Investigação da demanda de material didático sobre o diagnóstico laboratorial de Doença de Chagas para microscopistas de base do Estado do Pará

• Autor(a) principal: Castro, Rejane Seila da Silva
• Data de Publicação: 2015
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34755
• topic: Materiais Educativos e de Divulgação; Doença de Chagas; Microscopia; Trypanosoma cruzi

Notificações de Doença de Chagas aguda (DCHA) no Brasil continuam ocorrendo, apesar do sucesso no controle vetorial do Triatoma infestans. A grande maioria dos casos de DCHA notificados no Brasil concentra-se nos estados da Amazônia Legal, especialmente no Estado do Pará. Nesse sentido, o Estado do Pará registrou, entre os anos 2007 e 2014, 1215 casos, a maioria em forma de surto. Dessa forma, em 2007, foi implantado um plano de trabalho, juntamente com o Ministério da Saúde, embasando as vigilâncias sanitária, entomológica, laboratorial, educação, mobilização social, reservatórios animais, atenção básica e gestão. No que se refere às atividades de laboratório, foi preconizado curso de capacitação, inicialmente para os microscopistas de malária, para identificação do T. cruzi. Para tal, 10 microscopistas do Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN) foram capacitados por profissionais inseridos no projeto em parceria com Médicos Sem Fronteiras, Laboratório de Doenças Parasitárias-IOC e a CGLAB-MS, para reconhecer formas tripomastigotas sanguíneas do T. cruzi no sangue de pacientes agudos que, posteriormente, se tornaram multiplicadores desse conhecimento para microscopistas de base (dos municípios) através de cursos de capacitação. Neste estudo, investigamos a demanda feita por microscopistas multiplicadores do LACEN sobre a necessidade de um material didático mais simplificado no âmbito da doença de Chagas aguda para os microscopistas de base pesquisa foi realizada nos municípios de Belém e Abaetetuba, pois estão entre os que mais notificam casos de DCHhA no Estado do Pará. Foram entrevistados 38 profissionais da saúde, e as entrevistas foram gravadas e transcritas para análise. Nos resultados, pode-se observar que 57% dos entrevistados utilizam manuais como fonte de informação, e que mais de 50% classificam os materiais existentes como complexos (muitos termos técnicos e pouca imagem). O grau de escolaridade dos microscopistas de base treinados foi de: 30,8% de nível fundamental, 23,1% nível médio e 7,7% de educação indígena. Com esses resultados, concluímos que há necessidade de material mais simplificado, com a utilização de imagens e emprego de termos da região, portanto, um material que seja mais adequado para atender aos microscopistas de base do Estado do Pará.