Bloco Rio Apa: origem e evolução tectônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: LACERDA FILHO, Joffre Valmório de
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional de Geociências - RIGEO
Texto Completo: https://rigeo.cprm.gov.br/handle/doc/15295
Resumo: O Bloco Rio Apa compreende segmento crustal Paleoproterozoico da porção sul do Cráton Amazônico, situado no sudoeste do estado do Mato Grosso do Sul e nordeste do Paraguai. Constitui o embasamento de sequências metassedimentares do Orógeno Paraguai e é recoberto pelos depósitos paleozoicos da Bacia do Paraná e por extensas coberturas cenozoicas da Bacia do Pantanal. Este estudo apresenta novos dados geológicos, geoquímicos e geocronológicos (U-Pb, Sm-Nd, Ar-Ar), com sugestão de reordenamento tectono-estratigráfico do Bloco Rio Apa. Este terreno constitui segmento de margem continental ativa, edificado durante o Orosiriano/Estateriano, resultado da convergência de arco magmático, na porção sul do Cráton Amazônico, durante a evolução do supercontinente Columbia. O bloco é resultado de eventos orogenéticos acrescionários, incluindo geração de crosta juvenil e retrabalhamento crustal, subdividido nos setores ocidental, central e oriental. É caracterizado por um embasamento granito-gnáissico Riaciano-Orosiriano, representado pelo Complexo Porto Murtinho (2,07 - 1,89 Ga). Intrudido nestas rochas ocorre a Suíte Amoguijá (1,88-1,83 Ga), formada pelos granitos Alumiador e pelas rochas vulcânicas da Formação Serra da Bocaina, associadas à Suíte Gabro-anortosítica Serra da Alegria e ao Gabro Morro do Triunfo. Sobrepostos a estes litotipos, ocorrem às rochas do Grupo Alto Tererê (1,76 Ga) geradas em ambiente de bacia de retroarco, seguido por intrusões graníticas tardi a pós-orogênicas, estaterianas, do Complexo Rio Apa (1,80-1,71 Ga). Estes eventos magmáticos constituem segmentos do Arco Magmático Amoguijá, conforme demostrado nos estudos litoquímicos e são caracterizados por associações graníticas calci-alcalinas, geradas entre 1,88 e 1,71 Ga (TDM 2,69 a 1,75 Ga e eNd -5,91 a +3,29). Capeando estes conjuntos litológicos, ocorrem às rochas metassedimentares do Grupo Amolar. Relacionado a evento extensional tardio, são encontrados enxame de diques e sills máficos da Suíte Rio Perdido (1.59Ga), com ampla distribuição na área. A estruturação do bloco é resultado de processos deformacionais que promoveram encurtamento crustal. Dois importantes episódios metamórficos são reconhecidos: 1670 Ma e ~1300 Ma, com homogeneização isotópica e retrometamorfismo do fácies anfibolito para xisto verde. Esses eventos levaram à individualização de três domínios lito-estruturais, com características deformacionais distintas, resultado de imbricamento das unidades. Esses domínios são limitados por zonas de cisalhamento vergentes para oeste e desenvolvidas principalmente durante a Orogenia San Ignácio (1,32-1,30 Ga). Verificou-se que as rochas do Bloco Rio Apa foram preservadas da deformação brasiliana. Os dados obtidos sugerem correlação das rochas do Arco Amoguijá com as rochas do arco magmático Juruena, exposto no norte do Mato Grosso que integram o Cráton Amazônico e constituem segmentos da Província Geocronológica Rondônia- Juruena. Este estudo contribui para a melhoria do conhecimento geológico regional da porção sul do Cráton Amazônico e compreensão dos processos de evolução geotectônica do Bloco Rio Apa.
