Vitimização policial: morbidade por arma de fogo de policiais militares do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maia, Adriane Batista Pires
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39709
Resumo: Essa dissertação buscou identificar o perfil dos policiais militares do estado do Rio de Janeiro acometidos por ferimentos por arma de fogo, com destaque para os operados em decorrência desse tipo de ferimento em face. Problematizou-se como a naturalização da violência contra o corpo do policial é invisibilizada em virtude da falta de informação em saúde dessa classe de trabalhadores e discutiu-se os impactos e desdobramentos dos ferimentos em face entre os policiais vitimados, considerando a face um elemento indicador no desenvolvimento do individualismo. A pesquisa foi realizada a partir de estudo epidemiológico com dados secundários provenientes de policiais militares da ativa que sofreram morbidades por arma de fogo e foram atendidos no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) nos setores de Pronto Atendimento (SPA) e Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF). Os resultados são apresentados em três artigos: (1) “Profissionais de segurança pública e militares das forças armadas vitimados por ferimentos de arma de fogo: Revisão Sistemática Integrativa” apresenta levantamento bibliográfico sobre a ocorrência de ferimentos de arma de fogo entre profissionais de segurança pública e militares das forças armadas, por meio de revisão sistemática realizada em periódicos nacionais e internacionais a partir de artigos indexados em bases da saúde, apontando que os ferimentos por arma de fogo constituem mundialmente o principal mecanismo de ferimento em serviço entre os policiais e que há uma lacuna quanto a estudos que discutam as repercussões físicas destes ferimentos para o exercício profissional. (2) “Ferimentos não fatais por arma de fogo entre policiais militares do Rio de Janeiro: a saúde como campo de emergência contra a naturalização da violência” realizou um estudo epidemiológico a partir de dados secundários referentes aos policiais militares da ativa atendidos no SPA do HCPM em decorrência de ferimentos por arma de fogo em qualquer parte do corpo, no período de junho de 2015 a dezembro de 2017. Os resultados apontam para 475 policiais militares ativos atendidos em decorrência de ferimentos por armas de fogo, sendo 98,3% do sexo masculino, 77,3% em serviço no momento da ocorrência e 97,9% praças (em especial soldados), principalmente lotados em batalhões de Unidade de Polícia Pacificadora e do Batalhão de Operações Especiais. Quanto à localização anatômica dos ferimentos, as regiões mais acometidas foram membros inferiores (41,1%) e superiores (33,1%), região da cabeça-pescoço-face (23,5%) e tórax-abdome (17,3%). As áreas na região metropolitana do Rio de Janeiro onde foram encontradas as maiores ocorrências de morbidade por arma de fogo foram as Áreas de Planejamento 3 e 1 e a Baixada Fluminense. (3) “A violência marcada na face: ferimentos por arma de fogo entre policiais militares no Rio de Janeiro” é fruto do mesmo estudo epidemiológico retrospectivo, analisando dados secundários referentes aos policiais militares que foram operados pelo serviço de CTBMF do HCPM em decorrência de ferimentos por arma de fogo em face no período de junho de 2003 a dezembro de 2017. Realizou-se um levantamento desse tipo de morbidade entre os policiais militares, evidenciando um perfil constituído por pacientes do sexo masculino, com idade média de 34,7 anos. Quanto ao perfil profissional, este foi constituído predominantemente por praças (97,3%), em especial soldados. A perda de segmentos ósseo maxilofaciais foi a sequela mais encontrada. O comprometimento estético facial e os relatos de insônia foram as repercussões tardias de impacto na saúde e no convívio social mais encontradas. Sobre as repercussões laborais do ferimento sofrido, o tempo médio de afastamento por licença de saúde para tratamento dos ferimentos maxilofaciais foi de 11,7 meses. Considerações finais/proposições: vimos que o perfil do policial militar vitimado por arma de fogo no Rio de Janeiro, constituiu-se predominantemente de homens, em especial soldados, que sofreram esses ferimentos por arma de fogo em serviço, especialmente durante ações de incursão policial com troca de tiros. As regiões anatômicas mais acometidas foram os membros superiores e inferiores e a região da cabeça/pescoço/face. Os locais com maior taxa de morbidade por arma de fogo entre policiais militares foram São João de Meriti e a região AP 3 do município do Rio de Janeiro. Constatamos uma correlação entre as taxas de morbidade policial por arma de fogo e a densidade demográfica nos municípios da região metropolitana (exceto a capital). Sobre as medidas de redução da vitimização por arma de fogo entre os policiais militares no RJ, recomendamos a reformulação das políticas de confronto armado, a utilização de equipamentos de proteção balística e a visibilização dos dados sobre as morbidades entre essa classe de trabalhadores.
