Uso de medicamentos para hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus: um estudo de base populacional

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Priscila Tegethoff Motta
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/43538
Resumo: Objetivo: Caracterizar o consumo de medicamentos para Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e Diabetes Mellitus (DM) na população adulta (20 anos ou mais) coberta pela Estratégia Saúde da Família (ESF), e investigar os fatores associados à sua não utilização. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido junto a 1.100 participantes, selecionados aleatoriamente. Foi estimada a prevalência de HAS e DM na população total de estudo, e entre os hipertensos e/ou diabéticos, identificou-se os anti-hipertensivos e antidiabéticos consumidos, e investigou-se a fatores associados a não utilização de anti-hipertensivos e antidiabéticos. Usuários e não usuários desses medicamentos foram comparados com relação às variáveis de estudo, com base no teste do qui-quadrado de Pearson. As hipóteses de associação foram testadas por meio do modelo de regressão de Poisson, com variância robusta, que estimam a razão de prevalência e respectivo intervalo de confiança 95%. Considerou-se o nível de significância de 5% para definição da associação independente, tendo a análise dos dados sido realizada com o programa Stata®, versão 14. Resultados: A prevalência de HAS e DM foi de 31,8% e 10,7%, respectivamente. Os anti-hipertensivos mais utilizados foram aqueles de ação sobre o sistema renina-angiotensina (42,5%) e os diuréticos (30,7%); os princípios ativos mais frequentes foram a hidroclorotiazida (23,2%), a losartana (19,9%) e o captopril (10,4%). Entre os antidiabéticos, os hipoglicemiantes orais foram os mais utilizados (86,8%), sendo a metformina (69,7%) e a glibenclamida (26,5%) os princípios ativos predominantes. A proporção de indivíduos hipertensos que relatou não fazer uso de medicamento para HAS foi 27,2% e 25,4% dos diabéticos relataram que não terem utilizado antidiabéticos. A não utilização de anti-hipertensivos foi significativamente menor entre os idosos e entre aqueles com duas ou mais doenças crônicas; por outro lado, ela aumentou significativamente e consistentemente com a elevação do nível escolaridade e foi mais frequente entre os que eram afiliados a plano de saúde. Nenhuma variável foi independentemente associada à não utilização de antidiabéticos. Conclusão: Nossos resultados mostraram que os hipertensos e diabéticos cadastrados junto a ESF utilizaram medicamentos disponibilizados pelo SUS, mas que cerca de um quarto deles não fizeram de fármacos para o controle dessas doenças. Os serviços de saúde devem estar atentos para os adultos, sem comorbidade, de escolaridade mais elevada e que não consultam o médico há mais de 12 meses, pois revelaram-se a parcela da população em que a não utilização de anti-hipertensivos foi significativamente maior.
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Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, desenvolvido junto a 1.100 participantes, selecionados aleatoriamente. Foi estimada a prevalência de HAS e DM na população total de estudo, e entre os hipertensos e/ou diabéticos, identificou-se os anti-hipertensivos e antidiabéticos consumidos, e investigou-se a fatores associados a não utilização de anti-hipertensivos e antidiabéticos. Usuários e não usuários desses medicamentos foram comparados com relação às variáveis de estudo, com base no teste do qui-quadrado de Pearson. As hipóteses de associação foram testadas por meio do modelo de regressão de Poisson, com variância robusta, que estimam a razão de prevalência e respectivo intervalo de confiança 95%. Considerou-se o nível de significância de 5% para definição da associação independente, tendo a análise dos dados sido realizada com o programa Stata®, versão 14. Resultados: A prevalência de HAS e DM foi de 31,8% e 10,7%, respectivamente. Os anti-hipertensivos mais utilizados foram aqueles de ação sobre o sistema renina-angiotensina (42,5%) e os diuréticos (30,7%); os princípios ativos mais frequentes foram a hidroclorotiazida (23,2%), a losartana (19,9%) e o captopril (10,4%). Entre os antidiabéticos, os hipoglicemiantes orais foram os mais utilizados (86,8%), sendo a metformina (69,7%) e a glibenclamida (26,5%) os princípios ativos predominantes. A proporção de indivíduos hipertensos que relatou não fazer uso de medicamento para HAS foi 27,2% e 25,4% dos diabéticos relataram que não terem utilizado antidiabéticos. A não utilização de anti-hipertensivos foi significativamente menor entre os idosos e entre aqueles com duas ou mais doenças crônicas; por outro lado, ela aumentou significativamente e