Multimorbidade entre idosos no Brasil: gastos em saúde, mortalidade e desigualdades socioeconômicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bernardes, Gabriella Marques
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49290
Resumo: INTRODUÇÃO: A ocorrência de multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde no mesmo indivíduo, vem crescendo em diversos contextos sanitários, estando intimamente relacionada ao processo de envelhecimento da população em todo o mundo. Apesar da elevada prevalência e dos impactos negativos sobre os indicadores de morbimortalidade, existem poucas evidências sobre o assunto no Brasil, especialmente quando se trata da relação entre a multimorbidade, a mortalidade, os gastos em saúde e os fatores socioeconômicos na população idosa. OBJETIVOS: Avaliar a relação entre o gasto catastrófico em saúde (GCS) e a multimorbidade em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais; investigar o efeito da multimorbidade na mortalidade de idosos e verificar o efeito moderador da escolaridade nesta relação. MÉTODOS: A presente tese é composta por dois artigos cujos métodos são distintos. O primeiro estudo seguiu um delineamento transversal, no qual foram utilizados dados de 8.347 indivíduos participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-BRASIL), coletados por meio de entrevistas domiciliares, entre os anos de 2015 e 2016. Para este primeiro estudo, a variável dependente foi o gasto catastrófico em saúde (GCS), definido como o desembolso direto com saúde realizado pelo adulto mais velho, cujo valor atingisse uma proporção igual ou maior à 10% ou 25% da renda domiciliar. A principal variável independente foi a multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde no mesmo indivíduo, de uma lista composta por 17 condições. Um escore de riqueza foi construído para avaliar a desigualdade na associação entre o GCS e a multimorbidade. A associação entre a multimorbidade e os gastos catastróficos foi avaliada por meio de regressão logística múltipla, com a estimação dos “Odds Ratio” (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. O segundo estudo seguiu o delineamento de coorte e utilizou dados de 1.720 indivíduos participantes do Estudo de Coorte Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) entre os anos de 2006 e 2015. A variável dependente foi a mortalidade, mensurada como o tempo até o óbito. As variáveis independentes de interesse foram: a multimorbidade e a escolaridade. As associações foram estimadas utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox, com a estimação dos “Hazard Ratio” (HR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: No primeiro estudo (ELSI-BRASIL), a prevalência de GCS foi de 17,9% e 7,5% para gastos correspondentes a 10% e 25% da renda domiciliar, respectivamente. A prevalência de multimorbidade foi de 63,2%. A multimorbidade apresentou associações positivas e independentes com GCS (OR= 1,95; IC 95%= 1,67 – 2,28 e OR= 1,40; IC 95%= 1,11 – 1,76 para gastos correspondentes a 10% e 25%, respectivamente), sendo que os gastos catastróficos associados à multimorbidade foram maiores entre aqueles indivíduos com menor escore de riqueza. No segundo estudo (SABE), a média de seguimento foi de 5,3 anos, com um total de 570 óbitos no período. A multimorbidade apresentou associação positiva e independente com a mortalidade (HR = 1,36; IC 95% = 1,10 - 1,69) e diferenças no risco de morte foram encontradas entre idosos com multimorbidade e sem multimorbidade ao longo da escolaridade (HR = 1,07; IC 95% = 1,00 - 1,13). CONCLUSÕES: Os resultados desta tese mostram que a multimorbidade está