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Problematizou-se como a naturalização da violência contra o corpo do policial é invisibilizada em virtude da falta de informação em saúde dessa classe de trabalhadores e discutiu-se os impactos e desdobramentos dos ferimentos em face entre os policiais vitimados, considerando a face um elemento indicador no desenvolvimento do individualismo. A pesquisa foi realizada a partir de estudo epidemiológico com dados secundários provenientes de policiais militares da ativa que sofreram morbidades por arma de fogo e foram atendidos no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM) nos setores de Pronto Atendimento (SPA) e Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial (CTBMF). Os resultados são apresentados em três artigos: (1) “Profissionais de segurança pública e militares das forças armadas vitimados por ferimentos de arma de fogo: Revisão Sistemática Integrativa” apresenta levantamento bibliográfico sobre a ocorrência de ferimentos de arma de fogo entre profissionais de segurança pública e militares das forças armadas, por meio de revisão sistemática realizada em periódicos nacionais e internacionais a partir de artigos indexados em bases da saúde, apontando que os ferimentos por arma de fogo constituem mundialmente o principal mecanismo de ferimento em serviço entre os policiais e que há uma lacuna quanto a estudos que discutam as repercussões físicas destes ferimentos para o exercício profissional. (2) “Ferimentos não fatais por arma de fogo entre policiais militares do Rio de Janeiro: a saúde como campo de emergência contra a naturalização da violência” realizou um estudo epidemiológico a partir de dados secundários referentes aos policiais militares da ativa atendidos no SPA do HCPM em decorrência de ferimentos por arma de fogo em qualquer parte do corpo, no período de junho de 2015 a dezembro de 2017. Os resultados apontam para 475 policiais militares ativos atendidos em decorrência de ferimentos por armas de fogo, sendo 98,3% do sexo masculino, 77,3% em serviço no momento da ocorrência e 97,9% praças (em especial soldados), principalmente lotados em batalhões de Unidade de Polícia Pacificadora e do Batalhão de Operações Especiais. Quanto à localização anatômica dos ferimentos, as regiões mais acometidas foram membros inferiores (41,1%) e superiores (33,1%), região da cabeça-pescoço-face (23,5%) e tórax-abdome (17,3%). As áreas na região metropolitana do Rio de Janeiro onde foram encontradas as maiores ocorrências de morbidade por arma de fogo foram as Áreas de Planejamento 3 e 1 e a Baixada Fluminense. (3) “A violência marcada na face: ferimentos por arma de fogo entre policiais militares no Rio de Janeiro” é fruto do mesmo estudo epidemiológico retrospectivo, analisando dados secundários referentes aos policiais militares que foram operados pelo serviço de CTBMF do HCPM em decorrência de ferimentos por arma de fogo em face no período de junho de 2003 a dezembro de 2017. Realizou-se um levantamento desse tipo de morbidade entre os policiais militares, evidenciando um perfil constituído por pacientes do sexo masculino, com idade média de 34,7 anos. Quanto ao perfil profissional, este foi constituído predominantemente por praças (97,3%), em especial soldados. A perda de segmentos ósseo maxilofaciais foi a sequela mais encontrada. O comprometimento estético facial e os relatos de insônia foram as repercussões tardias de impacto na saúde e no convívio social mais encontradas. Sobre as repercussões laborais do ferimento sofrido, o tempo médio de afastamento por licença de saúde para tratamento dos ferimentos maxilofaciais foi de 11,7 meses. Considerações finais/proposições: vimos que o perfil do policial militar vitimado por arma de fogo no Rio de Janeiro, constituiu-se predominantemente de homens, em especial soldados, que sofreram esses ferimentos por arma de fogo em serviço, especialmente durante ações de incursão policial com troca de tiros. As regiões anatômicas mais acometidas foram os membros superiores e inferiores e a região da cabeça/pescoço/face. Os locais com maior taxa de morbidade por arma de fogo entre policiais militares foram São João de Meriti e a região AP 3 do município do Rio de Janeiro. Constatamos uma correlação entre as taxas de morbidade policial por arma de fogo e a densidade demográfica nos municípios da região metropolitana (exceto a capital). Sobre as medidas de redução da vitimização por arma de fogo entre os policiais militares no RJ, recomendamos a reformulação das políticas de confronto armado, a utilização de equipamentos de proteção balística e a visibilização dos dados sobre as morbidades entre essa classe de trabalhadores.This dissertation sought to identify the profile of military policemen of the state of Rio de Janeiro affected by gunshot wounds, especially those who underwent surgery as a result of this type of injury in the face. It questions how the naturalization of violence against the body of police officers was made invisible due to the lack of health information on this class of workers. The impacts and unfolding of the injuries against the police officers were discussed considering the face a central element in the development of individualism. The