consistentemente com a elevação do nível escolaridade e foi mais frequente entre os que eram afiliados a plano de saúde. Nenhuma variável foi independentemente associada à não utilização de antidiabéticos. Conclusão: Nossos resultados mostraram que os hipertensos e diabéticos cadastrados junto a ESF utilizaram medicamentos disponibilizados pelo SUS, mas que cerca de um quarto deles não fizeram de fármacos para o controle dessas doenças. Os serviços de saúde devem estar atentos para os adultos, sem comorbidade, de escolaridade mais elevada e que não consultam o médico há mais de 12 meses, pois revelaram-se a parcela da população em que a não utilização de anti-hipertensivos foi significativamente maior.Objective: To characterize the use of medication for Systemic Arterial Hypertension (SAH) and Diabetes Mellitus (DM) in the adult population (20 years or older), covered by the Family Health Strategy (FHS) and to investigate the factors associated with its non-use. Methodology: This is a cross-sectional study, carried out with 1,100 participants, selected at random. The prevalence of SAH and DM in the total study population was estimated, and among hypertensive and / or diabetic patients, the antihypertensive and anti-diabetic drugs consumed were identified and factors associated with the non-use of antihypertensives and antidiabetics drugs were invetigated. Users and non-users of medications were compared regarding the study variables, based on Pearson's chi-square test. The association hypotheses were tested using the Poisson regression model, with robust variance, which estimates the prevalence ratio and the respective 95% confidence interval. The significance level of 5% was considered to define the independent association, and the data analysis was performed using the Stata® program, version 14. Results: The prevalence of SAH and DM was 31.8% and 10.7 %, respectively. The most used antihypertensives were those with action on the renin-angiotensin system (42.5%) and diuretics (30.7%); the most frequent active ingredients were hydrochlorothiazide (23.2%), losartan (19.9%) and captopril (10.4%). Among antidiabetics, oral hypoglycemic agents are the most used (86.8%), with metformin (69.7%) and glibenclamide (26.5%) being the predominant active ingredients. The proportion of hypertensive individuals who reported not using medication for SAH was 27.2% and 25.4% of diabetics reported that they had not used antidiabetics. The non-use of antihypertensive drugs was significantly lower among the elderly and among those with two or more chronic diseases; on the other hand, it increased significantly and consistently with the increase in education level and was more frequent among those who were affiliated with health insurance. No variable was independently associated with not using antidiabetics. Conclusion: Our results showed that hypertensive and diabetic patients registered with the FHS used drugs made available by SUS, but that about a quarter of them did not use drugs to control these diseases. The health services should be attentive to adults, without comorbidity, with higher schooling and who have not consulted the doctor for more than 12 months, as they revealed the portion of the population in which the non use of anti hypertensive drugs was significantly higher.CAPESFundação Oswaldo Cruz. Instituto Rene Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porHipertensão Arterial SistêmicaDiabetes MellitusUso de medicamentosTratamento farmacológicoUso de medicamentos para hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus: um estudo de base populacionalinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2020Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Rene Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilUniversidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, MG, BrasilMestrado AcadêmicoBelo Horizonte, MG, BrasilFundação Oswaldo Cruz. Instituto Rene Rachou. Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-83082https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43538/1/license.txt9193a7c197bc67acd023525e72a03240MD51ORIGINALD_2020_ Priscila Tegethoff Motta Santos.pdfD_2020_ Priscila Tegethoff Motta Santos.pdfapplication/pdf1098133https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43538/2/D_2020_%20Priscila%20Tegethoff%20Motta%20Santos.pdff39446d6b37d4b4d6ac68b5b54aeff04MD52TEXTD_2020_ Priscila Tegethoff Motta Santos.pdf.txtD_2020_ Priscila Tegethoff Motta Santos.pdf.txtExtracted texttext/plain132811https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/43538/3/D_2020_%20Priscila%20Tegethoff%20Motta%20Santos.pdf.txt3ff85301a5b134feb0122eee02482a76MD53icict/435382022-02-10 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