associada aos gastos catastróficos em saúde e a mortalidade de idosos, sendo este risco de morte moderado pela escolaridade. Considerando o crescente e rápido envelhecimento populacional no Brasil, os resultados chamam atenção para a necessidade de um manejo integral da multimorbidade nos serviços de saúde, objetivando não somente a prevenção da sua ocorrência, mas também o adequado tratamento e a qualidade do cuidado à longo prazo. Ademais, os resultados aqui apresentados reforçam a importância de se reconhecer a determinação social na abordagem da multimorbidade entre adultos mais velhos nos diversos contextos sanitários.
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Apesar da elevada prevalência e dos impactos negativos sobre os indicadores de morbimortalidade, existem poucas evidências sobre o assunto no Brasil, especialmente quando se trata da relação entre a multimorbidade, a mortalidade, os gastos em saúde e os fatores socioeconômicos na população idosa. OBJETIVOS: Avaliar a relação entre o gasto catastrófico em saúde (GCS) e a multimorbidade em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais; investigar o efeito da multimorbidade na mortalidade de idosos e verificar o efeito moderador da escolaridade nesta relação. MÉTODOS: A presente tese é composta por dois artigos cujos métodos são distintos. O primeiro estudo seguiu um delineamento transversal, no qual foram utilizados dados de 8.347 indivíduos participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-BRASIL), coletados por meio de entrevistas domiciliares, entre os anos de 2015 e 2016. Para este primeiro estudo, a variável dependente foi o gasto catastrófico em saúde (GCS), definido como o desembolso direto com saúde realizado pelo adulto mais velho, cujo valor atingisse uma proporção igual ou maior à 10% ou 25% da renda domiciliar. A principal variável independente foi a multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde no mesmo indivíduo, de uma lista composta por 17 condições. Um escore de riqueza foi construído para avaliar a desigualdade na associação entre o GCS e a multimorbidade. A associação entre a multimorbidade e os gastos catastróficos foi avaliada por meio de regressão logística múltipla, com a estimação dos “Odds Ratio” (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. O segundo estudo seguiu o delineamento de coorte e utilizou dados de 1.720 indivíduos participantes do Estudo de Coorte Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) entre os anos de 2006 e 2015. A variável dependente foi a mortalidade, mensurada como o tempo até o óbito. As variáveis independentes de interesse foram: a multimorbidade e a escolaridade. As associações foram estimadas utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox, com a estimação dos “Hazard Ratio” (HR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: No primeiro estudo (ELSI-BRASIL), a prevalência de GCS foi de 17,9% e 7,5% para gastos correspondentes a 10% e 25% da renda domiciliar, respectivamente. A prevalência de multimorbidade foi de 63,2%. A multimorbidade apresentou associações positivas e independentes com GCS (OR= 1,95; IC 95%= 1,67 – 2,28 e OR= 1,40; IC 95%= 1,11 – 1,76 para gastos correspondentes a 10% e 25%, respectivamente), sendo que os gastos catastróficos associados à multimorbidade foram maiores entre aqueles indivíduos com menor escore de riqueza. No segundo estudo (SABE), a média de seguimento foi de 5,3 anos, com um total de 570 óbitos no período. A multimorbidade apresentou associação positiva e independente com a mortalidade (HR = 1,36; IC 95% = 1,10 - 1,69) e diferenças no risco de morte foram encontradas