research was carried out based on an epidemiological study with secondary data from active duty military police officers who suffered from firearm morbidities and were treated at the Central Military Police Hospital (HCPM) in the Emergency (SPA) and Oral and Maxillofacial Surgery (CTBMF) departments. The results are presented in three articles: (1) "Public security professionals and military personnel injured by gunshot wounds: Integrative systematic review" presents a bibliographic research on the occurrence of firearm injuries among public safety professionals and military personnel, through a systematic review carried out considering papers from national and international journals indexed in health databases. This work points out that gunshot wounds constitute the main mechanism of injury in service among policemen worldwide and that there is a gap of studies discussing the physical repercussions of these injuries for the professional exercise. (2) "Non-fatal firearms injuries among military police officers in Rio de Janeiro: health as an emergency field against the naturalization of violence" carried out an epidemiological study based on secondary data referring to active duty military police officers who received treatment in the HCPM Emergency as a result of gunshot wounds in any part of the body, from June 2015 to December 2017. The results indicate that 475 active military police officers were treated as a result of gunshot wounds, 98.3% of which male, 77.3% in service at the time of the occurrence and 97.9% enlisted officers (especially privates), most working in battalions of the Peacekeeping Police Unit and in the Special Operations Unit. Regarding the anatomical location of the wounds, the most affected regions were lower (41.1%) and superior (33.1%) limbs, the head-neck-face region (23.5%) and chest-abdomen (17.3%). The areas in the metropolitan area of Rio de Janeiro where the highest occurrences of firearm morbidity were found in Planning Areas (AP) 3 and 1 and in the Baixada Fluminense. (3) "Violence marked on the face: gunshot wounds among military police officers in Rio de Janeiro" is the result of the same retrospective epidemiological study, analyzing secondary data referring to military police officers who were underwent surgery at the HCPM/CTBMF due to gunshot injuries in the period from June 2003 to December of 2017. A survey of this type of morbidity was carried out among the military police, evidencing a profile composed of male patients, with a mean age of 34.7 years. As for their professional profile, this was constituted predominantly by enlisted officers (97.3%), especially privates. The loss of maxillofacial bone segments was the most frequent sequel. The facial aesthetic impairment and reports of insomnia were the most late repercussions of impact on health and social interaction. Regarding the labor repercussions of the injury suffered, the mean time of health live of absence to treat maxillofacial injuries was 11.7 months. Final considerations/propositions: We have seen that the profile of the military police officer victimized by firearms in Rio de Janeiro consisted predominantly of men, soldiers, who suffered these injuries by firearm in service, especially during actions of police incursion with exchange of shots. The most affected anatomical regions were the upper and lower limbs and the head/neck/face region. The sites with the highest rates of firearm morbidity among military police officers were São João de Meriti and the AP region 3 of RJ. We found a correlation between firearm morbidity rates and demographic density in the municipalities of the metropolitan region (except the capital). Regarding the measures to reduce firearm victimization among the military police in RJ, we recommend the reformulation of policies of armed confrontation politics, the use of ballistic protection equipment and the visualization of data on morbidities among this class of workers.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPolícia MilitarMorbidadeFerimento por Arma de FogoFaceViolênciaVitimização PolicialMilitary PoliceMorbidityGunshot WoundsFaceViolencePolice VictimizationPolíciaMorbidadeFerimentos por Arma de FogoTraumatismos FaciaisViolênciaVítimas de CrimeVitimização policial: morbidade por arma de fogo de policiais militares do estado do Rio de JaneiroPolice victimization: firearm morbidity of military police in the state of Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2018Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39709/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Adriane_Batista_ENSP_2018application/pdf1112927https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39709/2/ve_Adriane_Batista_ENSP_201883d068dc8b764cecf9abeb987528a51dMD52TEXTve_Adriane_Batista_ENSP_2018.txtve_Adriane_Batista_ENSP_2018.txtExtracted texttext/plain342550https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39709/3/ve_Adriane_Batista_ENSP_2018.txt3870468259e0437d46f743908b44ea08MD53icict/397092021-07-05 16:58:48.699oai:www.arca.fiocruz.br:icict/39709Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-07-05T19:58:48Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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