Panorama da malária em crianças e adolescentes na área endêmica do Brasil entre 2003 e 2016

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Batista, Cileyda Curty
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/29532
Resumo: Malária é considerada a doença parasitária mais importante em áreas tropicais, sendo responsável por alta morbimortalidade em crianças abaixo de 5 anos na África subsaariana. Crianças tendem, independentemente das espécies infectantes, a maiores taxas de complicações, falha terapêutica e mortalidade. No Brasil, 99,5% das transmissões ocorrem na região amazônica e P. vivax é o principal agente etiológico. Os estudos sobre malária em crianças e adolescentes são escassos, apesar do crescente aumento do número de casos nessa faixa etária em vários locais da região amazônica. O conhecimento sobre o assunto provêm, em sua maioria, da África e usar estimativas baseadas em áreas onde o agente etiológico mais prevalente é diferente assim como a intensidade de transmissão se torna um problema. Por isso, esse trabalho realiza uma descrição e análise da malária afetando a população de crianças e adolescentes no Brasil visando diminuir as lacunas desse tema na literatura. Entendemos que uma estimativa confiável da prevalência é importante para orientar e monitorar o progresso em direção ao controle e eliminação na doença no país. O objetivo foi descrever a epidemiologia da malária em menores de 19 anos na região amazônica e seus estados de 2003 a 2016. Realizamos um estudo descritivo retrospectivo utilizando dados secundários. Crianças e adolescentes foram divididos por grupos etários e o número de casos, proporção e aestratificação epidemiológica de risco de malária em cada faixa etária por estado e na região endêmica como um todo foram analisados. Foram observados que 46,7% dos registros de malária da região endêmica foram em menores de 19 anos, dos quais 3% eram menores de 1 ano, 22% tinham idade de 1 a 4 anos, 26% de 5 a 9 anos, 25% entre 10 e 14 anos, 24% de 15 a 19 anos de idade De 2003 a 2015 foram registrados 262 óbitos nessa população com as crianças de 0-4 anos colaborando com 46% dos registros. O número absoluto de casos de crianças e adolescentes na região diminuiu, mas a proporção na região amazônica tende ao aumento. A proporção de casos entre grupos etários se manteve constante tanto na região amazônica quanto nos estados analisados individualmente e tanto o número de casos quanto a proporção de lactentes menores de um ano são mais baixas. O risco de transmissão da malária em crianças e adolescentes não é homogêneo na região amazônica e segue a tendência da carga de transmissão da população geral, com alguns estados tendo maior risco de transmissão para determinados grupos etários. Os óbitos diminuíram e os registros em menores de 4 anos corresponderam a metade dos óbitos. Concluímos que apesar da tendência de redução do número de casos de malária no período de 2003 a 2016, não houve diminuição na proporção de casos na faixa etária estudada, havendo, ao contrário, inclusive tendência de aumento em alguns estados. O estudo aponta para a necessidade de individualização das metas de controle, prevenção e tratamento da malária em cada região. E a disponibilidade dos dados do estudo é uma importante ferramenta para avaliar o padrão de transmissão da malária no Brasil servindo como base para estudos de prevalência mais detalhados e dispendiosos.