entre idosos com multimorbidade e sem multimorbidade ao longo da escolaridade (HR = 1,07; IC 95% = 1,00 - 1,13). CONCLUSÕES: Os resultados desta tese mostram que a multimorbidade está associada aos gastos catastróficos em saúde e a mortalidade de idosos, sendo este risco de morte moderado pela escolaridade. Considerando o crescente e rápido envelhecimento populacional no Brasil, os resultados chamam atenção para a necessidade de um manejo integral da multimorbidade nos serviços de saúde, objetivando não somente a prevenção da sua ocorrência, mas também o adequado tratamento e a qualidade do cuidado à longo prazo. Ademais, os resultados aqui apresentados reforçam a importância de se reconhecer a determinação social na abordagem da multimorbidade entre adultos mais velhos nos diversos contextos sanitários.INTRODUCTION: The occurrence of multimorbidity, defined as the presence of two or more chronic health conditions in the same individual, has been growing in several health contexts, being closely related to the aging process of the population worldwide. Despite the high prevalence and the negative impact on morbidity and mortality indicators, there is few evidence on the subject in Brazil, especially when it comes to the relationship between multimorbidity, mortality, health expenditure and socioeconomic factors in the elderly population. OBJECTIVES: To evaluate the relationship between catastrophic health expenditure (CHE) and multimorbidity in a national sample representative of the Brazilian population aged 50 or over; to investigate the effect of multimorbidity on mortality among older adults and to evaluate the moderating effect of education on this association . METHODS: The present thesis consists of two articles whose methods are different. The first study followed a cross-sectional design, in which data from 8.347 individuals participating in the baseline of the Longitudinal Study of the Health of Elderly Brazilians (ELSI-BRASIL) were used, collected through home interviews, between the years 2015 and 2016. For this first study, the dependent variable was catastrophic health expenditure (CHE), defined as the out-of-pocket expenditure health made by the older adult, whose value reached a proportion equal to or greater than 10% or 25% of household income. The main independent variable was multimorbidity, defined as the presence of two or more chronic health conditions in the same individual, from a list composed of 17 conditions. A wealth score was created to assess the inequality in the association between the CHE and multimorbidity. The association between multimorbidity and catastrophic expenditures was assessed using multiple logistic regression, with the estimation of the “Odds Ratio” (OR) and their respective 95% confidence intervals. The second study followed the cohort design and used data from 1.720 individuals participating in the Health, Well-Being and Aging Cohort Study (SABE) between the years 2006 and 2015. The dependent variable was mortality, measured as the time until death. The independent variables of interest were: multimorbidity and education. Associations were estimated using Cox's proportional hazards model, with the “Hazard Ratio” (HR) estimation and their respective 95% confidence intervals. RESULTS: In the first study (ELSI-BRASIL), the prevalence of CHE was 17,9% and 7,5% for expenditures corresponding to 10% and 25% of household income, respectively. The prevalence of multimorbidity was 63,2%. Multimorbidity showed positive and independent associations with CHE (OR = 1,95; 95% CI = 1,67 – 2,28 and OR = 1,40; 95% CI = 1,11 – 1,76 for expenses corresponding