Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Almeida, Suellen Santos Lima de
Data de Publicação: 2011
Outros Autores: Savassi, Leonardo Cançado Monteiro, Schall, Virgínia Torres, Modena, Celina Maria
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16173
Resumo: As políticas de controle da hanseníase adotadas no século passado, baseavam-se no isolamento e na segregação dos doentes. As medidas de profilaxia realizadas através do isolamento compulsório, não consideravam as relações sociais dos indivíduos acometidos pela doença, fazendo com que laços familiares fossem desfeitos. A separação das crianças de seus pais logo após o nascimento, sob a crença de que o contato com a mãe poderia transmitir a doença foi uma das medidas preventivas adotadas neste período. Assim, as mulheres que foram portadoras da hanseníase, durante grande parte do século XX, não tiveram a possibilidade de exercer o papel materno, uma vez que a dedicação e o cuidado dirigidos aos filhos esbarraram nas políticas isolacionistas adotadas pelo Estado para conter a hanseníase. Este estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), buscou compreender as vivências de maternidade em um hospital colônia no período da internação compulsória. Utilizou-se a pesquisa narrativa descrita por Dutra (2000), em que o sujeito conta os fatos, acontecimentos e afetos que percorrem sua trajetória existencial possibilitando uma aproximação de suas vivências. Foram entrevistadas três mulheres ex-hansenianas que viveram o período de internação compulsória em um hospital colônia de Minas Gerais. A compreensão das narrativas se baseou no referencial metodológico da análise existencial de Viktor Frankl (1984). Observou-se que as mães relatam suas vivências de maternidade em dois momentos: um caracterizado pela separação dos filhos, que foram levados para o preventório, e outro caracterizado pela volta desses filhos para casa ou pela adoção de crianças. Considera-se que a maternidade, papel tão esperado por essas mulheres, caracterizou-se como uma vivência traumática, uma vez que não pôde ser exercida durante os primeiros anos de vida dos filhos. Na busca pelo papel de mãe, as entrevistadas encontraram em uma nova gravidez ou na adoção a possibilidade dar sentido à vida, de encontrar o sentido de ser-mãe. A escuta dessas mulheres é fundamental para se refletir sobre a dimensão humana dos ideais higienistas que orientaram as políticas publicas de saúde em hanseníase.
id CRUZ_416d9f32628f93701ac509ce86bebfc8
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/16173
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Almeida, Suellen Santos Lima deSavassi, Leonardo Cançado MonteiroSchall, Virgínia TorresModena, Celina Maria2016-10-11T02:43:41Z2016-10-11T02:43:41Z2011ALMEIDA, Suellen Santos Lima de et al. Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR, 8., 2011, Curitiba. Resumos Eletrônicos... Curitiba: Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 2011, p. 112.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16173As políticas de controle da hanseníase adotadas no século passado, baseavam-se no isolamento e na segregação dos doentes. As medidas de profilaxia realizadas através do isolamento compulsório, não consideravam as relações sociais dos indivíduos acometidos pela doença, fazendo com que laços familiares fossem desfeitos. A separação das crianças de seus pais logo após o nascimento, sob a crença de que o contato com a mãe poderia transmitir a doença foi uma das medidas preventivas adotadas neste período. Assim, as mulheres que foram portadoras da hanseníase, durante grande parte do século XX, não tiveram a possibilidade de exercer o papel materno, uma vez que a dedicação e o cuidado dirigidos aos filhos esbarraram nas políticas isolacionistas adotadas pelo Estado para conter a hanseníase. Este estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), buscou