RADIS: Comunicação e Saúde, número 177, junho
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Data de Publicação: | 2017 |
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Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/20376 |
Resumo: | Em reportagem na região cortada pela transposição do rio São Francisco, a repórter Ana Cláudia Peres e o fotógrafo Sérgio Eduardo de Oliveira registraram depoimentos de quem convive com a pouca água e o rico bioma do semiárido. Diante da obra controversa, pelo seu alto custo, impacto socioambiental, restrições de acesso aos canais e a possibilidade do uso humano da água ficar em segundo plano em relação à apropriação pela indústria e o agronegócio, muitos expressam um sentimento dúbio de desalento e esperança. Como destaca a repórter, “no sertão, nada é apenas o que parece”. Nesta edição, apresentamos o que cabe aos países membros das Nações Unidas fazer para alcançar até 2030 os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. Este dossiê, preparado pelo diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, antecipa a reflexão do tema “Erradicar a pobreza e promover a prosperidade num mundo em mudança”, a ser debatido em fórum da ONU, no mês de julho, em Nova Iorque. Em outra matéria, ouvimos pesquisadores e especialistas sobre o os impactos dos cortes na área da ciência, tecnologia e inovações sobre a autonomia do complexo industrial e produtivo do SUS e soberania do país. Na greve geral de 28 de abril, uma enorme manifestação tinha início no Centro do Rio de Janeiro, quando foi dispersada com absurda quantidade de bombas atiradas a esmo sobre a multidão de trabalhadores, estudantes, parlamentares, crianças, idosos, famílias inteiras que simplesmente exerciam o direito constitucional de manifestação e expressão, conforme atesta nota da OAB-RJ. A operação da polícia não visava conter provocadores, proteger patrimônio ou garantir um perímetro estabelecido, mas impedir a manifestação de opinião contrária ao governo. A partir de imagens de helicópteros, a mídia organizava a narrativa que acobertava a ilegalidade da ação do Estado. Na mídia hegemônica, algo está permanentemente ausente: a voz dos principais atingidos e envolvidos nas questões abordadas. Este foi um dos principais temas discutidos por centenas de conselheiros de saúde, comunicadores populares, jornalistas e assessores de comunicação na 1ª Conferência Nacional Livre sobre Comunicação em Saúde, realizada em abril. Pouco se fala sobre o que há de interessante no SUS, das verdadeiras demandas e opiniões dos usuários e de tudo que ainda é preciso fazer, inclusive do ponto de vista de recursos, para que o sistema esteja à altura do que foi idealizado. Segundo os participantes, a mídia comercial não se interessa em tratar saúde como um processo coletivo e submetido a determinantes de origem econômica, ambiental e social — nela, saúde é vista como mercadoria e se resume à assistência médico-hospitalar. Foram propostos espaços de comunicação com a participação do cidadão, para reforçar a percepção de que a saúde coletiva não será resolvida pela substituição do ainda precário sistema integral e universal público por planos privados permanentemente precários ou excludentes. O contexto no momento de fechamento desta edição era de expectativa em relação ao destino do governo federal (abalado pela divulgação de gravações em que o presidente Temer comete, do ponto de vista do Ministério Público e a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, crimes comuns e de responsabilidade) e de apreensão quanto à possibilidade, em qualquer hipótese, de ter prosseguimento a operação de desmonte de políticas e direitos sociais inscritos na Constituição e de privatização dos bens e serviços públicos. Para o caso de impedimento, cassação ou renúncia do presidente, parlamentares de parte da base aliada e a mídia já articulavam nomes para uma substituição por meio de escolha indireta no Congresso. Nas manifestações de rua e em declarações de inúmeras entidades da sociedade civil, o lema e a voz comum eram, como em 1984, “Diretas já!”. |
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Este dossiê, preparado pelo diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, antecipa a reflexão do tema “Erradicar a pobreza e promover a prosperidade num mundo em mudança”, a ser debatido em fórum da ONU, no mês de julho, em Nova Iorque. Em outra matéria, ouvimos pesquisadores e especialistas sobre o os impactos dos cortes na área da ciência, tecnologia e inovações sobre a autonomia do complexo industrial e produtivo do SUS e soberania do país. Na greve geral de 28 de abril, uma enorme manifestação tinha início no Centro do Rio de Janeiro, quando foi dispersada com absurda quantidade de bombas atiradas a esmo sobre a multidão de trabalhadores, estudantes, parlamentares, crianças, idosos, famílias inteiras que simplesmente exerciam o direito constitucional de manifestação e expressão, conforme atesta nota da OAB-RJ. A operação da polícia não visava conter provocadores, proteger patrimônio ou garantir um perímetro estabelecido, mas impedir a manifestação de opinião contrária ao governo. A partir de imagens de helicópteros, a mídia organizava a narrativa que acobertava a ilegalidade da ação do Estado. Na mídia hegemônica, algo está permanentemente ausente: a voz dos principais atingidos e envolvidos nas questões abordadas. Este foi um dos principais temas discutidos por centenas de conselheiros de saúde, comunicadores populares, jornalistas e assessores de comunicação na 1ª Conferência Nacional Livre sobre Comunicação em Saúde, realizada em abril. Pouco se fala sobre o que há de interessante no SUS, das verdadeiras demandas e opiniões dos usuários e de tudo que ainda é preciso fazer, inclusive do ponto de vista de recursos, para que o sistema esteja à altura do que foi idealizado. Segundo os participantes, a mídia comercial não se interessa em tratar saúde como um processo coletivo e submetido a determinantes de origem econômica, ambiental e social — nela, saúde é vista como mercadoria e se resume à assistência médico-hospitalar. Foram propostos espaços de comunicação com a participação do cidadão, para reforçar a percepção de que a saúde coletiva não será resolvida pela substituição do ainda precário sistema integral e universal público por planos privados permanentemente precários ou excludentes. O contexto no momento de fechamento desta edição era de expectativa em relação ao destino do governo federal (abalado pela divulgação de gravações em que o presidente Temer comete, do ponto de vista do Ministério Público e a ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal, crimes comuns e de responsabilidade) e de apreensão quanto à possibilidade, em qualquer hipótese, de ter prosseguimento a operação de desmonte de políticas e direitos sociais inscritos na Constituição e de privatização dos bens e serviços públicos. Para o caso de impedimento, cassação ou renúncia do presidente, parlamentares de parte da base aliada e a mídia já articulavam nomes para uma substituição por meio de escolha indireta no Congresso. Nas manifestações de rua e em declarações de inúmeras entidades da sociedade civil, o lema e a voz comum eram, como em 1984, “Diretas já!”.porFundação Oswaldo Cruz/ENSPTransposição do Rio São FranciscoComunicação em SaúdeDireito à SaúdeCiência, Tecnologia e SociedadeImpacto SocioambientalDesenvolvimento SustentávelComunicação em SaúdeDireito à SaúdeCiência, Tecnologia e SociedadeImpacto AmbientalDesenvolvimento SustentávelRADIS: Comunicação e Saúde, número 177, junhoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleFundação Oswaldo Cruz. 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