to 10 % and 25%, respectively), and the catastrophic expenditures associated with multimorbidity were higher among those individuals with a lower wealth score. In the second study (SABE), the mean follow-up was 5,3 years, with a total of 570 deaths in the period. Multimorbidity showed a positive and independent association with mortality (HR = 1,36; 95% CI = 1,10 – 1,69) and differences in the risk of death were found among older people with multimorbidity and without multimorbidity throughout schooling (HR = 1,07; 95% CI = 1,00 – 1,13). CONCLUSIONS: The results of this thesis show that multimorbidity is associated with catastrophic expenditures on health and mortality of the older people, with this risk of death being moderated by education. Considering the growing and fast population aging in Brazil, the results call attention to the need for a comprehensive management of multimorbidity in health services, aiming not only at preventing its occurrence, but also at the appropriate treatment and quality of care for long term. In addition, the results presented here reinforce the importance of recognizing social determination in addressing multimorbidity among older adults in different health contexts.CAPESFundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porIdososMultimorbidadeGastos em saúdeMortalidadeDesigualdade socialMultimorbidityhealth expendituresolder adultsmortalitysocioeconomic factorsMultimorbidade entre idosos no Brasil: gastos em saúde, mortalidade e desigualdades socioeconômicasinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2021Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilUniversidade Federal de Pelotas. Pelotas, RS, BrasilUniversidade de Campinas. Campinas, SP, BrasilUniversidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. São Paulo, SP, BrasilUniversidade de São Paulo. São Paulo, SP, BrasilBelo Horizonte, MG, BrasilPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82991https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49290/1/license.txt5a560609d32a3863062d77ff32785d58MD51ORIGINALT_2021_Gabriella Marques Bernardes .pdfT_2021_Gabriella Marques Bernardes .pdfapplication/pdf1760119https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/49290/2/T_2021_Gabriella%20Marques%20Bernardes%20.pdf48a6560a08904d4ee3fecc8a105da771MD52icict/492902021-10-27 20:14:56.381oai:www.arca.fiocruz.br:icict/49290Q0VTU8ODTyBOw4NPIEVYQ0xVU0lWQSBERSBESVJFSVRPUyBBVVRPUkFJUwoKQW8gYWNlaXRhciBvcyBURVJNT1MgZSBDT05EScOHw5VFUyBkZXN0YSBDRVNTw4NPLCBvIEFVVE9SIGUvb3UgVElUVUxBUiBkZSBkaXJlaXRvcwphdXRvcmFpcyBzb2JyZSBhIE9CUkEgZGUgcXVlIHRyYXRhIGVzdGUgZG9jdW1lbnRvOgoKKDEpIENFREUgZSBUUkFOU0ZFUkUsIHRvdGFsIGUgZ3JhdHVpdGFtZW50ZSwgw6AgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaLCBlbQpjYXLDoXRlciBwZXJtYW5lbnRlLCBpcnJldm9nw6F2ZWwgZSBOw4NPIEVYQ0xVU0lWTywgdG9kb3Mgb3MgZGlyZWl0b3MgcGF0cmltb25pYWlzIE7Dg08KQ09NRVJDSUFJUyBkZSB1dGlsaXphw6fDo28gZGEgT0JSQSBhcnTDrXN0aWNhIGUvb3UgY2llbnTDrWZpY2EgaW5kaWNhZGEgYWNpbWEsIGluY2x1c2l2ZSBvcyBkaXJlaXRvcwpkZSB2b3ogZSBpbWFnZW0gdmluY3VsYWRvcyDDoCBPQlJBLCBkdXJhbnRlIHRvZG8gbyBwcmF6byBkZSBkdXJhw6fDo28gZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCBlbQpxdWFscXVlciBpZGlvbWEgZSBlbSB0b2RvcyBvcyBwYcOtc2VzOwoKKDIpIEFDRUlUQSBxdWUgYSBjZXNzw6NvIHRvdGFsIG7Do28gZXhjbHVzaXZhLCBwZXJtYW5lbnRlIGUgaXJyZXZvZ8OhdmVsIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcwpwYXRyaW1vbmlhaXMgbsOjbyBjb21lcmNpYWlzIGRlIHV0aWxpemHDp8OjbyBkZSBxdWUgdHJhdGEgZXN0ZSBkb2N1bWVudG8gaW5jbHVpLCBleGVtcGxpZmljYXRpdmFtZW50ZSwKb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgZGlzcG9uaWJpbGl6YcOnw6NvIGUgY29tdW5pY2HDp8OjbyBww7pibGljYSBkYSBPQlJBLCBlbSