonisé. Les prêtres et les chroniqueurs, qui vivaient au Brésil au XVIe siècle, ont produit des représentations des tapuias à la fois à partir de l'imaginaire des Tupi-Guarani, ennemis de ceux-ci, et en s'inspirant de leurs propres expériences. Le Père João de Aspilcueta Navarro s'est distingué, le premier à enregistrer dans une lettre l'existence de ces peuples autochtones. En général, la «conquête» par l'arme et la croix, n'a été possible que par l'invention de la subordination. Ce sont quelques-uns de ses aspects qui seront reflétés dans ce texte.Tapuia foi um termo pejorativo, utilizado largamente no período colonial para designar, primeiramente, os povos nativos do tronco etno-linguístico Macro-Jê. Também foi apropriado pelo colonizador, e significou “o bárbaro mais bárbaro que o bárbaro”. O objetivo deste artigo é discutir a “invenção da subalternidade” a partir da tensão entre o colonizador e os povos colonizáveis e não colonizáveis (os tapuias). Metodologicamente, a partir de cartas de padres jesuítas do século XVI e de relatos de cronistas dos séculos XV e XVI, suportados por uma revisão de literatura pertinente à investigação, primeiro é discutido a subalternidade como uma ideologia que nasce com a colonialidade e a modernidade nos processos de colonização deste continente e que funciona como operacionalizadora destas duas últimas. Daí emergem tanto a alteridade, materializada na figura do Outro, com a sua impossibilidade, manifestada no Outro em si-mesmo; em seguida, são analisados alguns importantes aspectos das representações dos tapuias feitas pelo padre João de Aspilcueta Navarro. Tais representações reverberariam posteriormente entre outros cronistas; e por fim, as ideologias da subalternidade, da colonialidade e da modernidade são analisadas na perspectiva da realização do próprio processo colonizador. O substrato teórico desta discussão é o padrão colonial/moderno de poder no bojo do sistema-mundo colonial/moderno. Desse modo, a “conquista” pela arma e pela cruz, não restringe-se ao período colonial, mas funda um sistema de domínio que chega, ainda com grande vigor, em nossos dias.Editora CLAEC - Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura2021-08-26info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttp://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/217710.23899/relacult.v7i1.2177RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade; v. 7 n. 1 (2021)2525-787010.23899/relacult.v7i1reponame:RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedadeinstname:Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC)instacron:CLAECporhttp://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177/1449Copyright (c) 2021 Robério; João Batistahttps://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Paulo Robério FerreiraCosta, João Batista de Almeida 2023-06-11T13:45:56Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/2177Revistahttp://periodicos.claec.org/index.php/relacult/indexONGhttp://periodicos.claec.org/index.php/relacult/oairelacult@claec.org || periodicos@claec.org2525-78702525-7870opendoar:2023-06-11T13:45:56RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade - Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
title |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
spellingShingle |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil Silva, Paulo Robério Ferreira Subalternity Representations Tapuias Not colonized Subalternidad Representaciones Tapuias No colonizado Subalternidade Representações Tapuias Não colonizados Subalternité Représentations Tapuias Non colonisé |
title_short |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
title_full |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
title_fullStr |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
title_full_unstemmed |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
title_sort |
Invenção da subalternidade : o não colonizado em representações dos tapuias produzidas por padres e cronistas do século XVI no Brasil |
author |
Silva, Paulo Robério Ferreira |
author_facet |
Silva, Paulo Robério Ferreira Costa, João Batista de Almeida |
author_role |
author |
author2 |
Costa, João Batista de Almeida |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Silva, Paulo Robério Ferreira Costa, João Batista de Almeida |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Subalternity Representations Tapuias Not colonized Subalternidad Representaciones Tapuias No colonizado Subalternidade Representações Tapuias Não colonizados Subalternité Représentations Tapuias Non colonisé |
topic |
Subalternity Representations Tapuias Not colonized Subalternidad Representaciones Tapuias No colonizado Subalternidade Representações Tapuias Não colonizados Subalternité Représentations Tapuias Non colonisé |
description |
Tapuia was a pejorative term, widely used in the colonial period to designate, primarily, the native peoples of the ethno-linguistic trunk Macro-Jê. It was also appropriated by the colonizer, and meant "barbaric more than barbaric". This phenomenon, still little known, reveals aspects of the ideologies of subalternity, coloniality and modernity. The first, as operator of the other two. This triad produced the colonizer, the colonized and the non-colonized. Priests and chroniclers, who lived in Brazil in the 16th century, produced representations of the tapuias both from the Tupi-Guarani imaginary, enemies of those, as well as drawing on their own experiences. Father João de Aspilcueta Navarro stood out, the first to register in a letter the existence of these native peoples. In general, the "conquest" by the weapon and the cross, was only possible by the invention of subordination. These are some of its aspects that will be reflected in this text. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-08-26 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177 10.23899/relacult.v7i1.2177 |
url |
http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177 |
identifier_str_mv |
10.23899/relacult.v7i1.2177 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://periodicos.claec.org/index.php/relacult/article/view/2177/1449 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2021 Robério; João Batista https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2021 Robério; João Batista https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Editora CLAEC - Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura |
publisher.none.fl_str_mv |
Editora CLAEC - Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura |
dc.source.none.fl_str_mv |
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade; v. 7 n. 1 (2021) 2525-7870 10.23899/relacult.v7i1 reponame:RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade instname:Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC) instacron:CLAEC |
instname_str |
Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC) |
instacron_str |
CLAEC |
institution |
CLAEC |
reponame_str |
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade |
collection |
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade |
repository.name.fl_str_mv |
RELACult - Revista Latino-Americana de Estudos em Cultura e Sociedade - Centro Latino-Americano de Estudos em Cultura (CLAEC) |
repository.mail.fl_str_mv |
relacult@claec.org || periodicos@claec.org |
_version_ |
1808042493594304512 |