Problemas de saúde, vulnerabilidades socioambientais e estratégias de resposta e adaptação à seca no semiárido brasileiro: um estudo de caso em Castelo do Piauí/PI

• Autor(a) principal: Lima, Larissa Cardoso Gomes de
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Freitas, Carlos Machado de, Pedroso, Marcel de Moraes
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38212
• topic: Seca; Semiárido; Ameaça de desastre; Vulnerabilidade socioambiental; Problemas de saúde

A seca afeta diversos países no mundo. No Brasil, esse fenômeno torna-se uma ameaça de desastre para populações em situação de vulnerabilidade socioambiental que residem no semiárido. Este estudo visa compreender problemas de saúde, vulnerabilidades socioambientais e estratégias de resposta e adaptação relacionados à seca em Castelo do Piauí, um município localizado no semiárido piauiense e cronicamente afetado pelas secas. Através de um estudo de caso qualitativo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com atores sociais locais, complementadas por observações não estruturadas em campo sobre o contexto ambiental, socioeconômico e de saúde do município. O material obtido foi interpretado por meio da Análise do Discurso, na perspectiva das Ciências Sociais. Foi possível identificar efeitos diretos e indiretos da seca na saúde humana, como doenças gastrointestinais de veiculação hídrica, desnutrição e doenças do trato respiratório. Também foram observadas vulnerabilidades socioambientais manifestas, por exemplo, na dificuldade de acesso a serviços de saúde, na evasão escolar e na degradação do solo. No que concerne às formas de lidar com a seca, percebe-se que a migração continua sendo uma estratégia muito utilizada. Todavia, a expansão de políticas sociais, como os programas Um Milhão de Cisternas, Bolsa Família, Estratégia Saúde da Família e a Aposentadoria Rural, foi vista como crucial para a redução de problemas de saúde relacionados à seca. A última seca no município foi apontada como a mais extensa nos últimos cem anos, mas seus efeitos na saúde humana foram considerados menos intensos comparados aos das secas anteriores devido, em grande parte, a políticas sociais ampliadas ao longo das duas últimas décadas. Porém, as vulnerabilidades identificadas dificultam a capacidade de lidar com as secas, sobretudo para pequenos produtores rurais, idosos e crianças residentes na zona rural.