Agite antes de usar... A promoção da saúde em programas brasileiros de promoção da atividade física: o caso do agita São Paulo
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4421 |
Resumo: | A Promoção da Saúde, ideário que vem sendo adotado como referência para ações e políticas no campo da saúde, apresenta-se em diferentes roupagens, o que denota sua maleabilidade a diferentes projetos de sociedade. Sendo assim, é importante analisar as iniciativas que vêm sendo adotadas sob sua égide, entre as quais se destacam as de promoção da atividade física, como o programa Agita São Paulo. O objetivo deste estudo foi investigar a relação de compromisso desse programa com a Promoção da Saúde, analisando sua base teórica, estratégias e discursos. Para isso, além de me pautar em três idéias-chave da Promoção da Saúde como categorias de análise (risco, desmedicalização e empowerment), vali-me do método indiciário (Ginzburg, 1989) e da operacionalização proposta por Greimas (Cardoso, 1997) derivada da semiótica. Por meio dessas ferramentas analíticas e de dois ‘mapas estruturais’ de Promoção da Saúde (Beattie, 1991; Caplan, 1993), busquei desvelar estruturas narrativas e essências não explicitadas do Agita São Paulo. Embora tenha tomado como eixo central de análise o filme institucional do Agita São Paulo, a ele foi acrescido todo e qualquer documento produzido pelo programa ou por seus principais atores. Identifiquei que, para o Agita São Paulo, o risco preexiste na natureza e pode ser determinado racionalmente por meio do conhecimento científico objetivo. Sua principal estratégia consiste em chamar o indivíduo à razão, prescrevendo-lhe comportamentos objetivamente moldados pela epidemiologia como a solução para seus problemas de saúde. Assim, o sedentário é culpabilizado, problemas sociais biologizados e tratados como questão individual. Fortemente arraigado no modelo biomédico, o Agita São Paulo trata o sedentarismo como doença e a atividade física como vacina, medicalizando o cotidiano. Além disso, estabelece uma relação de ‘poder sobre’ os destinatários de suas ações, revelando-se um programa autoritário e conservador. O programa funda-se numa concepção funcionalista de sociedade e, embora se mantenha à sombra da ‘Nova Promoção da Saúde’, tem suas raízes fincadas em uma abordagem comportamentalista. Por tudo isso, se a Promoção da Saúde é um ideário capaz de viabilizar mudanças sociais, o Agita São Paulo não pode ser citado e muito menos desenvolvido sob sua chancela. Por outro lado, se o Agita São Paulo é visto como iniciativa de Promoção da Saúde, então ela não pode ser vista como alternativa de transformação das condições de saúde da população brasileira. |
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Ferreira, Marcos SantosAlmeida, Maria Helena Cabral de AlmeidaCastiel, Luis David2012-09-05T18:23:52Z2012-09-05T18:23:52Z2008FERREIRA, Marcos Santos. Agite antes de usar... A promoção da saúde em programas brasileiros de promoção da atividade física: o caso do agita São Paulo. 2008. 252 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2008.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4421A Promoção da Saúde, ideário que vem sendo adotado como referência para ações e políticas no campo da saúde, apresenta-se em diferentes roupagens, o que denota sua maleabilidade a diferentes projetos de sociedade. Sendo assim, é importante analisar as iniciativas que vêm sendo adotadas sob sua égide, entre as quais se destacam as de promoção da atividade física, como o programa Agita São Paulo. O objetivo deste estudo foi investigar a relação de compromisso desse programa com a Promoção da Saúde, analisando sua base teórica, estratégias e discursos. Para isso, além de me pautar em três idéias-chave da Promoção da Saúde como categorias de análise (risco, desmedicalização e empowerment), vali-me do método indiciário (Ginzburg, 1989) e da operacionalização proposta por Greimas (Cardoso, 1997) derivada da semiótica. Por meio dessas ferramentas analíticas e de dois ‘mapas estruturais’ de Promoção da Saúde (Beattie, 1991; Caplan, 1993), busquei desvelar estruturas narrativas e essências não explicitadas do Agita São Paulo. Embora tenha tomado como eixo central de análise o filme institucional do Agita São Paulo, a ele foi acrescido todo e qualquer documento produzido pelo programa ou por seus principais atores. Identifiquei que, para o Agita São Paulo, o risco preexiste na natureza e pode ser determinado racionalmente por meio do conhecimento científico objetivo. Sua principal estratégia consiste em chamar o indivíduo à razão, prescrevendo-lhe comportamentos objetivamente moldados pela epidemiologia como a solução para seus problemas de saúde. Assim, o sedentário é culpabilizado, problemas sociais biologizados e tratados como questão individual. Fortemente arraigado no modelo biomédico, o Agita São Paulo trata o sedentarismo como doença e a atividade física como vacina, medicalizando o