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O conhecimento sobre o assunto provêm, em sua maioria, da África e usar estimativas baseadas em áreas onde o agente etiológico mais prevalente é diferente assim como a intensidade de transmissão se torna um problema. Por isso, esse trabalho realiza uma descrição e análise da malária afetando a população de crianças e adolescentes no Brasil visando diminuir as lacunas desse tema na literatura. Entendemos que uma estimativa confiável da prevalência é importante para orientar e monitorar o progresso em direção ao controle e eliminação na doença no país. O objetivo foi descrever a epidemiologia da malária em menores de 19 anos na região amazônica e seus estados de 2003 a 2016. Realizamos um estudo descritivo retrospectivo utilizando dados secundários. Crianças e adolescentes foram divididos por grupos etários e o número de casos, proporção e aestratificação epidemiológica de risco de malária em cada faixa etária por estado e na região endêmica como um todo foram analisados. Foram observados que 46,7% dos registros de malária da região endêmica foram em menores de 19 anos, dos quais 3% eram menores de 1 ano, 22% tinham idade de 1 a 4 anos, 26% de 5 a 9 anos, 25% entre 10 e 14 anos, 24% de 15 a 19 anos de idade De 2003 a 2015 foram registrados 262 óbitos nessa população com as crianças de 0-4 anos colaborando com 46% dos registros. O número absoluto de casos de crianças e adolescentes na região diminuiu, mas a proporção na região amazônica tende ao aumento. A proporção de casos entre grupos etários se manteve constante tanto na região amazônica quanto nos estados analisados individualmente e tanto o número de casos quanto a proporção de lactentes menores de um ano são mais baixas. O risco de transmissão da malária em crianças e adolescentes não é homogêneo na região amazônica e segue a tendência da carga de transmissão da população geral, com alguns estados tendo maior risco de transmissão para determinados grupos etários. Os óbitos diminuíram e os registros em menores de 4 anos corresponderam a metade dos óbitos. Concluímos que apesar da tendência de redução do número de casos de malária no período de 2003 a 2016, não houve diminuição na proporção de casos na faixa etária estudada, havendo, ao contrário, inclusive tendência de aumento em alguns estados. O estudo aponta para a necessidade de individualização das metas de controle, prevenção e tratamento da malária em cada região. E a disponibilidade dos dados do estudo é uma importante ferramenta para avaliar o padrão de transmissão da malária no Brasil servindo como base para estudos de prevalência mais detalhados e dispendiosos.Malaria is considered the most important parasitic disease in tropical areas and is responsible for high morbidity and mortality in children under 5 years of age in sub-Saharan Africa. Children tend, regardless of the infecting species, to higher rates of complications, therapeutic failure and mortality. In Brazil, 99.5% of the transmission occurs in the Amazon region and P. vivax is the main etiological agent. Studies on malaria in children and adolescents are scarce, despite the growing increase in the number of cases in this age group in several places in the Amazon region. Knowledge on the subject comes mostly from Africa and using estimates based on areas where the most prevalent etiological agent as well as transmission intensity are different. Therefore, this work provides a description and analysis of malaria affecting the population of children and adolescents in Brazil, aiming at reducing the gaps in the literature. We understand that a reliable estimate of prevalence is important in guiding and monitoring progress towards disease control and elimination in the country. The aim of this study was to describe the epidemiology of malaria in children under 19 years of age in the Amazon region and its states from 2003 to 2016. We conducted a descriptive retrospective study using secondary data. Children and adolescents were divided by age groups and the number of cases, proportion and epidemiological stratification of risk in each age group by state and in the endemic region as a whole were analyzed It was observed that 46.7% of malaria records in the endemic region were among the under age of 19, of which 3% were under 1 year of age, 22% were aged from 1 to 4 years, 26% were between 5 and 9 years, 25% between 10 and 14 years, 24% from 15 to 19 years of age. From 2003 to 2015, 262 deaths were documented in this population, with children aged 0-4 years collaborating with 46% of the records. The number of cases of children and adolescents in the region has decreased, but the proportion in the Amazon region tends to increase. The proportion of cases between age groups remained constant both in the Amazon region and in the analyzed individual states, both a number of cases and a proportion of infants less than 1 year old are lower. The risk of transmission of malaria in children and adolescents is not homogeneous in the Amazon region and follows the tendency of the transmission burden of the general population, with some states having a higher risk of transmission to certain age groups. Deaths declined and the number of deaths in children younger than 4 years was half of total death number. We conclude that in spite of the tendency to reduce the number of cases of malaria in the period from 2003 to 2016, there was no decrease in the proportion of cases in the studied age group, although, on the contrary, there was a tendency to increase in some states. The study points to the need for individualization of malaria control, prevention and treatment goals in each region. And the availability of study data is an important tool for assessing the pattern of malaria transmission in Brazil serving as the basis for more detailed and costly prevalence studies.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porMaláriaCriançaAdolescenteDoenças EndêmicasPanorama da malária em crianças e adolescentes na área endêmica do Brasil entre 2003 e 2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2018Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29532/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALcileyda_batista_ioc_mest_2018.pdfapplication/pdf8556891https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29532/2/cileyda_batista_ioc_mest_2018.pdffbed09f44a2c4c1e1a4f3457c80cd1f8MD52TEXTcileyda_batista_ioc_mest_2018.pdf.txtcileyda_batista_ioc_mest_2018.pdf.txtExtracted texttext/plain251200https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/29532/3/cileyda_batista_ioc_mest_2018.pdf.txtac183ee0585e79db3369b374a4ff9d75MD53icict/295322022-06-24 12:17:38.391oai:www.arca.fiocruz.br:icict/29532Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-06-24T15:17:38Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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