Educação em saúde bucal: uma análise do conhecimento do usuário sobre saúde bucal em uma USF no município do Bonito - PE

• Autor(a) principal: Poroca, Anajara de Souza
• Data de Publicação: 2008
• Outros Autores: Costa Junior, Manoel Marques, César, Maria Isis Silva de Albuquerque
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/29763
• topic: Estratégia Saúde da Família; Política Nacional de Saúde Bucal; Modelo de atenção em Saúde; Educação em Saúde; Saúde Bucal Coletiva; Family Health Strategy; National Policy for Oral Health; Model in Health Care; Health Education; Collective Oral Health; Saúde bucal; Educação em Saúde Bucal; Serviços de Saúde Bucal

Os avanços ocorridos na atenção à saúde da população brasileira desde a época do movimento da reforma sanitária até fatos mais recentes como a implantação dos programas de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), de Saúde da Família (PSF), e a própria Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB), que tem o objetivo de reorganizar o modelo de atenção à saúde bucal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e possibilitar um maior acesso da população às ações de saúde bucal com a inserção do cirurgião-dentista nas equipes do PSF, bem como, as reformas curriculares ocorridas nas universidades, não colaboraram o suficiente para romper com o modelo de atenção hegemônico, estritamente curativo, bancário por excelência e que não tem apresentado resultados para contribuir no sentido de que se alcancem níveis de saúde bucal desejáveis. Neste sentido, para que se possa intervir de maneira efetiva na melhoria da saúde bucal da população objetivando a redefinição do atual modelo assistencial, torna-se imprescindível educar para a saúde, considerando os aspectos de natureza cultural e antropológica em que vivem as comunidades. Enfim, conhecer sua realidade e suas concepções à cerca do processo saúde-doença. O presente estudo foi desenvolvido com o intuito de conhecer os entendimentos sobre saúde bucal detidos pela população do Distrito de Bentivi, localizado no município de Bonito-PE, os principais problemas, métodos preventivos utilizados, a relevância da conservação dos elementos dentários, entre outros, e ainda estabelecer as relações entre as variáveis: nível de escolaridade e renda familiar. E para tal contou-se com a participação de oito Agentes comunitários de Saúde (ACSs), que atuam no PSF-Jací Carneiro Leão, localizado no referido Distrito os quais contribuíram como entrevistadores, valendo-se de uma entrevista semi-estruturada, aplicada nas residências das famílias selecionadas por conveniência entre as mais predisposta à colaborar e participar do presente estudo, somando um total de 44 famílias. Os dados foram analisados utilizando-se como instrumento de análise o EPINFO - versão DOS 6.04. E analisando-se os dados percebeu-se que as variáveis nível de escolaridade, (67 por cento entre analfabetos e 1º grau menor) e renda familiar (60 por cento recebendo menos de 1 salário mínimo/mês) foram fatores preponderantes sobre o grau de conhecimento dos usuários à cerca dos problemas de saúde bucal. Visto que através de suas repostas a maioria dos entrevistados revelaram um pequeno e inadequado conhecimento sobre saúde bucal. Os resultados obtidos com a realização deste estudo servirão de subsídios para a gestão municipal que ao apropriar-se do grau de conhecimento dos usuários de sua rede de atenção, deverá utilizar estes dados para o embasamento de propostas de intervenções voltadas para o fortalecimento das práticas de educação em saúde bucal coletiva, uma vez que os resultados aqui apresentados expressam a necessidade de adoção destas práticas, ressaltando sua importância na perspectiva da construção de uma consciência sanitária em que se conjuguem os saberes popular e o científico, neste sentido, torna-se essencial que os cirurgiões-dentistas inseridos na atenção básica dos municípios somem esforços com vistas à reorganização da assistência meramente curativa, e introduzam em seu cotidiano praticas de atenção menos centralizadoras, devendo a educação em saúde bucal coletiva ser considerada tão essencial quanto o conhecimento dos procedimentos clínicos básicos