Avaliação longitudinal da microbiota intestinal de uma coorte de nascimentos exposta a poluentes ambientais durante o período perinatal: Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA)
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/50417 |
Resumo: | Este estudo é parte do Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA). A contaminação do meio ambiente com uma ampla variedade de poluentes ambientais pode impactar os ecossistemas, diminuir a diversidade microbiana ambiental e alterar a microbiota associada ao trato gastrointestinal. No entanto, o efeito da exposição a poluentes ambientais na microbiota intestinal em desenvolvimento ainda é pouco investigado. Esta tese tem como objetivo estudar o efeito da exposição a poluentes ambientais na microbiota intestinal durante os primeiros seis meses de vida. Além de investigar a relação entre o consumo materno de alimentos ultraprocessados com níveis de poluentes no sangue de cordão umbilical. O gene 16S rRNA foi avaliado em amostras de mecônio e fezes de bebês com um, três e seis meses de vida e o microbioma infantil foi associado com as concentrações de metais (arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo), substâncias perfluoroaquiladas (PFAS) e pesticidas aferidos no sangue e urina maternos e no sangue de cordão umbilical. O consumo materno de alimentos ultraprocessados foi investigado por meio de questionário de frequência alimentar. Os resultados mostram que o efeito da exposição aos poluentes foi maior quando associado a estressores do início da vida como parto cesariano e nascimento pré-termo em relação a bebês que nasceram por parto vaginal. O efeito da exposição aos poluentes na microbiota fecal também apresentou maior magnitude em bebês sob aleitamento materno exclusivo, o que sugere contaminação do leite materno. As alterações observadas na microbiota associadas a exposição aos poluentes foram diferentes quando os poluentes foram aferidos no sangue materno ou no cordão umbilical – sugerindo que o momento da exposição pode ser importante. Por fim, apesar da alta variabilidade intrínseca a microbiota em desenvolvimento, comunidades microbianas foram consistentemente afetadas por todos os poluentes, com clusters de táxons presentes em amostras de bebês com alta exposição aos poluentes. Além disso, recém-nascidos de mães que consumiram três ou mais subgrupos de alimentos ultraprocessados apresentaram maiores níveis de PFAS no cordão umbilical. Os resultados evidenciam que a exposição perinatal a poluentes ambientais se associa com alterações da microbiota em desenvolvimento o que pode ter relevância para a saúde. Nossos achados mostram que o consumo de alimentos ultraprocessados é uma via potencialmente importante de exposição a essas substâncias. |
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Esta tese tem como objetivo estudar o efeito da exposição a poluentes ambientais na microbiota intestinal durante os primeiros seis meses de vida. Além de investigar a relação entre o consumo materno de alimentos ultraprocessados com níveis de poluentes no sangue de cordão umbilical. O gene 16S rRNA foi avaliado em amostras de mecônio e fezes de bebês com um, três e seis meses de vida e o microbioma infantil foi associado com as concentrações de metais (arsênio, cádmio, mercúrio e chumbo), substâncias perfluoroaquiladas (PFAS) e pesticidas aferidos no sangue e urina maternos e no sangue de cordão umbilical. O consumo materno de alimentos ultraprocessados foi investigado por meio de questionário de frequência alimentar. Os resultados mostram que o efeito da exposição aos poluentes foi maior quando associado a estressores do início da vida como parto cesariano e nascimento pré-termo em relação a bebês que nasceram por parto vaginal. O efeito da exposição aos poluentes na microbiota fecal também apresentou maior magnitude em bebês sob aleitamento materno exclusivo, o que sugere contaminação do leite materno. As alterações observadas na microbiota associadas a exposição aos poluentes foram diferentes quando os poluentes foram aferidos no sangue materno ou no cordão umbilical – sugerindo que o momento da exposição pode ser importante. Por fim, apesar da alta variabilidade intrínseca a microbiota em desenvolvimento, comunidades microbianas foram consistentemente afetadas por todos os poluentes, com clusters de táxons presentes em amostras de bebês com alta exposição aos poluentes. Além disso, recém-nascidos de mães que consumiram três ou mais subgrupos de alimentos ultraprocessados apresentaram maiores níveis de PFAS no cordão umbilical. Os resultados evidenciam que a exposição perinatal a poluentes ambientais se associa com alterações da microbiota em desenvolvimento o que pode ter relevância para a saúde. Nossos achados mostram que o consumo de alimentos ultraprocessados é uma via potencialmente importante de exposição a essas substâncias.This study is part of the PIPA Project (The Rio Birth Cohort Study of Environmental Exposure and Childhood Development). Industrialization has led to substantial environmental degradation including loss of the ecosystem diversity. Emerging evidence suggests that gut microbiota is a key player that must be considered to assess the toxicity of environmental contaminants, although still not fully understood. This thesis aims to determine differences in early microbiome composition in a birth cohort with varying exposure levels to environmental pollutants (metals, PFAS, and pesticides). Besides, to investigate the association of maternal consumption of ultra-processed foods (UPFs) with newborn exposure to environmental pollutants. We conducted 16S rRNA gene sequencing on meconium and developmental fecal samples from the PIPA birth cohort and assessed maternal UPF consumption using a qualitative food frequency questionnaire. The results indicate that the magnitude of the microbiome changes associated with increasing pollutant exposure was biggest in CS-born and CS-bornpreterm babies, in relation to vaginally (VG) delivered infants. Notably, breastfeeding was associated with a stronger pollutant-associated effect on the infant feces, suggesting that the exposure source could be maternal milk. Differences in microbiome effects associated with maternal blood or cord blood pollutant concentrations suggest that fetal exposure time – intrauterine or perinatal- may matter. Finally, despite the high developmental microbiota variability, specific microbionts were consistently affected across all pollutants, with taxa clusters found in samples from infants exposed to the highest toxicant exposure. Newborns of pregnant women who consumed three or more subgroups of UPF weekly presented the highest level of PFAS in umbilical cord blood. A dose-response effect trended toward significance. The results evidence that maternal exposure to environmental pollutants is associated with alterations in gut microbiome development which may have health significance. Our findings also suggest that newborns’ exposure to PFAS is, at least in part, due to maternal UPF consumption.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porPoluentes AmbientaisMicrobiota IntestinalColonização MicrobianaDesenvolvimento InfantilAlimento UltraprocessadoGut MicrobiomeEnvironmental PollutantsEarly-life Gut MicrobiomeMicrobial ColonizationUltra-Processed FoodPoluentes AmbientaisMicrobioma GastrointestinalDesenvolvimento InfantilExposição AmbientalAlimentos IndustrializadosEstudos LongitudinaisAvaliação longitudinal da microbiota intestinal de uma coorte de nascimentos exposta a poluentes ambientais durante o período perinatal: Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA)Longitudinal evaluation of the intestinal microbiota of a birth cohort exposed to environmental pollutants during the perinatal period: Childhood and Environmental Pollutants Project (PIPA)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2021-05-25Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Pública e Meio Ambienteinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/50417/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALnathalia_ferrazzo_naspolini_ensp_dout_2021.pdfapplication/pdf7192360https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/50417/2/nathalia_ferrazzo_naspolini_ensp_dout_2021.pdf7185fe17d91c883ff6a7b90a74815b5eMD52icict/504172021-12-14 14:37:56.133oai:www.arca.fiocruz.br:icict/50417Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-12-14T17:37:56Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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