Estudo prospectivo intervencional de terapia fonoaudiológica vocal na leishmaniose mucosa
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/27909 |
Resumo: | A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, que afeta a pele e mucosas, e que constitui um problema de saúde pública pela capacidade de produzir deformidades. A leishmaniose mucosa (LM) acredita - se ocorrer mesmo vários anos após a cicatrização da lesão cutânea primária. A mucosa nasal, isolada ou associada a outras localizações, está envolvida na quase t otalidade dos casos de LM, sendo lesões em cavidade oral, faringe e laringe, menos frequentes. As queixas mais comuns na LM são obstrução nasal, epistaxe, rinorreia, odinofagia, rouquidão e tosse, dependendo da localização da lesão mucosa. Estas estruturas envolvidas na produção vocal e acometidas pela LM são campo de estudo da fonoaudiologia, que se dedica a prevenir e ou reabilitar sequelas funcionais. Esta tese é composta por dois artigos e teve como objetivo descrever as alterações vocais na LM e avalia r os efeitos da fonoterapia na reabilitação destas. No primeiro artigo, foi realizado um estudo transversal em uma coorte de 26 pacientes com LM em atividade, acompanhados no Laboratório de Vigilância em Leishmanioses (Vigileish) do Instituto de Pesquisa C línica Evandro Chagas - Fiocruz, no período entre 2010 a 2013. Nestes, a idade média foi de 54,5 + 15 anos sendo 81% do sexo masculino. As lesões encontravam - se distribuídas nas seguintes estruturas, 88,5% cavidade nasal, 38,5% cavidade oral, 34,6% faringe e 19,2% laringe. A principal queixa referida foi obstrução nasal (73,1%), seguida de disfonia (38,5%), odinofagia (30,8%) e disfagia (26,9%). Verificou - se que 23 pacientes (84,6%) apresentaram alteração da qualidade vocal No segundo artigo, com o objetivo de avaliar o efeito da fonoterapia, foi realizado um estudo longitudinal prospectivo de intervenção fonoaudiológica entre 2010 e 2012, em 16 pacientes que haviam apresentado resposta favorável ao tratamento para LM no Vigileish entre 2005 e 2009. A perfura ção do septo nasal foi observada em 43,8% dos pacientes. Adicionalmente, foram observadas cicatrizes na asa nasal em 12,5%, no vestíbulo nasal em 25%, lábio superior em 12,5%, palato em 12,5%, faringe em 12,5% e laringe em 12,5%. Apesar da laringe ser um d os sítios menos comprometidos na LM, a disfonia ocorreu em 68,8% dos casos. Os pacientes submetidos à fonoterapia obtiveram melhora nos parâmetros de grau geral de rouquidão, rugosidade, soprosidade, tensão, Shimmer e tempo máximo de fonação. Conclusões: A proximadamente 90% dos pacientes com LM em atividade apresentam alterações vocais, mesmo na ausência de lesão laríngea, órgão responsável pela produção da voz, indicando que a alteração da qualidade da voz é uma sequela importante da LM. Nestes pacientes, as lesões em faringe, cavidade oral e possivelmente em fossas nasais, regiões de ressonância vocal, podem ter contribuído para o desenvolvimento de mecanismos compensatórios responsáveis pelas alterações da qualidade vocal Mesmo após tratamento medicament oso da LM, aproximadamente 70% dos pacientes permanecem com alterações vocais, sugerindo que o tratamento medicamentoso exclusivo possa não ser suficiente para o reestabelecimento da voz. Possivelmente, os mecanismos compensatórios desenvolvidos na fase de doença ativa, responsáveis pelas alterações vocais, se perpetuem após a cura clínica da LM. No entanto, a fonoterapia foi capaz de reabilitar 71% das sequelas. Como perspectiva futura, pretendemos avaliar os efeitos da intervenção fonoaudiológica precoce em alterações vocais detectadas durante o tratamento medicamentoso da LM |
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As queixas mais comuns na LM são obstrução nasal, epistaxe, rinorreia, odinofagia, rouquidão e tosse, dependendo da localização da lesão mucosa. Estas estruturas envolvidas na produção vocal e acometidas pela LM são campo de estudo da fonoaudiologia, que se dedica a prevenir e ou reabilitar sequelas funcionais. Esta tese é composta por dois artigos e teve como objetivo descrever as alterações vocais na LM e avalia r os efeitos da fonoterapia na reabilitação destas. No primeiro artigo, foi realizado um estudo transversal em uma coorte de 26 pacientes com LM em atividade, acompanhados no Laboratório de Vigilância em Leishmanioses (Vigileish) do Instituto de Pesquisa C línica Evandro Chagas - Fiocruz, no período entre 2010 a 2013. Nestes, a idade média foi de 54,5 + 15 anos sendo 81% do sexo masculino. As lesões encontravam - se distribuídas nas seguintes estruturas, 88,5% cavidade nasal, 38,5% cavidade oral, 34,6% faringe e 19,2% laringe. 