compreender as vivências de maternidade em um hospital colônia no período da internação compulsória. Utilizou-se a pesquisa narrativa descrita por Dutra (2000), em que o sujeito conta os fatos, acontecimentos e afetos que percorrem sua trajetória existencial possibilitando uma aproximação de suas vivências. Foram entrevistadas três mulheres ex-hansenianas que viveram o período de internação compulsória em um hospital colônia de Minas Gerais. A compreensão das narrativas se baseou no referencial metodológico da análise existencial de Viktor Frankl (1984). Observou-se que as mães relatam suas vivências de maternidade em dois momentos: um caracterizado pela separação dos filhos, que foram levados para o preventório, e outro caracterizado pela volta desses filhos para casa ou pela adoção de crianças. Considera-se que a maternidade, papel tão esperado por essas mulheres, caracterizou-se como uma vivência traumática, uma vez que não pôde ser exercida durante os primeiros anos de vida dos filhos. Na busca pelo papel de mãe, as entrevistadas encontraram em uma nova gravidez ou na adoção a possibilidade dar sentido à vida, de encontrar o sentido de ser-mãe. A escuta dessas mulheres é fundamental para se refletir sobre a dimensão humana dos ideais higienistas que orientaram as políticas publicas de saúde em hanseníase.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porMaternidadeHanseníaseSentidoVivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníaseinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2011CuritibaCongresso da Sociedade Brasileira De Psicologia Hospitalarcongressinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82991https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/1/license.txt5a560609d32a3863062d77ff32785d58MD51ORIGINALSUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdfSUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdfapplication/pdf120797https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/2/SUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf7b6bd0e6b82502558d566fb0606e7adeMD52TEXTSUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf.txtSUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf.txtExtracted texttext/plain2750https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/3/SUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf.txt113feaee5af35e932993b19b283e6e6aMD53icict/161732019-12-04 22:28:03.797oai:www.arca.fiocruz.br:icict/16173Q0VTU8ODTyBOw4NPIEVYQ0xVU0lWQSBERSBESVJFSVRPUyBBVVRPUkFJUwoKQW8gYWNlaXRhciBvcyBURVJNT1MgZSBDT05EScOHw5VFUyBkZXN0YSBDRVNTw4NPLCBvIEFVVE9SIGUvb3UgVElUVUxBUiBkZSBkaXJlaXRvcwphdXRvcmFpcyBzb2JyZSBhIE9CUkEgZGUgcXVlIHRyYXRhIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvOgoKKDEpIENFREUgZSBUUkFOU0ZFUkUsIHRvdGFsIGUgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgw6AgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaLCBlbQpjYXLDoXRlciBwZXJtYW5lbnRlLCBpcnJldm9nw6F2ZWwgZSBOw4NPIEVYQ0xVU0lWTywgdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgcGF0cmltb25pYWlzIE7Dg08KQ09NRVJDSUFJUyBkZSB1dGlsaXphw6fDo28gZGEgT0JSQSBhcnTDrXN0aWNhIGUvb3UgY2llbnTDrWZpY2EgaW5kaWNhZGEgYWNpbWEsIGluY2x1c2l2ZSBvcyBkaXJlaXRvcwpkZSB2b3ogZSBpbWFnZW0gdmluY3VsYWRvcyDDoCBPQlJBLCBkdXJhbnRlIHRvZG8gbyBwcmF6byBkZSBkdXJhw6fDo28gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBlbQpxdWFscXVlciBpZGlvbWEgZSBlbSB0b2RvcyBvcyBwYcOtc2VzOwoKKDIpIEFDRUlUQSBxdWUgYSBjZXNzw6NvIHRvdGFsIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBwZXJtYW5lbnRlIGUgaXJyZXZvZ8OhdmVsIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcwpwYXRyaW1vbmlhaXMgbsOjbyBjb21lcmNpYWlzIGRlIHV0aWxpemHDp8OjbyBkZSBxdWUgdHJhdGEgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gaW5jbHVpLCBleGVtcGxpZmljYXRpdmFtZW50ZSwKb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YcOnw6NvIGUgY29tdW5pY2HDp8OjbyBww7pibGljYSBkYSBPQlJBLCBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