Avaliação do padrão sazonal da infecção assintomática por Leptospira spp. e das formas graves da leptospirose.

• Autor(a) principal: Sacramento, Gielson Almeida do
• Data de Publicação: 2016
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/18634
• topic: Leptospira; Sazonalidade; Leptospirose; Pluviometria; Comunidade carente urbana; Leptospira; Seasonality; Leptospirosis; Pluviometry; Urban slums

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: A leptospirose é uma zoonose, causada pela bactéria Leptospira, de ampla distribuição e elevado impacto à saúde humana. As epidemias de leptospirose no Brasil acontecem a cada ano em áreas urbanas durante o período de chuvas sazonais. Porém não existem estudos que avaliem se as formas assintomáticas e/ou subclínicas seguem este padrão estacional relacionado a precipitação. O objetivo deste trabalho é determinar a incidência de infecção assintomática e de leptospirose grave durante diferentes períodos de precipitação em Salvador. METODOLOGIA: Realizamos cinco inquéritos sorológicos estacionais em uma coorte com 3176 habitantes na comunidade de Pau da Lima, Salvador – Bahia, para identificar infecções assintomáticas por Leptospira spp (2013-2015). Identificamos as novas infecções por soroconversão ou aumento de quatro vezes no título pelo teste de micro aglutinação (MAT), entre um período estacional chuvoso e outro. A incidência de casos hospitalizados de leptospirose na cidade de Salvador foi identificada através de vigilância ativa no Hospital Couto Maia no mesmo período da coorte. Comparamos as incidências de infecções assintomáticas e casos hospitalizados durante quatro períodos de seguimento: Fevereiro a Setembro 2013, Setembro a Março de 2014, em seguida no período de Março a Agosto de 2014 e Agosto de 2014 a Março de 2015. RESULTADOS: Durante o período do estudo identificamos 249 casos de infecções assintomáticas e 196 casos de leptospirose grave. A incidência de infecções assintomáticas foi maior no período de precipitação chuvosa menor, usando regressão linear simples, 6.84 (IC95%, 5.61 - 8.24); 4.09 (IC 95%, 3.18 - 5.18), quando comparada com o período de alta precipitação de chuvosa, 4.92 (IC95%, 3.85-6.19); 2.93 (IC 95%, 2.16- 3.88). Entretanto, o período considerado chuvoso esteve significativamente associado a aumento na incidência de leptospirose grave; 3.44 (IC95%, 2.77– 4.22) no primeiro período chuvoso e 1.50 (IC95%, 1.07–.04) no seguinte periodo. CONCLUSÕES: O padrão estacional pluviométrico apresentado no estudo para infecções assintomáticas e casos hospitalizados sugerem uma perspectiva inédita no ponto de vista da infecção assintomática, trazendo com isso, uma nova lacuna na compreensão atual sobre a transmissão da leptospirose a ser preenchida e na progressão da gravidade da doença.