O trabalho dos Comitês de Mortalidade Materna nos casos de aborto provocado de 2011 a 2016 no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Marcelle Nolasco Gomes
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Silva, Paulo Roberto Vasconcellos, Marques, Vera Lúcia
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38528
Resumo: No Brasil o aborto é um grave problema de saúde pública, figurando entre as 5 principais causas de morte materna. A análise das recomendações elaboradas pelos Comitês de Mortalidade Materna pode fornecer importantes informações sobre como o sistema de saúde no município do Rio de Janeiro lida com a temática no contexto da assistência à saúde. Os objetivos consistem em identificar o conteúdo das recomendações elaboradas pelo Comitês de Mortalidade Materna e analisa-lo no contexto multifatorial relacionado à prática do aborto provocado. Foi realizada busca nos bancos de dados do Sistema de Informação de Mortalidade pelos casos de óbito materno que, após a investigação, apresentaram possivelmente como uma das causas o aborto provocado por meio dos códigos CID-10: O06.1 até O06.9; O02.1; O07.9. O recorte temporal para a seleção dessas DO foi com início em 2011 término em 2016. Com base na leitura das recomendações, foi construída uma matriz de análise que as dividiu por direcionamento e as subdividiu por conteúdo. Foram analisadas e extraídas as informações que revelassem a natureza e os objetivos específicos a serem alcançados, bem como a abrangência do abortamento provocado e de seus fatores determinantes e condicionantes. As recomendações feitas aos serviços hospitalares foram predominantemente técnicas, como já esperado. A prática do aborto não foi levada em consideração na elaboração da maior parte das recomendações. As recomendações direcionadas as unidades que prestam assistência pré-natal, foram majoritariamente relativas ao processo de trabalho, seguidas pelas ligadas ao deficiente registro dos atendimentos. As recomendações feitas aos próprios CMM demostram o reconhecimento do aborto como problema de saúde pública que carece de ampla discussão considerando a multiplicidade de fatores envolvidos e reconhecendo que a questão extrapola os limites biomédicos da saúde. Tratam-se de órgãos compostos predominantemente por profissionais de saúde, cujas deliberações tem caráter quase exclusivamente biomédico, sem relacionar os óbitos as questões sociais, culturais e econômicas pertinentes, nos quais não há discussões de temas tabus para a sociedade e nem objetivo de mudança de paradigmas. Contribuindo, desta forma, apenas parcialmente para a redução da mortalidade materna pelo aborto provocado.
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Os objetivos consistem em identificar o conteúdo das recomendações elaboradas pelo Comitês de Mortalidade Materna e analisa-lo no contexto multifatorial relacionado à prática do aborto provocado. Foi realizada busca nos bancos de dados do Sistema de Informação de Mortalidade pelos casos de óbito materno que, após a investigação, apresentaram possivelmente como uma das causas o aborto provocado por meio dos códigos CID-10: O06.1 até O06.9; O02.1; O07.9. O recorte temporal para a seleção dessas DO foi com início em 2011 término em 2016. Com base na leitura das recomendações, foi construída uma matriz de análise que as dividiu por direcionamento e as subdividiu por conteúdo. Foram analisadas e extraídas as informações que revelassem a natureza e os objetivos específicos a serem alcançados, bem como a abrangência do abortamento provocado e de seus fatores determinantes e condicionantes. As recomendações feitas aos serviços hospitalares foram predominantemente técnicas, como já esperado. A prática do aborto não foi levada em consideração na elaboração da maior parte das recomendações. As recomendações direcionadas as unidades que prestam assistência pré-natal, foram majoritariamente relativas ao processo de trabalho, seguidas pelas ligadas ao deficiente registro dos atendimentos. As recomendações feitas aos próprios CMM demostram o reconhecimento do aborto como problema de saúde pública que carece de ampla discussão considerando a multiplicidade de fatores envolvidos e reconhecendo que a questão extrapola os limites biomédicos da saúde. Tratam-se de órgãos compostos predominantemente por profissionais de saúde, cujas deliberações tem caráter quase exclusivamente biomédico, sem relacionar os óbitos as questões sociais, culturais e econômicas pertinentes, nos quais não há discussões de temas tabus para a sociedade e nem objetivo de mudança de paradigmas. Contribuindo, desta forma, apenas parcialmente para a redução da mortalidade materna pelo aborto provocado.Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. Secretaria Municipal de Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Departamento de Estudos sobre Violência e Saúde Jorge Careli. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porABRASCOAborto provocadoCausa de morte maternaProblema de saúde públicaComitês de Mortalidade MaternaSistemas de saúdeAssistência à saúdeO trabalho dos Comitês de Mortalidade Materna nos casos de aborto provocado de 2011 a 2016 no município do Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObject2018Rio de Janeiro/RJ12° Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva: fortalecer o SUS, os direitos e a democraciaCongressoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38528/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALMarcelle_Nolasco_Gomes_Rodrigues.pdfapplication/pdf1059460https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38528/2/Marcelle_Nolasco_Gomes_Rodrigues.pdf97880916958b00e709f954d3df7b0597MD52TEXTMarcelle_Nolasco_Gomes_Rodrigues.pdf.txtMarcelle_Nolasco_Gomes_Rodrigues.pdf.txtExtracted texttext/plain2https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/38528/3/Marcelle_Nolasco_Gomes_Rodrigues.pdf.txte1c06d85ae7b8b032bef47e42e4c08f9MD53icict/385282023-01-17 10:42:13.543oai:www.arca.fiocruz.br:icict/38528Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T13:42:13Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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