O tratamento da Mucopolissacaridose Tipo II: transplante de células-tronco hematopoieticas como abordagem terapêutica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Barth, Anneliese Lopes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25265
Resumo: A mucopolissacaridose tipo II (MPS II) é uma doença de depósito lisossômico causada pela deficiência da atividade da enzima iduronato-2 sulfatase, que leva ao acúmulo de glicosaminoglicanos em vários orgãos e tecidos. A MPS II possui duas apresentações clínicas distintas. A mais freqüente delas, presente em cerca de 2/3 dos casos, é a forma grave, que se apresenta com deterioração neurológica progressiva, chamada de forma neuronopática. A outra é uma forma sem comprometimento neurológico, também chamada de forma não-neuronopática. A terapia de reposição enzimática (TRE) com a idursulfase alfa recombinante é atualmente o tratamento recomendado para a MPS II. Entretanto, a TRE não ultrapassa a barreira hemato-encefálica, o que limita os resultados desta modalidade terapêutica na forma neuronopática da doença. O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) tornou-se o tratamento de escolha para a forma grave da mucopolissacaridose tipo I (MPS I), uma vez que ele é capaz de preservar a neurocognição quando critérios rígidos para a seleção dos pacientes são seguidos. Apesar dos ótimos resultados alcançados na MPS I, o TCTH não é usualmente indicado no tratamento da MPS II.Este trabalho teve por objetivo avaliar o TCTH como opção terapêutica para a forma neuronopática da MPS II, uma vez que ele seria potencialmente o único tratamento disponível atualmente capaz de proporcionar benefícios em termos neurológicos para os pacientes. Para avaliar os resultados e entender por que o TCTH tem sido rejeitado pela maioria dos especialistas, buscamos levantar todos os casos já relatados na literatura científica sobre o tema. Os dados obtidos revelaram falta de critérios na seleção dos pacientes, utilização de regimes de condicionamento e fonte de células bastante variadas, além de parâmetros de acompanhamento e desfechos de interesse pós-TCTH distintos, impossibilitando a comparação e a generalização dos resultados obtidos. Atualmente, com as altas taxas de sobrevida com enxertia, redução da toxicidade e das complicações relacionadas ao transplante, associado à seleção mais criteriosa dos pacientes, parece ser apropriado que se reconsidere o TCTH como modalidade terapêutica para a forma neuronopática da MPS II. Relatamos também um caso bem sucedido de TCTH em paciente com a forma neuronopática da MPS II. O diagnóstico pré-natal foi feito devido à história familiar de irmão e tio diagnosticados com a forma neuronopática da MPS II. Todo o acompanhamento multidisciplinar, multiprofissional e multicêntrico foi descrito. Após sete anos de acompanhamento, o paciente está saudável; apresenta peso, crescimento, perímetro cefálico e desenvolvimento motor normais para a idade. Ele apresenta sinais leves de disostose múltipla e déficit auditivo. Apesar do quociente de inteligência mensurado em sua última avaliação neuropsicológica estar aquém do esperado para a faixa etária, o mesmo encontra-se muito acima do padrão familiar dos afetados. O paciente continua apresentando ganhos cognitivos e de linguagem, é uma criança bastante funcional que freqüenta escola e tem boa qualidade de vida. Após pouco mais de uma década de experiência com a TRE e conhecendo seus benefícios e limitações, consideramos que o TCTH deva ser melhor explorado pelos especialistas e autoridades de saúde como opção terapêutica para a forma neuronopática da MPS II.
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A outra é uma forma sem comprometimento neurológico, também chamada de forma não-neuronopática. A terapia de reposição enzimática (TRE) com a idursulfase alfa recombinante é atualmente o tratamento recomendado para a MPS II. Entretanto, a TRE não ultrapassa a barreira hemato-encefálica, o que limita os resultados desta modalidade terapêutica na forma neuronopática da doença. O transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) tornou-se o tratamento de escolha para a forma grave da mucopolissacaridose tipo I (MPS I), uma vez que ele é capaz de preservar a neurocognição quando critérios rígidos para a seleção dos pacientes são seguidos. Apesar dos ótimos resultados alcançados na MPS I, o TCTH não é usualmente indicado no tratamento da MPS II.Este trabalho teve por objetivo avaliar o TCTH como opção terapêutica para a forma neuronopática da MPS II, uma vez que ele seria potencialmente o único tratamento disponível atualmente capaz de proporcionar benefícios em termos neurológicos para os pacientes. Para avaliar os resultados e entender por que o TCTH tem sido rejeitado pela maioria dos especialistas, buscamos levantar todos os casos já relatados na literatura científica sobre o tema. Os dados obtidos revelaram falta de critérios na seleção dos pacientes, utilização de regimes de condicionamento e fonte de células bastante variadas, além de parâmetros de acompanhamento e desfechos de interesse pós-TCTH distintos, impossibilitando a comparação e a generalização dos resultados obtidos. 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Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porO tratamento da Mucopolissacaridose Tipo II: transplante de células-tronco hematopoieticas como abordagem terapêuticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017Instituto Nacional de Saúde da Mulher da Criança e do Adolescente Fernandes FigueiraFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Saúde da Mulher e da CriançaMucopolissacaridoseTransplante de Células-Tronco HematopoiéticasNeurocogniçãoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/25265/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALanneliese_barth_iff_dout_2017.pdfapplication/pdf1361801https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/25265/2/anneliese_barth_iff_dout_2017.pdff61c052595caa8bb7dd019829e852383MD52TEXTanneliese_barth_iff_dout_2017.pdf.txtanneliese_barth_iff_dout_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain170025https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/25265/3/anneliese_barth_iff_dout_2017.pdf.txtbb96c966a74e588ba60beda0c80e0884MD53icict/252652018-08-15 03:02:51.919oai:www.arca.fiocruz.br:icict/25265Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-08-15T06:02:51Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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