Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Souza, Letícia Pumar Alves de
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3986
Resumo: Desde o final do século XIX até a década de 1940, o óleo de chaulmoogra foi um importante elemento na prática terapêutica da lepra. Esse óleo era extraído das sementes encontradas nos frutos das árvores indianas chamadas de Chaulmoogras e foi apropriado pela medicina ocidental no final do século XIX, a partir da observação de seu uso pela população indiana para o tratamento de doenças de pele. Essa pesquisa tem como objetivo discutir a apropriação do óleo de chaulmoogra pelos médicos brasileiros e o processo de nacionalização desse tratamento, entre as décadas de 1920 e 1950. A análise será feita, principalmente, observando em que medida a aceitação dessa terapêutica se deu no contexto nacional pela comunidade médica e científica, na tentativa de controlar uma doença tropical que estava sendo definida como uma endemia nacional. Dessa forma, procuro refletir sobre o papel ativo dos cientistas brasileiros nos processos de adoção e adaptação de conhecimentos, vendo-os não como receptores passivos de ciência e tecnologia, mas como criadores de novos saberes e práticas em relação à lepra.
id CRUZ_3ea5779c8bb867733b349c4756764ef8
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/3986
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Souza, Letícia Pumar Alves deTeixeira, Luiz Antonio da Silva2012-05-07T14:47:59Z2012-05-07T14:47:59Z2009SOUZA, Letícia Pumar Alves de. Sentidos de um “País Tropical”: a lepra e a chaulmoogra brasileira. 2009. 167 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3986Desde o final do século XIX até a década de 1940, o óleo de chaulmoogra foi um importante elemento na prática terapêutica da lepra. Esse óleo era extraído das sementes encontradas nos frutos das árvores indianas chamadas de Chaulmoogras e foi apropriado pela medicina ocidental no final do século XIX, a partir da observação de seu uso pela população indiana para o tratamento de doenças de pele. Essa pesquisa tem como objetivo discutir a apropriação do óleo de chaulmoogra pelos médicos brasileiros e o processo de nacionalização desse tratamento, entre as décadas de 1920 e 1950. A análise será feita, principalmente, observando em que medida a aceitação dessa terapêutica se deu no contexto nacional pela comunidade médica e científica, na tentativa de controlar uma doença tropical que estava sendo definida como uma endemia nacional. Dessa forma, procuro refletir sobre o papel ativo dos cientistas brasileiros nos processos de adoção e adaptação de conhecimentos, vendo-os não como receptores passivos de ciência e tecnologia, mas como criadores de novos saberes e práticas em relação à lepra.From the end of XIX century until the decade of 1940, the oil of chaulmoogra was an important element in the treatment of the leprosy. This oil was extracted of the seeds found in the fruits of the Indian trees called Chaulmoogras and was appropriate by the occidental medicine in the end of XIX century. This research has as objective to discuss the appropriation of the oil of chaulmoogra by the Brazilian doctors and the nationalization process of this treatment. The analysis will be made, mainly, observing how its occurs in the national context, in the attempt to control a tropical disease that was being defined as a national endemic. In general, the historians give emphasis in the analysis of the segregation politics directed by doctors and administrators for the fight against leprosy. However, the emphasis in this therapeutic aspect of the campaign allows the reflection of the controversies and disputes and for the comprehension that measures carried through here had not been defined by the accumulated scientific knowledge from that moment, but had been the result of choices of groups, methods, theories, and ways of intervention in the national reality. Taking that into account, I intend to reflect on the active role of the Brazilian scientists in the processes of adoption and adaptation of knowledge, seeing them not as passive receptors of science and technology, but as active creators of new practices and knowledge.Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da SaúdeFundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPlantas medicinaisDoença tropicalEndemiasHanseníase/ prevenção & controleChaulmoograHistória do Século XXBrasilSentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileirainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2009Casa de Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzMestreRio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000038.pdfapplication/pdf9427487https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/2/000038.pdf33328dce5f228d33dac16e8f06112fe9MD52TEXT000038.pdf.txt000038.pdf.txtExtracted texttext/plain405154https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/5/000038.pdf.txt2fa7b99dab6be7d918a3d8f792006acdMD55THUMBNAIL000038.pdf.jpg000038.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg945https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/4/000038.pdf.jpgd50f209ddbe814e4a3db0e8ed4f8f606MD54icict/39862023-01-05 14:22:37.057oai:www.arca.fiocruz.br:icict/3986Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-05T17:22:37Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
title Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
spellingShingle Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
Souza, Letícia Pumar Alves de
Plantas medicinais
Doença tropical
Endemias
Hanseníase/ prevenção & controle
Chaulmoogra
História do Século XX
Brasil
title_short Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
title_full Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
title_fullStr Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
title_full_unstemmed Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
title_sort Sentidos de um país tropical: a lepra e a chalmoogra brasileira
author Souza, Letícia Pumar Alves de
author_facet Souza, Letícia Pumar Alves de
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Souza, Letícia Pumar Alves de
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Teixeira, Luiz Antonio da Silva
contributor_str_mv Teixeira, Luiz Antonio da Silva
dc.subject.other.none.fl_str_mv Plantas medicinais
Doença tropical
Endemias
topic Plantas medicinais
Doença tropical
Endemias
Hanseníase/ prevenção & controle
Chaulmoogra
História do Século XX
Brasil
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Hanseníase/ prevenção & controle
Chaulmoogra
História do Século XX
Brasil
description Desde o final do século XIX até a década de 1940, o óleo de chaulmoogra foi um importante elemento na prática terapêutica da lepra. Esse óleo era extraído das sementes encontradas nos frutos das árvores indianas chamadas de Chaulmoogras e foi apropriado pela medicina ocidental no final do século XIX, a partir da observação de seu uso pela população indiana para o tratamento de doenças de pele. Essa pesquisa tem como objetivo discutir a apropriação do óleo de chaulmoogra pelos médicos brasileiros e o processo de nacionalização desse tratamento, entre as décadas de 1920 e 1950. A análise será feita, principalmente, observando em que medida a aceitação dessa terapêutica se deu no contexto nacional pela comunidade médica e científica, na tentativa de controlar uma doença tropical que estava sendo definida como uma endemia nacional. Dessa forma, procuro refletir sobre o papel ativo dos cientistas brasileiros nos processos de adoção e adaptação de conhecimentos, vendo-os não como receptores passivos de ciência e tecnologia, mas como criadores de novos saberes e práticas em relação à lepra.
publishDate 2009
dc.date.issued.fl_str_mv 2009
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2012-05-07T14:47:59Z
dc.date.available.fl_str_mv 2012-05-07T14:47:59Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv SOUZA, Letícia Pumar Alves de. Sentidos de um “País Tropical”: a lepra e a chaulmoogra brasileira. 2009. 167 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3986
identifier_str_mv SOUZA, Letícia Pumar Alves de. Sentidos de um “País Tropical”: a lepra e a chaulmoogra brasileira. 2009. 167 f. Dissertação (Mestrado em História das Ciências e da Saúde) - Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2009.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/3986
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/2/000038.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/5/000038.pdf.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/3986/4/000038.pdf.jpg
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
33328dce5f228d33dac16e8f06112fe9
2fa7b99dab6be7d918a3d8f792006acd
d50f209ddbe814e4a3db0e8ed4f8f606
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324908157042688