IHZlw61jdWxvLAppbmNsdXNpdmUgZW0gUmVwb3NpdMOzcmlvcyBEaWdpdGFpcywgYmVtIGNvbW8gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgcmVwcm9kdcOnw6NvLCBleGliacOnw6NvLCBleGVjdcOnw6NvLApkZWNsYW1hw6fDo28sIHJlY2l0YcOnw6NvLCBleHBvc2nDp8OjbywgYXJxdWl2YW1lbnRvLCBpbmNsdXPDo28gZW0gYmFuY28gZGUgZGFkb3MsIHByZXNlcnZhw6fDo28sIGRpZnVzw6NvLApkaXN0cmlidWnDp8OjbywgZGl2dWxnYcOnw6NvLCBlbXByw6lzdGltbywgdHJhZHXDp8OjbywgZHVibGFnZW0sIGxlZ2VuZGFnZW0sIGluY2x1c8OjbyBlbSBub3ZhcyBvYnJhcyBvdQpjb2xldMOibmVhcywgcmV1dGlsaXphw6fDo28sIGVkacOnw6NvLCBwcm9kdcOnw6NvIGRlIG1hdGVyaWFsIGRpZMOhdGljbyBlIGN1cnNvcyBvdSBxdWFscXVlciBmb3JtYSBkZQp1dGlsaXphw6fDo28gbsOjbyBjb21lcmNpYWw7CgooMykgUkVDT05IRUNFIHF1ZSBhIGNlc3PDo28gYXF1aSBlc3BlY2lmaWNhZGEgY29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPCkNSVVogbyBkaXJlaXRvIGRlIGF1dG9yaXphciBxdWFscXVlciBwZXNzb2Eg4oCTIGbDrXNpY2Egb3UganVyw61kaWNhLCBww7pibGljYSBvdSBwcml2YWRhLCBuYWNpb25hbCBvdQplc3RyYW5nZWlyYSDigJMgYSBhY2Vzc2FyIGUgdXRpbGl6YXIgYW1wbGFtZW50ZSBhIE9CUkEsIHNlbSBleGNsdXNpdmlkYWRlLCBwYXJhIHF1YWlzcXVlcgpmaW5hbGlkYWRlcyBuw6NvIGNvbWVyY2lhaXM7CgooNCkgREVDTEFSQSBxdWUgYSBvYnJhIMOpIGNyaWHDp8OjbyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSDDqSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGFxdWkgY2VkaWRvcyBlIGF1dG9yaXphZG9zLApyZXNwb25zYWJpbGl6YW5kby1zZSBpbnRlZ3JhbG1lbnRlIHBlbG8gY29udGXDumRvIGUgb3V0cm9zIGVsZW1lbnRvcyBxdWUgZmF6ZW0gcGFydGUgZGEgT0JSQSwKaW5jbHVzaXZlIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBlIGltYWdlbSB2aW5jdWxhZG9zIMOgIE9CUkEsIG9icmlnYW5kby1zZSBhIGluZGVuaXphciB0ZXJjZWlyb3MgcG9yCmRhbm9zLCBiZW0gY29tbyBpbmRlbml6YXIgZSByZXNzYXJjaXIgYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVogZGUKZXZlbnR1YWlzIGRlc3Blc2FzIHF1ZSB2aWVyZW0gYSBzdXBvcnRhciwgZW0gcmF6w6NvIGRlIHF1YWxxdWVyIG9mZW5zYSBhIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIG91CmRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBvdSBpbWFnZW0sIHByaW5jaXBhbG1lbnRlIG5vIHF1ZSBkaXogcmVzcGVpdG8gYSBwbMOhZ2lvIGUgdmlvbGHDp8O1ZXMgZGUgZGlyZWl0b3M7CgooNSkgQUZJUk1BIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTwpPU1dBTERPIENSVVogZSBhcyBkaXJldHJpemVzIHBhcmEgbyBmdW5jaW9uYW1lbnRvIGRvIHJlcG9zaXTDs3JpbyBpbnN0aXR1Y2lvbmFsIEFSQ0EuCgpBIFBvbMOtdGljYSBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRlIEFjZXNzbyBBYmVydG8gZGEgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaIHJlc2VydmEKZXhjbHVzaXZhbWVudGUgYW8gQVVUT1Igb3MgZGlyZWl0b3MgbW9yYWlzIGUgb3MgdXNvcyBjb21lcmNpYWlzIHNvYnJlIGFzIG9icmFzIGRlIHN1YSBhdXRvcmlhCmUvb3UgdGl0dWxhcmlkYWRlLCBzZW5kbyBvcyB0ZXJjZWlyb3MgdXN1w6FyaW9zIHJlc3BvbnPDoXZlaXMgcGVsYSBhdHJpYnVpw6fDo28gZGUgYXV0b3JpYSBlIG1hbnV0ZW7Dp8OjbwpkYSBpbnRlZ3JpZGFkZSBkYSBPQlJBIGVtIHF1YWxxdWVyIHV0aWxpemHDp8Ojby4KCkEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVoKcmVzcGVpdGEgb3MgY29udHJhdG9zIGUgYWNvcmRvcyBwcmVleGlzdGVudGVzIGRvcyBBdXRvcmVzIGNvbSB0ZXJjZWlyb3MsIGNhYmVuZG8gYW9zIEF1dG9yZXMKaW5mb3JtYXIgw6AgSW5zdGl0dWnDp8OjbyBhcyBjb25kacOnw7VlcyBlIG91dHJhcyByZXN0cmnDp8O1ZXMgaW1wb3N0YXMgcG9yIGVzdGVzIGluc3RydW1lbnRvcy4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-12-05T01:28:03Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
title Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
spellingShingle Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
Almeida, Suellen Santos Lima de
Maternidade
Hanseníase
Sentido
title_short Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
title_full Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
title_fullStr Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
title_full_unstemmed Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
title_sort Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase
author Almeida, Suellen Santos Lima de
author_facet Almeida, Suellen Santos Lima de
Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
Schall, Virgínia Torres
Modena, Celina Maria
author_role author
author2 Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
Schall, Virgínia Torres
