Hepatite E em pacientes imunocomprometidos e imunossuprimidos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lemos, Andreza Salvio
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/42640
Resumo: O vírus da hepatite E (HEV) é o agente etiológico de hepatite humana mais recentemente descrito no Brasil, sendo responsável por hepatite crônica e cirrose em indivíduos imunocomprometidos. Como grupos imunossuprimidos relevantes, temos os doentes renais crônicos dependentes de hemodiálise (HD), um grupo cada vez maior e mais exposto a infecções por HEV. Além destes pacientes HD, temos os transplantados renais, um grupo também crescente no Brasil, para o qual o tacrolimo é incluído como protocolo imunossupressor e conhecido por estimular a replicação do HEV em receptores de órgãos. Assim, entender a influência da terapia com tacrolimo na prevalência de infecção por HEV em pacientes transplantados renais é fundamental para a adoção de medidas preventivas específicas. No entanto, dados consistentes não estão disponíveis sobre estas prevalências de HEV em populações imunocomprometidas no Brasil. Assim, a prevalência de HEV foi investigada em amostras de soro de 280 pacientes HIV positivos do Rio de Janeiro e em amostras de plasma de 286 pacientes HD do sudeste e nordeste do Brasil, 316 transplantados renais do Centro-Oeste em colaboração com a Universidade Federal de Goiás e em 50 doadores de sangue do HEMORIO. Além disso, 50 pacientes transplantados renais foram acompanhados durante 01 ano (t= 0, 3, 6, 9, 12 meses) após o transplante e início da imunossupressão, totalizando em 250 amostras de plasma. Todas as amostras foram analisadas quanto a presença de anticorpos anti-HEV IgG e à detecção de RNA genômico do HEV (HEV-RNA). A soroprevalência encontrada entre os pacientes em hemodiálise foi de 24,48%, considerada média em relação a pacientes HD descritos na literatura e alta em relação à população geral Fatores como baixa renda familiar e longos períodos em hemodiálise representaram tendências em relação à presença de anticorpos anti-HEV IgG. Além disso, níveis mais baixos de fosfato foram associados como fatores de risco para positividade para anti-HEV IgG. No grupo de transplantados do Centro-Oeste, a soroprevalência encontrada foi de 2,5% sem diferenças epidemiológicas relevantes entre os grupos anti-HEV positivo e negativo e sem fatores de risco associados. No grupo de transplantados renais acompanhados por um ano, foi encontrada prevalência de 16% (8/50) no primeiro momento da coleta (t = 1 mês) e prevalência de 20% (10/50) no último momento do estudo (t = 12 meses), sugerindo a conversão de dois pacientes no intervalo de 1 ano após o transplante. Finalmente, entre os doadores de sangue a prevalência foi de 6% (3/50). Entre pacientes HIV positivos, a prevalência encontrada foi de 0%, neste grupo o HEV-RNA foi detectado em 3,6% dos pacientes, enquanto esta detecção não ocorreu nos outros grupos estudados. Esses resultados mostram como a prevalência do HEV pode variar de acordo com a região estudada e com o grupo estudado, sendo especialmente importante entre pacientes dependentes de hemodiálise e transplantados. Além disso, nossos resultados justificam e reforçam o monitoramento constante e a aplicação de medidas preventivas destes grupos e de doadores de sangue, cujas bolsas poderão ser aplicadas em pacientes de risco para o desenvolvimento de hepatite E crônica.