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Conclusões: A proximadamente 90% dos pacientes com LM em atividade apresentam alterações vocais, mesmo na ausência de lesão laríngea, órgão responsável pela produção da voz, indicando que a alteração da qualidade da voz é uma sequela importante da LM. Nestes pacientes, as lesões em faringe, cavidade oral e possivelmente em fossas nasais, regiões de ressonância vocal, podem ter contribuído para o desenvolvimento de mecanismos compensatórios responsáveis pelas alterações da qualidade vocal Mesmo após tratamento medicament oso da LM, aproximadamente 70% dos pacientes permanecem com alterações vocais, sugerindo que o tratamento medicamentoso exclusivo possa não ser suficiente para o reestabelecimento da voz. Possivelmente, os mecanismos compensatórios desenvolvidos na fase de doença ativa, responsáveis pelas alterações vocais, se perpetuem após a cura clínica da LM. No entanto, a fonoterapia foi capaz de reabilitar 71% das sequelas. Como perspectiva futura, pretendemos avaliar os efeitos da intervenção fonoaudiológica precoce em alterações vocais detectadas durante o tratamento medicamentoso da LMAmerican tegumentary leishmaniasis (ATL) is a non-contagious infectious disease wich affects the skin and mucous membranes , that disease is a public health problem in many countries. It has high potencial to cause deformities. The mucosal leishmaniasis (ML) can occur even years after the primary cutaneous lesion healing . The nasal mucosa, isolated or associated with other locations, is involved in almost 100% of ML cases. Lesions in the oral cavity, pharynx and larynx are less frequent. The most common complaints in ML are nasal obstruction, epistaxis, rhinorrhea, odynophagia, hoarseness and cough, depending on the location of mucosal injury. Those affected structures plays an important role in vocal production and are speech therapy focus of study, which is dedicated to preventing and rehabilitating functional sequelae. This thesis has two articles describing the voice changes in ML and evaluates the effects of speech therapy in the rehabilitation. The first one is a crosssectional study cohort of 26 patients with active ML, treated by the Laboratory of Leishmaniasis Surveillance (Vigileish) of the Clinical Research Institute Evandro Chagas - Fiocruz , in the period 2010-2013 . The patients average age was 54.5 years, with 81 % male. The lesions were distributed in the following structures, 88.5 % nasal cavity, 38.5 % oral cavity, 34.6 % pharynx and 19.2 % larynx. The most frequent complaint was nasal obstruction (73.1 %), followed by hoarseness (38.5 %), odynophagia, (30.8 % ) and dysphagia (26.9 %) . Voice quality problems were found in 23 patients (84.6 %) The second article is a prospective longitudinal study of speech therapy effects, between 2010 and 2012, treating 16 patients who had good response for ML treatment at Vigileish, between 2005 and 2009 . The perforation of the nasal septum was observed in 43.8 % of patients . In 25% of patients, scars were also observed on the nasal vestibule, while 12.5% show lesions on each one of these structures: nasal ala , upper lip, palate, pharynx, or larynx. Although larynx is the site less affected by ML, dysphonia occurred in 68.8 % of cases. Patients under speech therapy presented improvement in parameters of overall grade of hoarseness, roughness, breathiness, strain, shimmer and maximum phonation time. Conclusions: 90 % of patients with active ML have vocal problems, although the absence of laryngeal injury, the organ responsible for voice production. In these patients, the lesions in the pharynx, oral cavity and nasal cavities, regions of vocal resonance, may have contributed to development of compensatory mechanisms responsible for changes in vocal quality. After drug treatment of ML, the percentage of voice disorders was approximately 70 %. These results suggest that exclusive medical treatment is not sufficient for the reestablishment of the voice. Possibly, compensatory mechanisms developed at the stage of active disease, responsible for voice disorders, are perpetuated after clinical cure of ML . However, speech therapy was able to rehabilitate 71% all sequelae. As a future perspective, we intend to evaluate the effects of early speech therapy for voice disorders detected during drug treatment of MLFundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porLeishmaniose MucocutâneaDistúrbios da VozDisfoniaFonoaudiologiaQualidade Da VozFonoterapiaEstudo prospectivo intervencional de terapia fonoaudiológica vocal na leishmaniose mucosainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2014Instituto Nacional de Infectologia Evandro ChagasFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27909/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALana_ruas_ipec_dout_2014.pdfapplication/pdf1676707https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27909/2/ana_ruas_ipec_dout_2014.pdf87aceecde06d03ca8babaaa1272a8dfdMD52TEXTana_ruas_ipec_dout_2014.pdf.txtana_ruas_ipec_dout_2014.pdf.txtExtracted texttext/plain125990https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/27909/3/ana_ruas_ipec_dout_2014.pdf.txt829712fe727f19878c5538525858c95cMD53icict/279092018-08-15 03:52:03.736oai:www.arca.fiocruz.br:icict/27909Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352018-08-15T06:52:03Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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