Modena, Celina Maria
author2_role author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Almeida, Suellen Santos Lima de
Savassi, Leonardo Cançado Monteiro
Schall, Virgínia Torres
Modena, Celina Maria
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Maternidade
Hanseníase
Sentido
topic Maternidade
Hanseníase
Sentido
description As políticas de controle da hanseníase adotadas no século passado, baseavam-se no isolamento e na segregação dos doentes. As medidas de profilaxia realizadas através do isolamento compulsório, não consideravam as relações sociais dos indivíduos acometidos pela doença, fazendo com que laços familiares fossem desfeitos. A separação das crianças de seus pais logo após o nascimento, sob a crença de que o contato com a mãe poderia transmitir a doença foi uma das medidas preventivas adotadas neste período. Assim, as mulheres que foram portadoras da hanseníase, durante grande parte do século XX, não tiveram a possibilidade de exercer o papel materno, uma vez que a dedicação e o cuidado dirigidos aos filhos esbarraram nas políticas isolacionistas adotadas pelo Estado para conter a hanseníase. Este estudo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG), buscou compreender as vivências de maternidade em um hospital colônia no período da internação compulsória. Utilizou-se a pesquisa narrativa descrita por Dutra (2000), em que o sujeito conta os fatos, acontecimentos e afetos que percorrem sua trajetória existencial possibilitando uma aproximação de suas vivências. Foram entrevistadas três mulheres ex-hansenianas que viveram o período de internação compulsória em um hospital colônia de Minas Gerais. A compreensão das narrativas se baseou no referencial metodológico da análise existencial de Viktor Frankl (1984). Observou-se que as mães relatam suas vivências de maternidade em dois momentos: um caracterizado pela separação dos filhos, que foram levados para o preventório, e outro caracterizado pela volta desses filhos para casa ou pela adoção de crianças. Considera-se que a maternidade, papel tão esperado por essas mulheres, caracterizou-se como uma vivência traumática, uma vez que não pôde ser exercida durante os primeiros anos de vida dos filhos. Na busca pelo papel de mãe, as entrevistadas encontraram em uma nova gravidez ou na adoção a possibilidade dar sentido à vida, de encontrar o sentido de ser-mãe. A escuta dessas mulheres é fundamental para se refletir sobre a dimensão humana dos ideais higienistas que orientaram as políticas publicas de saúde em hanseníase.
publishDate 2011
dc.date.issued.fl_str_mv 2011
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2016-10-11T02:43:41Z
dc.date.available.fl_str_mv 2016-10-11T02:43:41Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/conferenceObject
format conferenceObject
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ALMEIDA, Suellen Santos Lima de et al. Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR, 8., 2011, Curitiba. Resumos Eletrônicos... Curitiba: Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 2011, p. 112.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16173
identifier_str_mv ALMEIDA, Suellen Santos Lima de et al. Vivências de maternidade no contexto das políticas públicas em hanseníase. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICOLOGIA HOSPITALAR, 8., 2011, Curitiba. Resumos Eletrônicos... Curitiba: Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, 2011, p. 112.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/16173
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/2/SUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16173/3/SUELLEN_ALMEIDA_et_al_CPqRR_2011.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 5a560609d32a3863062d77ff32785d58
7b6bd0e6b82502558d566fb0606e7ade
113feaee5af35e932993b19b283e6e6a
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324843978948608