Apoio social a familiares de vítimas de homicídio no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro: silêncio, invisibilidade e ausência de políticas públicas de atenção
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46329 |
Resumo: | Esta tese analisa o apoio social a familiares de vítimas de homicídio, tendo como cenário uma região com alto índice de homicídios no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Partiuse do pressuposto de que há uma distribuição desigual de apoio social aos familiares de vítimas de homicídio em decorrência do não reconhecimento social da perda e do luto por homicídio como situações legítimas de sofrimento, reflexo de preconceitos raciais e de classe, da estigmatização e da exclusão social e moral das principais vítimas de homicídio e de seus familiares no contexto brasileiro. Trata-se de um estudo qualitativo ancorado na análise de narrativas e que adotou uma abordagem dialógica na análise dos dados. Os resultados e discussão estão desenvolvidos em quatro artigos: 1) Repercussões do homicídio em famílias de vítimas: uma revisão da literatura; 2) O apoio social no enfrentamento do estigma e da exclusão social e moral dosfamiliares de vítimas de homicídio no Brasil; 3) Apoio institucional a famílias de vítimas de homicídio: análise das concepções de profissionais da saúde e assistência social; 4) Apoio social aos familiares de vítimas no contexto da perda por homicídio. Conclui-se que as vítimas de homicídio carregam um estigma que é atualizado na experiência de seus familiares ao reforçar a invisibilidade de suas vidas, a negação do sofrimento, a falta de apoio, e a produção de um luto não legitimado socialmente. Os serviços de saúde e assistência social, com grande relevância na atenção aos afetados pela violência dos homicídios, não estão preparados para atender as necessidades dos familiares de vítimas, entre outros fatores, pela perpetuação do estigma da morte por homicídio na atuação profissional e pela cronicidade da violência nesses territórios onde trabalham e, às vezes, vivem. O apoio aos familiares provém, principalmente, de suas redes de relações informais, embora, muitas vezes, tenham vivenciado situações de desamparo e de indiferença em relação à magnitude do evento. No âmbito das relações comunitárias, o apoio aos familiares é fortemente impactado pelos recorrentes eventos violentos que produzem uma atmosfera de desconfiança entre os membros da comunidade, dificultando a construção de relações de confiança e de solidariedade. Ressalta-se a importância da atuação do Estado no fomento à elaboração de estratégias de cuidado que rompam com o processo de exclusão e omissão ao qual estão submetidos os familiares de vítimas de homicídio. Estratégias essas que deverão ser construídas e postas em prática através da ação integrada entre sistemas formais e informais que funcionem de modo articulado constituindo uma efetiva rede de apoio social. |
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Costa, Daniella Harth daSouza, Edinilsa Ramos deNjaine, Kathie2021-03-11T01:52:40Z2021-03-11T01:52:40Z2020COSTA, Daniella Harth da. Apoio social a familiares de vítimas de homicídio no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro: silêncio, invisibilidade e ausência de políticas públicas de atenção. 2020. 159 f. Tese (Doutorado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/46329Esta tese analisa o apoio social a familiares de vítimas de homicídio, tendo como cenário uma região com alto índice de homicídios no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Partiuse do pressuposto de que há uma distribuição desigual de apoio social aos familiares de vítimas de homicídio em decorrência do não reconhecimento social da perda e do luto por homicídio como situações legítimas de sofrimento, reflexo de preconceitos raciais e de classe, da estigmatização e da exclusão social e moral das principais vítimas de homicídio e de seus familiares no contexto brasileiro. Trata-se de um estudo qualitativo ancorado na análise de narrativas e que adotou uma abordagem dialógica na análise dos dados. Os resultados e discussão estão desenvolvidos em quatro artigos: 1) Repercussões do homicídio em famílias de vítimas: uma revisão da literatura; 2) O apoio social no enfrentamento do estigma e da exclusão social e moral dosfamiliares de vítimas de homicídio no Brasil; 3) Apoio institucional a famílias de vítimas de homicídio: análise das concepções de profissionais da saúde e assistência social; 4) Apoio social aos familiares de vítimas no contexto da perda por homicídio. Conclui-se que as vítimas de homicídio carregam um estigma que é atualizado na experiência de seus familiares ao reforçar a invisibilidade de suas vidas, a negação do sofrimento, a falta de apoio, e a produção de um luto não legitimado socialmente. Os serviços de saúde e assistência social, com grande relevância na atenção aos afetados pela violência dos homicídios, não estão preparados para atender as necessidades dos familiares de vítimas, entre outros fatores, pela perpetuação do estigma da morte por homicídio na atuação profissional e pela cronicidade da violência nesses territórios onde trabalham