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Assim, entender a influência da terapia com tacrolimo na prevalência de infecção por HEV em pacientes transplantados renais é fundamental para a adoção de medidas preventivas específicas. No entanto, dados consistentes não estão disponíveis sobre estas prevalências de HEV em populações imunocomprometidas no Brasil. Assim, a prevalência de HEV foi investigada em amostras de soro de 280 pacientes HIV positivos do Rio de Janeiro e em amostras de plasma de 286 pacientes HD do sudeste e nordeste do Brasil, 316 transplantados renais do Centro-Oeste em colaboração com a Universidade Federal de Goiás e em 50 doadores de sangue do HEMORIO. Além disso, 50 pacientes transplantados renais foram acompanhados durante 01 ano (t= 0, 3, 6, 9, 12 meses) após o transplante e início da imunossupressão, totalizando em 250 amostras de plasma. Todas as amostras foram analisadas quanto a presença de anticorpos anti-HEV IgG e à detecção de RNA genômico do HEV (HEV-RNA). A soroprevalência encontrada entre os pacientes em hemodiálise foi de 24,48%, considerada média em relação a pacientes HD descritos na literatura e alta em relação à população geral Fatores como baixa renda familiar e longos períodos em hemodiálise representaram tendências em relação à presença de anticorpos anti-HEV IgG. Além disso, níveis mais baixos de fosfato foram associados como fatores de risco para positividade para anti-HEV IgG. No grupo de transplantados do Centro-Oeste, a soroprevalência encontrada foi de 2,5% sem diferenças epidemiológicas relevantes entre os grupos anti-HEV positivo e negativo e sem fatores de risco associados. No grupo de transplantados renais acompanhados por um ano, foi encontrada prevalência de 16% (8/50) no primeiro momento da coleta (t = 1 mês) e prevalência de 20% (10/50) no último momento do estudo (t = 12 meses), sugerindo a conversão de dois pacientes no intervalo de 1 ano após o transplante. Finalmente, entre os doadores de sangue a prevalência foi de 6% (3/50). Entre pacientes HIV positivos, a prevalência encontrada foi de 0%, neste grupo o HEV-RNA foi detectado em 3,6% dos pacientes, enquanto esta detecção não ocorreu nos outros grupos estudados. Esses resultados mostram como a prevalência do HEV pode variar de acordo com a região estudada e com o grupo estudado, sendo especialmente importante entre pacientes dependentes de hemodiálise e transplantados. Além disso, nossos resultados justificam e reforçam o monitoramento constante e a aplicação de medidas preventivas destes grupos e de doadores de sangue, cujas bolsas poderão ser aplicadas em pacientes de risco para o desenvolvimento de hepatite E crônica.Zoonotic hepatitis E virus (HEV) is the most recently described etiological agent of human hepatitis in Brazil, being responsible for chronic hepatitis and cirrhosis in immunocompromised people. Relevant immunosuppressed groups include chronic kidney disease hemodialysis-dependent (HD) patients, a growing group that is more exposed to HEV infections. In addition to these HD patients, the renal transplanted patients also represent a growing group in Brazil, for which tacrolimus is currently applied as the main immunosuppressive therapy. This immunosuppressant is known to stimulate HEV replication in organ receptors. Thus, understanding the influence of this therapy on the chronic HEV infection in kidney transplanted patients is crucial for the adoption of specific preventive measures. However, consistent data are not available on these prevalence of HEV in immunocompromised populations in Brazil. Thus, the prevalence of HEV was investigated in serum samples from 280 HIV-positive patients from Rio de Janeiro and in plasma samples of 286 HD patients from southeastern and northeastern Brazil, 316 of renal transplant recipients from the Midwest, in collaboration with the Federal University of Goiás, and in 50 blood donors from the HEMORIO. In addition, 50 kidney-transplanted patients were followed-up for 1 year (t = 1, 3, 6, 9, 12 months) after transplantation and onset of immunosuppression, totaling 250 plasma samples. All samples were analyzed for anti-HEV IgG and detection of HEV genomic RNA (HEV-RNA). The prevalence among hemodialysis patients was 24.48%, which is consistent with seroprevalence in HD patients from other countries, and is high, when compared to the general population Factors such as low family income and long period of hemodialysis represent trends regarding the presence of anti-HEV IgG antibodies. In addition, lower phosphate levels were associated as risk factors for anti-HEV IgG positivity. In the Midwest transplanted group, the seroprevalence was 2.5% with no relevant epidemiological differences between the positive and negative anti-HEV groups and no associated risk factors. Among the kidney-transplanted recipients followed for one year, the prevalence of 16% (8/50) was found at the first moment of collection (t = 1 month) and a prevalence of 20% (10/50) at the last studied moment (t = 12 months), suggesting the seroconversion of two patients within the first year after transplantation. Finally, among the blood donors, the prevalence found was of 6% (3/50). Among HIV positive patients, the prevalence found was 0%, in this group HEV-RNA was detected in 3.6% of patients, while this detection did not occur in the other groups studied. These results show how the prevalence of HEV may vary according to the region of Brazil and the studied group, being especially important among hemodialysis-dependent and kidney-transplanted patients. In addition, our results justify and reinforce the constant monitoring and application of preventive measures to these groups and among blood donors, whose blood bags may be applied to at risk patients for developing chronic hepatitis E.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHepatite EEpidemiologiaVirologiaHepatite EEpidemiologiaVirologiaHepatite E em pacientes imunocomprometidos e imunossuprimidosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Biologia Parasitáriainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/42640/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALandreza_lemos_ioc_dout_2019.pdfapplication/pdf3999423https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/42640/2/andreza_lemos_ioc_dout_2019.pdfcfa07744fde020f8d4b7ec33debc711dMD52TEXTandreza_lemos_ioc_dout_2019.pdf.txtandreza_lemos_ioc_dout_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain261874https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/42640/3/andreza_lemos_ioc_dout_2019.pdf.txt0fb36d703f791818824b3a262873e1c3MD53icict/426402020-11-09 11:40:58.987oai:www.arca.fiocruz.br:icict/42640Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352020-11-09T14:40:58Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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