cotidiano. Além disso, estabelece uma relação de ‘poder sobre’ os destinatários de suas ações, revelando-se um programa autoritário e conservador. O programa funda-se numa concepção funcionalista de sociedade e, embora se mantenha à sombra da ‘Nova Promoção da Saúde’, tem suas raízes fincadas em uma abordagem comportamentalista. Por tudo isso, se a Promoção da Saúde é um ideário capaz de viabilizar mudanças sociais, o Agita São Paulo não pode ser citado e muito menos desenvolvido sob sua chancela. Por outro lado, se o Agita São Paulo é visto como iniciativa de Promoção da Saúde, então ela não pode ser vista como alternativa de transformação das condições de saúde da população brasileira.Health Promotion is a set of ideas that has been serving as a reference for a number actions and policies in the health field. It can be presented in different makeovers, which demonstrates how adjustable it is to different projects of society. Hence the importance of analyzing the initiatives developed under the influence of Health Promotion, among which physical activity promotion initiatives such as Agita São Paulo. The purpose of the present study was to investigate the commitment of Agita São Paulo with the Health Promotion, by means of analysing the theoretical basis, strategies and discourse of the initiative. Striving to unveil narrative structures and unrevealed essences of Agita São Paulo, I took three key ideas of Health Promotion as analysis categories (risk, demedicalization and empowerment), and used a sign-based method (Ginzburg, 1989) as well as the operationalization derived from semiotics proposed by Greimas (Cardoso, 1997) plus the two ‘structural maps’ of Health Promotion (Beattie, 1991; Caplan, 1993). Although Agita São Paulo’s institutional film was taken as the core object of analysis, each and every document produced either by the program or by its main actors was taken into account as well. I identified that in the view of Agita São Paulo, risk preexists in nature and can be rationally determined by objective scientific knowledge. The main strategy of the program consists of a call to rationality, with prescriptions of a set of behaviors objectively determined by epidemiology as the answer for all health problems. Thus, sedentary people are blamed, social problems are reduced to a biological perspective and dealt with as individual matters. Being strongly based on a biomedical model, Agita São Paulo treats sedentarism as illness and physical activity as vaccine, medicalizing daily life. Besides, the program establishes a power-over relationship with target audience, revealing itself as an authoritarian and conservative program. Agita São Paulo is based on a functionalist notion of society and despite the fact that it lies under the shadow of the “New Health Promotion”, it is deeply rooted in a comportamentalist perspective. The conclusion is that if Health Promotion can inspire social change, Agita São Paulo cannot be mentioned much less sponsored by Health Promotion. On the other hand, if Agita São Paulo is seen as a Health Promotion initiative, then Health Promotion cannot be seen as an alternative aimed at transforming the health conditions of the Brazilian population.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porExercício FísicoPolíticas PúblicasRiscoMedicalizaçãoEmpoderamentoExercisePublic PolicyRiskLife StylePower, PsychologicalHealth PromotionGovernment ProgramsExercício FísicoPolítica PúblicaRiscoEstilo de VidaPoder PsicológicoPromoção da SaúdeProgramas GovernamentaisAgite antes de usar... A promoção da saúde em programas brasileiros de promoção da atividade física: o caso do agita São PauloIt agitates before use... The promotion of the health in Brazilian programs of promotion of the physical activity: the case of it agitates São Pauloinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4421/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Marcos_Ferreira_ENSP_2008.pdfapplication/pdf3252046https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4421/2/ve_Marcos_Ferreira_ENSP_2008.pdfbdb0ebd18912080e2e8cf68325168579MD52TEXT313.pdf.txt313.pdf.txtExtracted texttext/plain677478https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4421/5/313.pdf.txt3e010ff47cec4a2f1f4a5a5652140630MD55ve_Marcos_Ferreira_ENSP_2008.pdf.txtve_Marcos_Ferreira_ENSP_2008.pdf.txtExtracted texttext/plain677478https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4421/6/ve_Marcos_Ferreira_ENSP_2008.pdf.txt3e010ff47cec4a2f1f4a5a5652140630MD56THUMBNAIL313.pdf.jpg313.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1374https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4421/4/313.pdf.jpg98596a4caf1f30d6da3c510c3435b181MD54icict/44212023-01-19 15:11:13.905oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4421Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-19T18:11:13Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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