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Este terreno constitui segmento de margem continental ativa, edificado durante o Orosiriano/Estateriano, resultado da convergência de arco magmático, na porção sul do Cráton Amazônico, durante a evolução do supercontinente Columbia. O bloco é resultado de eventos orogenéticos acrescionários, incluindo geração de crosta juvenil e retrabalhamento crustal, subdividido nos setores ocidental, central e oriental. É caracterizado por um embasamento granito-gnáissico Riaciano-Orosiriano, representado pelo Complexo Porto Murtinho (2,07 - 1,89 Ga). Intrudido nestas rochas ocorre a Suíte Amoguijá (1,88-1,83 Ga), formada pelos granitos Alumiador e pelas rochas vulcânicas da Formação Serra da Bocaina, associadas à Suíte Gabro-anortosítica Serra da Alegria e ao Gabro Morro do Triunfo. 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Este estudo contribui para a melhoria do conhecimento geológico regional da porção sul do Cráton Amazônico e compreensão dos processos de evolução geotectônica do Bloco Rio Apa.GEOTECTÔNICAEVOLUÇÃO GEOLÓGICAGEOCRONOLOGIACRÁTON AMAZÔNICORIO APABRASILAMAZONASBloco Rio Apa: origem e evolução tectônicainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisBrasíliainfo:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional de Geociências - RIGEOinstname:Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)instacron:CPRMTEXTTD_LACERDA_FILHO.pdf.txtTD_LACERDA_FILHO.pdf.txtExtracted texttext/plain417367http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/15295/3/TD_LACERDA_FILHO.pdf.txt8e531aeac6ee40ba49c94664a8190684MD53THUMBNAILTD_LACERDA_FILHO.pdf.jpgTD_LACERDA_FILHO.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1216http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/15295/4/TD_LACERDA_FILHO.pdf.jpg08b5c4bc436e7378990c476ed6646a02MD54ORIGINALTD_LACERDA_FILHO.pdfTD_LACERDA_FILHO.pdfproducao cientificaapplication/pdf14967123http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/15295/1/TD_LACERDA_FILHO.pdfb41c9d524fcd9f0b3e8d3c62989c49deMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82290http://rigeo.cprm.gov.br/jspui/bitstream/doc/15295/2/license.txt517acec2570d5eea2af74172b1393dd7MD52doc/152952023-05-15 09:12:32.316oai:rigeo.sgb.gov.br:doc/15295TElDRU7Dh0EgRElTVFJJQlXDjURBCgoKSMOhIHVtIMO6bHRpbW8gcGFzc286IE5vIERTcGFjZSwgcGFyYSByZXByb2R1emlyLCB0cmFkdXppciBlIGRpc3RyaWJ1aXIgc3VhIHN1Ym1pc3PDo28sIHZvY8OqIGRldmUgY29uY29yZGFyIGNvbSBvcyB0ZXJtb3MgYSBzZWd1aXIuCgpDb25jZWRlciBhIGxpY2Vuw6dhIGRlIGRpc3RyaWJ1acOnw6NvIHBhZHLDo28sIHNlbGVjaW9uYW5kbyAiRXUgY29uY2VkbyBhIExpY2Vuw6dhIiBlIGNsaXF1ZSBlbSAiRmluYWxpemFyIHN1Ym1pc3PDo28iLgoKUmVzc2FsdGFtb3MgYWluZGEgcXVlIHRvZG9zIG9zIHRyYWJhbGhvcyBkZXBvc2l0YWRvcyBuYSBCaWJsaW90ZWNhIFZpcnR1YWwgZGEgUHJvZHXDp8OjbyBDaWVudMOtZmljYSBlc3TDo28gZW0gY29uc29uw6JuY2lhIGNvbSBhIE5vcm1hIGRlIFByZXNlcnZhw6fDo28gZGEgTWVtw7NyaWEgVMOpY25pY2EgZG8gU0dCICAtIE1DVCAwOS4xIGRpc3BvbsOtdmVsIG5hIEludHJhbmV0LiAKCgpMSUNFTsOHQSBERSBESVNUUklCVUnDh8ODTyBOw4NPIEVYQ0xVU0lWQQoKCk9zIGRlcG9zaXRhbnRlcyBkZXZlbSBjb25jZWRlciDDoCBDUFJNIOKAkyBTZXJ2acOnbyBHZW9sw7NnaWNvIGRvIEJyYXNpbCB1bWEgTGljZW7Dp2EgZGUgRGlzdHJpYnVpw6fDo28gTsOjby1FeGNsdXNpdmEgcGFyYSBtYW50ZXIgZSB0b3JuYXIgYWNlc3PDrXZlaXMgb3MgZG9jdW1lbnRvcyBlbSBmb3JtYXRvIGRpZ2l0YWwgbm8gUmVwb3NpdMOzcmlvLgoKQ29tIGEgY29uY2Vzc8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSBuw6NvIGV4Y2x1c2l2YSwgb3MgcGVzcXVpc2Fkb3JlcyBjb250aW51YW0gYSByZXRlciB0b2RvcyBvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvci4KCkFvIGFzc2luYXIgZSBzdWJtZXRlciBlc3RhIGxpY2Vuw6dhLCB2b2PDqjoKCkNvbmNlZGUgYSBDUFJNIG8gZGlyZWl0byBuw6NvIGV4Y2x1c2l2byBkZSBhcnF1aXZhciwgcmVwcm9kdXppciwgY29udmVydGVyLCBjb211bmljYXIgZSAvb3UgZGlzdHJpYnVpciBubyBSZXBvc2l0w7NyaW8gZGUgUHJvZHXDp8OjbyBDaWVudMOtZmljYTsKCkNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIENQUk0gcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIGNvbnZlcnRlciBhIHN1Ym1pc3PDo28gcGFyYSBxdWFscXVlciBtw61kaWEgb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGVmZWl0b3MgZGUgcHJlc2VydmHDp8OjbzsKCkNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIENQUk0gcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGRlc3RhIHN1Ym1pc3PDo28gcGFyYSBlZmVpdG9zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvOwoKQXNzZWd1cmEgcXVlIGEgc3VibWlzc8OjbyDDqSB1bSB0cmFiYWxobyBvcmlnaW5hbCBzZXUsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIGRpcmVpdG8gcGFyYSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gQXNzZWd1cmEgdGFtYsOpbSBxdWUgc3VhIHN1Ym1pc3PDo28gbsOjbyBpbmZyaW5nZSBvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBxdWFscXVlciBvdXRyYSBwZXNzb2Egb3UgZW50aWRhZGU7CgpTZSBhIHN1Ym1pc3PDo28gdGl2ZXIgbWF0ZXJpYWwgbyBxdWFsIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIG9zIGRpcmVpdG9zLCB2b2PDqiBhc3NlZ3VyYSBxdWUgb2J0ZXZlIGEgcGVybWlzc8OjbyBpcnJlc3RyaXRhIGRlIGPDs3BpYSBkbyBwcm9wcmlldMOhcmlvIHBhcmEgZ2FyYW50aXIgYSBDUFJNIG9zIGRpcmVpdG9zIHJlcXVlcmlkb3MgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIHRhbCBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSBpZGVudGlmaWNhZG8gZSBxdWUgbyByZWNvbmhlY2UgZGVudHJvIGRvIHRleHRvIG91IGRvIGNvbnRlw7pkbyBkZSBzdWJtaXNzw6NvLgoKU2UgbyBkb2N1bWVudG8gZW50cmVndWUgw6kgYmFzZWFkbyBlbSB0cmFiYWxobyBmaW5hbmNpYWRvIG91IGFwb2lhZG8gcG9yIG91dHJhIGluc3RpdHVpw6fDo28gcXVlIG7Do28gYSBDUFJNLCBkZWNsYXJhIHF1ZSBjdW1wcml1IHF1YWlzcXVlciBvYnJpZ2HDp8O1ZXMgZXhpZ2lkYXMgcGVsbyByZXNwZWN0aXZvIGNvbnRyYXRvIG91IGFjb3Jkby4KCkEgQ1BSTSBpZGVudGlmaWNhcsOhIGNsYXJhbWVudGUgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIGF1dG9yKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgZG8gZG9jdW1lbnRvIGVudHJlZ3VlIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgZXhjZXRvIGNvbmZvcm1lIHBlcm1pdGlkbyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgbmEgc3VhIHN1Ym1pc3PDo28uCg==Repositório InstitucionalONGhttps://rigeo.sgb.gov.br/oai/request https://rigeo.cprm.gov.br/oai/requestrigeo@sgb.gov.bropendoar:2023-05-15T12:12:32Repositório Institucional de Geociências - RIGEO - Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM)false
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