Cenário comparativo entre mapeamento de risco e suscetibilidade na área urbana de Santo Amaro da Imperatriz, Santa Catarina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LAMBERTY, Debora
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: NORONHA, Fábio de Lima, KEPEL FILHO, José Luiz
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional de Geociências - RIGEO
Texto Completo: https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/18699
Resumo: O município de Santo Amaro da Imperatriz está localizado na região da Grande Florianópolis no estado de Santa Catarina. Geomorfologicamente situa-se no domínio da Serra do Tabuleiro, com vertentes declivosas e de altas amplitudes, e do vale do Rio Cubatão do Sul, evidenciando extensa planície associada a terraços fluviais. A geologia caracteriza-se por rochas neoproterozoicas do Terreno Florianópolis pertencentes ao Complexo Águas Mornas, Suíte Intrusiva Maruim e Suíte Plutono-Vulcânica Cambirela, além de depósitos holocênicos alúvio-coluvionares e fluviais. Esta conformação condiciona o desenvolvimento de áreas naturalmente suscetíveis a movimentos de massa, tais como deslizamentos, corridas de massa e queda de blocos, e suscetíveis à inundação vinculadas às planícies do rio Cubatão do Sul e seus afluentes. O objetivo deste estudo foi verificar a influência antrópica no desenvolvimento das áreas de risco do município de Santo Amaro da Imperatriz, uma vez que as áreas de risco a movimentos de massa não apresentam forte relação com áreas de suscetibilidade alta a movimentos de massa. A partir do cruzamento dos dados obtidos em 2014 e 2017 (inédito) no âmbito dos mapeamentos executados pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) para o município de Santo Amaro da Imperatriz, analisou-se que, na área urbana, os setores de risco a deslizamentos e quedas de blocos correspondem, majoritariamente, às áreas de baixa e média suscetibilidade a movimentos de massa. Em campo, verificou-se que estes setores de risco correspondem a áreas em que o sistema construtivo adotado foi do tipo corte-aterro, sem as devidas intervenções de segurança e desconsiderando a inclinação do corte; estas áreas apresentam deslizamentos do tipo planar em talude de corte, na sua maioria. Por vezes, há blocos de rocha imersos no material deslizado que potencializaria o dano à residência. Quanto às áreas suscetíveis à inundação há uma forte relação estabelecida com as áreas de risco alto e muito alto à inundação, que correspondem também à área urbana e edificada do município. Vinte setores de risco alto e muito alto a movimentos de massa e inundação foram identificados na área urbana do município, e estima-se que 603 moradias estejam em áreas de risco. Estima-se ainda que 33,66% da área urbana apresente alta suscetibilidade à inundação, 24,96% apresente média suscetibilidade e 17,95% apresente baixa suscetibilidade à inundação. Quanto a movimentos gravitacionais de massa, calcula-se que 19,91% da área urbana do município apresente suscetibilidade alta, 2,38% suscetibilidade média e 77,70% suscetibilidade baixa. A partir deste comparativo no cenário atual da ocupação urbana no município de Santo Amaro da Imperatriz, conclui-se que o manejo incorreto das encostas é mais determinante na geração de áreas de risco a movimentos de massa do que as características geológicas-geomorfológicas naturais. Já a geração dos setores de risco à inundação está diretamente relacionada à ocupação de áreas com suscetibilidade natural a este e outros processos hidrológicos associados. Ressalta-se que no caso do avanço da ocupação urbana para áreas de média a alta suscetibilidade a movimentos de massa, as características geológico-geomorfológicas tendem a assumir o protagonismo na geração áreas de risco a movimentos de massa.
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