Consequências do cuidado à pessoa com transtorno mental na vida das mulheres

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lins, Aryadne Castelo Branco Correia
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58720
Resumo: O presente trabalho analisa as consequências do cuidado de pessoas com transtorno mental na vida das mulheres que cuidam. O estudo foi desenvolvido a partir da realização de técnicas qualitativas, sendo estas a pesquisa bibliográfica em livros, teses, dissertações, artigos, entre outros, e a empírica, por meio da realização de entrevistas semiestruturadas e de registros em diário de campo. Para alcançarmos o nosso objetivo, buscamos entender o cuidado como atividade fundamental para o desenvolvimento da vida humana e o compreendendo enquanto atividade majoritariamente feminina, não remunerada, sem reconhecimento social e inscrita na divisão sexual do trabalho. Abordamos que diante da desresponsabilização do Estado – em sua configuração neoliberal —, as mulheres assumem o trabalho de cuidados, no caso de nossa pesquisa, o trabalho de cuidado de pessoas com transtornos mentais acompanhadas por um Centro de Atenção Psicossocial do Recife. Embora sejam significativos os avanços da Política de Saúde Mental no Brasil, principalmente a partir das lutas construídas pelo movimento de Reforma Psiquiátrica e pela mobilização do Movimento dos (as) Trabalhadores (as), usuárias (os) e familiares de Saúde Mental – cuja expressão fundamental é a luta pela substituição do modelo asilar hospitalocêntrico, algumas contradições são forjadas. Neste sentido, o Estado assume parcialmente essas demandas e acaba por transferir historicamente as responsabilidades para os setores filantrópicos, para o mercado e, sobretudo, para as famílias. No âmbito da família, recai sobre as mulheres o trabalho de cuidado. Na realidade estudada, evidenciamos que as mulheres em sua maioria são idosas, negras, em um contexto de vulnerabilidade socioeconômica, têm suas vidas profundamente impactadas no exercício do trabalho de cuidados por meio da exaustão física, adoecimento mental, ausência de vida social, dificuldade no exercício do trabalho remunerado, entre outros.
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Para alcançarmos o nosso objetivo, buscamos entender o cuidado como atividade fundamental para o desenvolvimento da vida humana e o compreendendo enquanto atividade majoritariamente feminina, não remunerada, sem reconhecimento social e inscrita na divisão sexual do trabalho. Abordamos que diante da desresponsabilização do Estado – em sua configuração neoliberal —, as mulheres assumem o trabalho de cuidados, no caso de nossa pesquisa, o trabalho de cuidado de pessoas com transtornos mentais acompanhadas por um Centro de Atenção Psicossocial do Recife. Embora sejam significativos os avanços da Política de Saúde Mental no Brasil, principalmente a partir das lutas construídas pelo movimento de Reforma Psiquiátrica e pela mobilização do Movimento dos (as) Trabalhadores (as), usuárias (os) e familiares de Saúde Mental – cuja expressão fundamental é a luta pela substituição do modelo asilar hospitalocêntrico, algumas contradições são forjadas. Neste sentido, o Estado assume parcialmente essas demandas e acaba por transferir historicamente as responsabilidades para os setores filantrópicos, para o mercado e, sobretudo, para as famílias. No âmbito da família, recai sobre as mulheres o trabalho de cuidado. Na realidade estudada, evidenciamos que as mulheres em sua maioria são idosas, negras, em um contexto de vulnerabilidade socioeconômica, têm suas vidas profundamente impactadas no exercício do trabalho de cuidados por meio da exaustão física, adoecimento mental, ausência de vida social, dificuldade no exercício do trabalho remunerado, entre outros.The present study aims to analyse the consequences of the care for mental disorders people in the female caregivers' lives. It was undertaken a qualitative study, comprising bibliographic research in books, thesis, dissertations, journal articles, among others, and empirical research, through semi-structured interviews and field diary records. In order to achieve our goal, we understand the care as a fundamental activity for the development of human life and assume it as a predominantly unpaid female activity, without social recognition and registered in the gender division of labor. Since the State lack of responsibility - in its neoliberal configuration, women assume the care work, in our study research the care work for mental disorders people accompanied by a Psychosocial Care Center in Recife. The advances in Mental Health Policy in Brazil are significant, mainly based on the struggles built by the Psychiatric Reform movement and the mobilization of the Movement of Workers(s). Users and relatives of Mental Health fundamental struggles are to replace the hospital-centred asylum model. Despite that, some contradictions are forged. In this sense, the government partially assumes these demands and ends up historically transferring responsibilities to the philanthropic sectors, to the market and, above all, to their families. Within the family, women assume the care work. In the studied context, we show that women are mostly elderly, black, in a context of socioeconomic vulnerability. The care work profoundly impacts their lives through physical exhaustion, mental illness, absence of social life, difficulty on assuming a paid work, among others.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.porConsequências do cuidado à pessoa com transtorno mental na vida das mulheresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2021Instituto Aggeu MagalhãesFundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Aggeu Magalhães. Recife, PE, Brasil.SOS Corpo/Instituto Feminista para a DemocraciaMestrado AcadêmicoRecife/PEPrograma de Pós-Graduação em Saúde PúblicaCuidadoresMulheresSaúde Mentalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/58720/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALaryadne_lins_iam_mest_2021.pdfaryadne_lins_iam_mest_2021.pdfapplication/pdf1262212https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/58720/2/aryadne_lins_iam_mest_2021.pdf540dd8b779cfc2205689a70b468bea18MD52icict/587202023-10-03 11:24:24.322oai:www.arca.fiocruz.br:icict/58720Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-10-03T14:24:24Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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