A disciplina gramatical e a influência greco-romana

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marins, Ânderson Rodrigues
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista Encontros
Texto Completo: https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/deslimites/article/view/2888
Resumo: Trata-se, neste estudo, de duas questões: a primeira e principal delas discorre sobre quatro obras consideradas os pilares da tradição gramatical, e a segunda aborda as concepções de gramática tradicional, normativa e descritiva. A estrada aberta pela história da disciplina gramatical no Ocidente vem pavimentada pela Tékhne, de Dionísio, o Trácio (II a. C), pelo tratado Sobre a sintaxe, de Apolônio Díscolo (II d. C.), a Ars Grammatica, de Donato (IV d. C.), e as Institutiones Grammaticae, de Prisciano (VI d. C.). Veem-se, no entanto, ao menos dois sentidos para o vocábulo gramática neste estudo. O primeiro, por certo, é o sentido que pode ser utilizado para designar o funcionamento da própria língua, que é o objeto a ser descrito pelo cientista. Nesse caso, se refere ao conjunto e à natureza dos elementos que compõem uma língua bem como às restrições que comandam sua união para formar unidades maiores nos contextos reais de uso. O segundo sentido, por sua vez, é usado para designar os estudos que buscam descrever a natureza desses elementos e suas restrições de combinação. Nesse sentido, “gramática” se refere aos modelos teóricos criados pelos cientistas com intuito de explicar o funcionamento da língua (cf. MARTELOTTA, 2010) e, diante do que estamos a propor, é inevitável a confluência dos dois sentidos. Algumas concepções de gramática que aqui serão tratadas são reflexos das que já colheram especial relevo no cenário gramatical brasileiro, algumas, sobretudo, desde o entardecer do século XIX (cf. CAVALIERE, 2000; FÁVERO & MOLINA, 2006, GONÇALVES, 2012; MARINS, 2017), outras refletem as abordagens anteriores ao século XX que representam a gramática tradicional e que ainda hoje habitam muitas páginas de gramáticas contemporâneas – as que seguiram, em certa parcela, as abordagens utilizadas no século XX e que são variantes do estruturalismo, além das vertentes normativas (prescritivistas) e descritivas (descritivistas).
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