Cuidado obstétrico durante o trabalho de parto e parto de mulheres com hipertensão na gravidez: análise secundária do estudo Nascer no Brasil
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Data de Publicação: | 2018 |
Outros Autores: | , , |
Tipo de documento: | Artigo de conferência |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38515 |
Resumo: | A hipertensão na gestação contribui significativamente para o near miss e morte materna. A maioria desses óbitos são preveníveis, associados ao atraso na assistência obstétrica e ao pouco uso de diretrizes baseadas em evidências. A taxa de cesariana é maior nas mulheres com hipertensão, mas a indução do parto é preferível, sempre que possível, por trazer menos riscos à saúde da mulher. Descrever a via de parto das mulheres com hipertensão na gestação no Brasil, identificando o excesso de cesarianas eletivas nessas mulheres, além de avaliar a relação entre a cesariana eletiva e o near miss materno (NMM). Foram utilizados dados do Estudo Nascer no Brasil, estudo nacional de base hospitalar realizado entre 2011 – 2012 incluindo 23.894 puérperas de uma amostra de 266 hospitais com ≥500 nascimentos/ano, estratificados pelas macrorregiões, localidade (capital ou interior) e fonte de pagamento. Selecionamos mulheres com diagnóstico de hipertensão, idade gestacional entre 34 – 42 semanas atendidas em hospitais públicos. Foram excluídos os casos de placenta prévia, HIV, gemelares, sofrimento fetal e apresentação não cefálica. Foi feito um modelo teórico utilizando gráfico acíclico direcionado e análise de regressão logística múltipla para avaliar a associação entre NMM e cesariana eletiva. No total 2.999 (12,6%) mulheres tinham hipertensão, 65% tiveram cesariana eletiva e 7,8% parto induzido. Foram atribuíveis à hipertensão 147 (60,5%) casos de NMM. Para a regressão logística foram incluídas 1950 mulheres das quais 54% tiveram cesariana eletiva e 10,5% parto induzido. O NMM foi mais frequente nas mulheres com cesariana eletiva (OR 2,2 IC 95% 1,1-4,5), idade ≥ 35 anos (OR 2,0; IC 95% 1,0–4,1) e primíparas (OR 2,0; IC 95% 1,1–3,9). Na análise múltipla a chance de a mulher submetida a cesariana eletiva apresentar NMM foi 2,13 (IC 95% 1,02 – 4,43), mesmo controlado por idade materna, paridade, idade gestacional ao nascimento, escolaridade e comorbidades. A hipertensão representa elevada carga de doença no Brasil, sendo a primeira causa de morbimortalidade materna. A taxa de indução de parto difere muito do encontrado em países desenvolvidos, onde se observa taxas entre 48 – 70%, mostrando uma falha na assistência obstétrica. O excesso de cesarianas sem indicação clínica pode estar associado a maior risco para a saúde dessas mulheres e seus fetos. |
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Descrever a via de parto das mulheres com hipertensão na gestação no Brasil, identificando o excesso de cesarianas eletivas nessas mulheres, além de avaliar a relação entre a cesariana eletiva e o near miss materno (NMM). Foram utilizados dados do Estudo Nascer no Brasil, estudo nacional de base hospitalar realizado entre 2011 – 2012 incluindo 23.894 puérperas de uma amostra de 266 hospitais com ≥500 nascimentos/ano, estratificados pelas macrorregiões, localidade (capital ou interior) e fonte de pagamento. Selecionamos mulheres com diagnóstico de hipertensão, idade gestacional entre 34 – 42 semanas atendidas em hospitais públicos. Foram excluídos os casos de placenta prévia, HIV, gemelares, sofrimento fetal e apresentação não cefálica. Foi feito um modelo teórico utilizando gráfico acíclico direcionado e análise de regressão logística múltipla para avaliar a associação entre NMM e cesariana eletiva. No total 2.999 (12,6%) mulheres tinham hipertensão, 65% tiveram cesariana eletiva e 7,8% parto induzido. Foram atribuíveis à hipertensão 147 (60,5%) casos de NMM. Para a regressão logística foram incluídas 1950 mulheres das quais 54% tiveram cesariana eletiva e 10,5% parto induzido. O NMM foi mais frequente nas mulheres com cesariana eletiva (OR 2,2 IC 95% 1,1-4,5), idade ≥ 35 anos (OR 2,0; IC 95% 1,0–4,1) e primíparas (OR 2,0; IC 95% 1,1–3,9). Na análise múltipla a chance de a mulher submetida a cesariana eletiva apresentar NMM foi 2,13 (IC 95% 1,02 – 4,43), mesmo controlado por idade materna, paridade, idade gestacional ao nascimento, escolaridade e comorbidades. A hipertensão representa elevada carga de doença no Brasil, sendo a primeira causa de morbimortalidade materna. A taxa de indução de parto difere muito do encontrado em países desenvolvidos, onde se observa taxas entre 48 – 70%, mostrando uma falha na assistência obstétrica. O excesso de cesarianas sem indicação clínica pode estar associado a maior risco para a saúde dessas mulheres e seus fetos.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porABRASCOHipertensãoGestaçãoNear missMorte maternaAssistência obstétricaSaúde da mulherCuidado obstétrico durante o trabalho de parto e parto de mulheres com hipertensão na gravidez: análise secundária do estudo Nascer no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2018Rio de Janeiro/RJ12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva: fortalecer o SUS, os direitos e a democraciaCongressoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38515/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALLiana_Koslinski_Maia.pdfapplication/pdf1079164https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38515/2/Liana_Koslinski_Maia.pdfea08969ce254a4824283a98068225289MD52TEXTLiana_Koslinski_Maia.pdf.txtLiana_Koslinski_Maia.pdf.txtExtracted texttext/plain8https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38515/3/Liana_Koslinski_Maia.pdf.txte48b5308c5753f7eac920bdbfd07b5eeMD53icict/385152023-01-17 10:56:18.789oai:www.arca.fiocruz.br:icict/38515Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T13:56:18Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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