e, às vezes, vivem. O apoio aos familiares provém, principalmente, de suas redes de relações informais, embora, muitas vezes, tenham vivenciado situações de desamparo e de indiferença em relação à magnitude do evento. No âmbito das relações comunitárias, o apoio aos familiares é fortemente impactado pelos recorrentes eventos violentos que produzem uma atmosfera de desconfiança entre os membros da comunidade, dificultando a construção de relações de confiança e de solidariedade. Ressalta-se a importância da atuação do Estado no fomento à elaboração de estratégias de cuidado que rompam com o processo de exclusão e omissão ao qual estão submetidos os familiares de vítimas de homicídio. Estratégias essas que deverão ser construídas e postas em prática através da ação integrada entre sistemas formais e informais que funcionem de modo articulado constituindo uma efetiva rede de apoio social.This thesis analyzes the social support to homicide victims\2019 families, in a high homicide rate region located in the municipality of São Gonçalo, Rio de Janeiro. It was assumed that there is an unequal distribution of social support to homicide victims\2019 families due to the lack of social recognition of the loss and the mourning for homicide as legitimate situations of suffering, reflecting racial and class prejudices, stigmatization and the social and moral exclusion of the main homicide victims and their families in the Brazilian context. This is a qualitative study anchored in the analysis of narratives and a dialogical approach to data analysis was adopted. The results and discussion are developed in four articles: 1) Repercussions of homicide on victims\2019 families: a literature review; 2) Social support to break stigma and social and moral exclusion of homicide victims\2019 families; 3) Institutional support to homicide victims\2019 families: analysis of the conceptions of health and social care professionals; 4) Social support for victims\2019 families in the context of loss by homicide. It is concluded that the homicide victims carry a stigma that is updated in the experience of their family members by reinforcing the invisibility of their lives, the denial of suffering, the lack of support, and the production of disenfranchised grief. The health and social assistance services, with great relevance in caring for those affected by homicide violence, are not prepared to meet the needs of the victims\2019 families, among other factors, due to the perpetuation of the homicide stigma in professional practice and the chronicity violence in those territories where they work and sometimes live. Support for family members comes mainly from their informal networks, although they have often experienced situations of helplessness and indifference in relation to the magnitude of the event. In the context of community relations, support for family members is strongly impacted by the recurring violent events that produce an atmosphere of distrust among members of the community, making it difficult to build trust and solidarity relationships. The importance of the government 's role in fostering the development of care strategies that break with the process of exclusion and omission to which relatives of homicide victims are subjected is emphasized. These strategies must be built and put into practice through integrated action between formal and informal systems that work in an articulated manner, constituting an effective social support network.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHomicídioViolênciaFamíliaApoio SocialRede de Apoio SocialHomicideViolenceFamilySocial SupportSocial NetworkingPublic PolicySocial MarginalizationHomicídioViolênciaFamíliaApoio SocialRede SocialPolítica PúblicaMarginalização SocialPesquisa QualitativaNarrativa PessoalPreconceitoEstigma SocialApoio social a familiares de vítimas de homicídio no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro: silêncio, invisibilidade e ausência de políticas públicas de atençãoSocial support for family members of homicide victims in the municipality of São Gonçalo, Rio de Janeiro: silence, invisibility and absence of public health care policiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2020-05-14Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46329/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALdaniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdfdaniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdfapplication/pdf1632970https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46329/2/daniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdf6cc6e6639bcbac8b4cda49cb19c21dddMD52TEXTdaniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdf.txtdaniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdf.txtExtracted texttext/plain432964https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/46329/3/daniella_harth_costa_ensp_dout_2020.pdf.txtf9d720fa0e939b6c0f07ae5b659d0640MD53icict/463292021-03-11 02:15:34.584oai:www.arca.fiocruz.br:icict/46329Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-03-11T05:15:34Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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