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IHZlw61jdWxvLAppbmNsdXNpdmUgZW0gUmVwb3NpdMOzcmlvcyBEaWdpdGFpcywgYmVtIGNvbW8gb3MgZGlyZWl0b3MgZGUgcmVwcm9kdcOnw6NvLCBleGliacOnw6NvLCBleGVjdcOnw6NvLApkZWNsYW1hw6fDo28sIHJlY2l0YcOnw6NvLCBleHBvc2nDp8OjbywgYXJxdWl2YW1lbnRvLCBpbmNsdXPDo28gZW0gYmFuY28gZGUgZGFkb3MsIHByZXNlcnZhw6fDo28sIGRpZnVzw6NvLApkaXN0cmlidWnDp8OjbywgZGl2dWxnYcOnw6NvLCBlbXByw6lzdGltbywgdHJhZHXDp8OjbywgZHVibGFnZW0sIGxlZ2VuZGFnZW0sIGluY2x1c8OjbyBlbSBub3ZhcyBvYnJhcyBvdQpjb2xldMOibmVhcywgcmV1dGlsaXphw6fDo28sIGVkacOnw6NvLCBwcm9kdcOnw6NvIGRlIG1hdGVyaWFsIGRpZMOhdGljbyBlIGN1cnNvcyBvdSBxdWFscXVlciBmb3JtYSBkZQp1dGlsaXphw6fDo28gbsOjbyBjb21lcmNpYWw7CgooMykgUkVDT05IRUNFIHF1ZSBhIGNlc3PDo28gYXF1aSBlc3BlY2lmaWNhZGEgY29uY2VkZSDDoCBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPCkNSVVogbyBkaXJlaXRvIGRlIGF1dG9yaXphciBxdWFscXVlciBwZXNzb2Eg4oCTIGbDrXNpY2Egb3UganVyw61kaWNhLCBww7pibGljYSBvdSBwcml2YWRhLCBuYWNpb25hbCBvdQplc3RyYW5nZWlyYSDigJMgYSBhY2Vzc2FyIGUgdXRpbGl6YXIgYW1wbGFtZW50ZSBhIE9CUkEsIHNlbSBleGNsdXNpdmlkYWRlLCBwYXJhIHF1YWlzcXVlcgpmaW5hbGlkYWRlcyBuw6NvIGNvbWVyY2lhaXM7CgooNCkgREVDTEFSQSBxdWUgYSBvYnJhIMOpIGNyaWHDp8OjbyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSDDqSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGFxdWkgY2VkaWRvcyBlIGF1dG9yaXphZG9zLApyZXNwb25zYWJpbGl6YW5kby1zZSBpbnRlZ3JhbG1lbnRlIHBlbG8gY29udGXDumRvIGUgb3V0cm9zIGVsZW1lbnRvcyBxdWUgZmF6ZW0gcGFydGUgZGEgT0JSQSwKaW5jbHVzaXZlIG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBlIGltYWdlbSB2aW5jdWxhZG9zIMOgIE9CUkEsIG9icmlnYW5kby1zZSBhIGluZGVuaXphciB0ZXJjZWlyb3MgcG9yCmRhbm9zLCBiZW0gY29tbyBpbmRlbml6YXIgZSByZXNzYXJjaXIgYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVogZGUKZXZlbnR1YWlzIGRlc3Blc2FzIHF1ZSB2aWVyZW0gYSBzdXBvcnRhciwgZW0gcmF6w6NvIGRlIHF1YWxxdWVyIG9mZW5zYSBhIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIG91CmRpcmVpdG9zIGRlIHZveiBvdSBpbWFnZW0sIHByaW5jaXBhbG1lbnRlIG5vIHF1ZSBkaXogcmVzcGVpdG8gYSBwbMOhZ2lvIGUgdmlvbGHDp8O1ZXMgZGUgZGlyZWl0b3M7CgooNSkgQUZJUk1BIHF1ZSBjb25oZWNlIGEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTwpPU1dBTERPIENSVVogZSBhcyBkaXJldHJpemVzIHBhcmEgbyBmdW5jaW9uYW1lbnRvIGRvIHJlcG9zaXTDs3JpbyBpbnN0aXR1Y2lvbmFsIEFSQ0EuCgpBIFBvbMOtdGljYSBJbnN0aXR1Y2lvbmFsIGRlIEFjZXNzbyBBYmVydG8gZGEgRklPQ1JVWiAtIEZVTkRBw4fDg08gT1NXQUxETyBDUlVaIHJlc2VydmEKZXhjbHVzaXZhbWVudGUgYW8gQVVUT1Igb3MgZGlyZWl0b3MgbW9yYWlzIGUgb3MgdXNvcyBjb21lcmNpYWlzIHNvYnJlIGFzIG9icmFzIGRlIHN1YSBhdXRvcmlhCmUvb3UgdGl0dWxhcmlkYWRlLCBzZW5kbyBvcyB0ZXJjZWlyb3MgdXN1w6FyaW9zIHJlc3BvbnPDoXZlaXMgcGVsYSBhdHJpYnVpw6fDo28gZGUgYXV0b3JpYSBlIG1hbnV0ZW7Dp8OjbwpkYSBpbnRlZ3JpZGFkZSBkYSBPQlJBIGVtIHF1YWxxdWVyIHV0aWxpemHDp8Ojby4KCkEgUG9sw610aWNhIEluc3RpdHVjaW9uYWwgZGUgQWNlc3NvIEFiZXJ0byBkYSBGSU9DUlVaIC0gRlVOREHDh8ODTyBPU1dBTERPIENSVVoKcmVzcGVpdGEgb3MgY29udHJhdG9zIGUgYWNvcmRvcyBwcmVleGlzdGVudGVzIGRvcyBBdXRvcmVzIGNvbSB0ZXJjZWlyb3MsIGNhYmVuZG8gYW9zIEF1dG9yZXMKaW5mb3JtYXIgw6AgSW5zdGl0dWnDp8OjbyBhcyBjb25kacOnw7VlcyBlIG91dHJhcyByZXN0cmnDp8O1ZXMgaW1wb3N0YXMgcG9yIGVzdGVzIGluc3RydW1lbnRvcy4KRepositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-10-27T23:14:56Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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description INTRODUÇÃO: A ocorrência de multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde no mesmo indivíduo, vem crescendo em diversos contextos sanitários, estando intimamente relacionada ao processo de envelhecimento da população em todo o mundo. Apesar da elevada prevalência e dos impactos negativos sobre os indicadores de morbimortalidade, existem poucas evidências sobre o assunto no Brasil, especialmente quando se trata da relação entre a multimorbidade, a mortalidade, os gastos em saúde e