Cidadania e Redução de danos na Atenção aos usuários de álcool e outras drogas: uma discussão teórica
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37381 |
Resumo: | O tema do presente estudo teórico é redução de danos e cidadania. Situado em contexto adverso de “guerra às drogas” e do proibicionismo sob égide neoliberal, buscamos resgatar princípios importantes da Reforma Psiquiátrica para defesa dos cidadãos que fazem uso de álcool e outras drogas, na perspectiva da redução de danos. Sob o marco legal da Reforma Psiquiátrica Brasileira, o estudo objetivou analisar como os documentos oficiais de governo e artigos científicos brasileiros, situados no campo da redução de danos, abordam a temática da cidadania. A revisão documental revelou a importância da indução governamental para a mudança na lógica de atenção nos dispositivos de saúde, especialmente após criação da Política Nacional de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde no ano de 2003, que incluiu a redução de danos enquanto método clínico-político e norteador da atenção integral aos usuários. A partir de 2012, vimos ressurgir documentos oficias que redirecionam o cuidado em instituições asilares. A nova Política Nacional sobre Drogas, promulgada em 2019, reafirma uma política proibicionista e propõe a abstinência como lógica exclusiva de tratamento, ignorando a concepção de redução de danos. A revisão da literatura evidenciou que há imprecisão do conceito de redução de danos, que aparece denominada como: estratégia, abordagem, método, política pública, política de saúde, dentre outras. Nossa pesquisa evidenciou que há múltiplos modos de descrever e caracterizar a redução de danos no Brasil e estes estão interligados aos aportes teóricos envolvidos neste campo. Esta multiplicidade foi apresentada através de três prismas categóricos: prisma do pragmatismo, da humanização e da emancipação. Os resultados demonstram que a redução de danos nasceu com crivo mais pragmático e ganhou contornos mais complexos, trazendo consigo características de um cuidado ético e humanizado, além do debate das consequências do proibicionismo e “guerra às drogas” em prol de uma política de drogas democrática e de um cuidado emancipatório. Nenhum documento oficial e artigo científico conceitua cidadania. O termo, quando presente, aparece com critérios que se aproximam de “reinserção social”, acesso a direitos sociais, civis e humanos. A pesquisa teórica revelou que a redução de danos é um método de cuidado que pode ser propulsor de cidadania a uma população historicamente estigmatizada, principalmente em um momento de grande regressão dos direitos que visam garantir a cidadania da população. |
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Beiral, Thaís CassianoMiranda, LilianGomes, Maria Paula Cerqueira2019-11-26T13:44:53Z2019-11-26T13:44:53Z2019BEIRAL, Thaís Cassiano. Cidadania e Redução de danos na Atenção aos usuários de álcool e outras drogas: uma discussão teórica. 2019. 171 f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) - Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37381O tema do presente estudo teórico é redução de danos e cidadania. Situado em contexto adverso de “guerra às drogas” e do proibicionismo sob égide neoliberal, buscamos resgatar princípios importantes da Reforma Psiquiátrica para defesa dos cidadãos que fazem uso de álcool e outras drogas, na perspectiva da redução de danos. Sob o marco legal da Reforma Psiquiátrica Brasileira, o estudo objetivou analisar como os documentos oficiais de governo e artigos científicos brasileiros, situados no campo da redução de danos, abordam a temática da cidadania. A revisão documental revelou a importância da indução governamental para a mudança na lógica de atenção nos dispositivos de saúde, especialmente após criação da Política Nacional de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras drogas do Ministério da Saúde no ano de 2003, que incluiu a redução de danos enquanto método clínico-político e norteador da atenção integral aos usuários. A partir de 2012, vimos ressurgir documentos oficias que redirecionam o cuidado em instituições asilares. A nova Política Nacional sobre Drogas, promulgada em 2019, reafirma uma política proibicionista e propõe a abstinência como lógica exclusiva de tratamento, ignorando a concepção de redução de danos. A revisão da literatura evidenciou que há imprecisão do conceito de redução de danos, que aparece denominada como: estratégia, abordagem, método, política pública, política de saúde, dentre outras. Nossa pesquisa evidenciou que há múltiplos modos de descrever e caracterizar a redução de danos no Brasil e estes estão interligados aos aportes teóricos envolvidos neste campo. Esta multiplicidade foi apresentada através de três prismas categóricos: prisma do pragmatismo, da humanização e da emancipação. Os resultados demonstram que a redução de danos nasceu com crivo mais pragmático e ganhou contornos mais complexos, trazendo consigo características de um cuidado ético e humanizado, além do debate das consequências do proibicionismo e “guerra às drogas” em prol de uma política de drogas democrática e de um cuidado emancipatório. Nenhum documento oficial e artigo científico conceitua cidadania. O termo, quando presente, aparece com critérios que se aproximam de “reinserção social”, acesso a direitos sociais, civis e humanos. A pesquisa teórica revelou que a redução de danos é um método de cuidado que pode ser propulsor de cidadania a uma população historicamente estigmatizada, principalmente em um momento de grande regressão dos direitos que visam garantir a cidadania da população.The subject of the present theoretical study is harm reduction and citizenship. Situated in an adverse context of "drug war" and of prohibitionism under the neoliberal aegis, we search to redeem the important principles of the Psychiatric Reform used to protect the people who consume alcohol and other drugs, in the perspective of harm reduction. Under the legal mark of the Brazilian Psychiatric Reform, the study has the objective of analyze how official documents of the government and brazilian scientific articles, in the field of harm reduction, approach the citizenship subject. The documentary review unravel the importance of the governmental induction for the change of approach when it comes to the health devices, especially after the creation of the National Policy of the Comprehensive Care to the Users of Alcohol and Other Drugs by the Health Ministry in the year of 2003, that included the harm reduction as clinician-politician method and guide of the comprehensive care to the users. Since 2012, we have seen a resurgence of official documents that redirect care to the asylum institutions. A new National Drug Policy, promulgated in 2019, reaffirms a prohibitive policy and proposes abstinence as an exclusive treatment strategy, ignoring the concept of harm reduction. The literature review evidences the imprecision of the concept of harm reduction, which appears as strategy, approach, method, public policy, health policy, among others. Our research shows multiples ways of describing and characterizing harm reduction in Brazil and these are interconnected to the theoretical contributions involved in this field. This multiplicity was based on three categorical prisms: Prism of pragmatism, humanization and emancipation. The results showed that the harm reduction was born with more pragmatic patterns and more complex outlines, bringing with it characteristics of ethical and humanized care, as well as the debate on the consequences of prohibitionism and the "war on drugs" in favor of a democratic policy on drugs and emancipatory care. There is no official document and scientific article that conceptualize citizenship. The term, when present, appears with the meaning of "social reintegration", access to social, civil and human rights. The theoretical investigation reveals that harm reduction is a method of care that can be used in a historically stigmatized population, mainly in a moment of major setback of rights that aim to guarantee citizenship of the population.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porReforma Psiquiátrica BrasileiraRedução de DanosCidadaniaGuerra às DrogasHarm ReductionCitizenshipDrug WarWar on DrugsConsumo de Bebidas AlcoólicasDrogas IlícitasTranstornos Relacionados ao Uso de SubstânciasRedução do DanoParticipação da ComunidadeServiços de Saúde MentalPolítica PúblicaCidadania e Redução de danos na Atenção aos usuários de álcool e outras drogas: uma discussão teóricaCitizenship and Harm Reduction in Attention to Users of Alcohol and Other Drugs: a theoretical discussioninfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2019Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio AroucaMestrado AcadêmicoRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37381/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Thais_Cassiano_ENSP_2019application/pdf1165530https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37381/2/ve_Thais_Cassiano_ENSP_2019bab5f53e91412e7a5601024a55a1e917MD52TEXTve_Thais_Cassiano_ENSP_2019.txtve_Thais_Cassiano_ENSP_2019.txtExtracted texttext/plain435689https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/37381/3/ve_Thais_Cassiano_ENSP_2019.txt471d997fd078d7976d551f25a1efe5dcMD53icict/373812021-02-08 21:06:36.725oai:www.arca.fiocruz.br:icict/37381Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-02-09T00:06:36Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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