os fatores socioeconômicos na população idosa. OBJETIVOS: Avaliar a relação entre o gasto catastrófico em saúde (GCS) e a multimorbidade em amostra nacional representativa da população brasileira com 50 anos ou mais; investigar o efeito da multimorbidade na mortalidade de idosos e verificar o efeito moderador da escolaridade nesta relação. MÉTODOS: A presente tese é composta por dois artigos cujos métodos são distintos. O primeiro estudo seguiu um delineamento transversal, no qual foram utilizados dados de 8.347 indivíduos participantes da linha de base do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-BRASIL), coletados por meio de entrevistas domiciliares, entre os anos de 2015 e 2016. Para este primeiro estudo, a variável dependente foi o gasto catastrófico em saúde (GCS), definido como o desembolso direto com saúde realizado pelo adulto mais velho, cujo valor atingisse uma proporção igual ou maior à 10% ou 25% da renda domiciliar. A principal variável independente foi a multimorbidade, definida como a presença de duas ou mais condições crônicas de saúde no mesmo indivíduo, de uma lista composta por 17 condições. Um escore de riqueza foi construído para avaliar a desigualdade na associação entre o GCS e a multimorbidade. A associação entre a multimorbidade e os gastos catastróficos foi avaliada por meio de regressão logística múltipla, com a estimação dos “Odds Ratio” (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. O segundo estudo seguiu o delineamento de coorte e utilizou dados de 1.720 indivíduos participantes do Estudo de Coorte Saúde, Bem-estar e Envelhecimento (SABE) entre os anos de 2006 e 2015. A variável dependente foi a mortalidade, mensurada como o tempo até o óbito. As variáveis independentes de interesse foram: a multimorbidade e a escolaridade. As associações foram estimadas utilizando o modelo de riscos proporcionais de Cox, com a estimação dos “Hazard Ratio” (HR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. RESULTADOS: No primeiro estudo (ELSI-BRASIL), a prevalência de GCS foi de 17,9% e 7,5% para gastos correspondentes a 10% e 25% da renda domiciliar, respectivamente. A prevalência de multimorbidade foi de 63,2%. A multimorbidade apresentou associações positivas e independentes com GCS (OR= 1,95; IC 95%= 1,67 – 2,28 e OR= 1,40; IC 95%= 1,11 – 1,76 para gastos correspondentes a 10% e 25%, respectivamente), sendo que os gastos catastróficos associados à multimorbidade foram maiores entre aqueles indivíduos com menor escore de riqueza. No segundo estudo (SABE), a média de seguimento foi de 5,3 anos, com um total de 570 óbitos no período. A multimorbidade apresentou associação positiva e independente com a mortalidade (HR = 1,36; IC 95% = 1,10 - 1,69) e diferenças no risco de morte foram encontradas entre idosos com multimorbidade e sem multimorbidade ao longo da escolaridade (HR = 1,07; IC 95% = 1,00 - 1,13). CONCLUSÕES: Os resultados desta tese mostram que a multimorbidade está associada aos gastos catastróficos em saúde e a mortalidade de idosos, sendo este risco de morte moderado pela escolaridade. Considerando o crescente e rápido envelhecimento populacional no Brasil, os resultados chamam atenção para a necessidade de um manejo integral da multimorbidade nos serviços de saúde, objetivando não somente a prevenção da sua ocorrência, mas também o adequado tratamento e a qualidade do cuidado à longo prazo. Ademais, os resultados aqui apresentados reforçam a importância de se reconhecer a determinação social na abordagem da multimorbidade entre adultos mais velhos nos diversos contextos sanitários.
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