A assistência em saúde mental às adolescentes em privação de liberdade no Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gama, Fabiana Lozano
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24060
Resumo: Objetivo: O objetivo do artigo foi analisar a assistência de saúde mental às adolescentes privadas de liberdade em unidade socioeducativa (USE) do Estado do Rio de Janeiro com ênfase na análise da prescrição e consumo de psicofármacos. A hipótese que foi considerada é que a adoção de condutas centradas na medicação psiquiátrica pode estar associada à provisão de serviços em saúde mental exclusivamente no interior da USE a despeito das orientações normativas no sentido da descentralização e articulação com o Sistema Único de Saúde. Metodologia: Estudo transversal com desenho de estudo de caso, do tipo quantitativo e qualitativo, com dados primários coletados em 35 prontuários por meio de um formulário estruturado, análise documental e entrevista com gestores. Resultados: Constatou-se que 40% das adolescentes estavam em tratamento em saúde mental no momento da pesquisa. O uso de psicofármacos alcançava 17% das adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação a despeito de apenas 3% terem de diagnóstico de transtorno mental. A assistência em saúde da USE caracterizava-se pela verticalização comprovada pelo fato de 100% da assistência em saúde ser realizada exclusivamente pela equipe de saúde da própria SE, sem vinculação com serviços externos do SUS. Discussão: Foi constatada uma baixa prevalência do uso de psicofármacos quando comparado ao padrão constatado pela literatura em unidades socioeducativas estaduais com o mesmo padrão verticalizado de serviços em saúde mental. Esta evidência pode ser associada à revisão dos protocolos clínicos e ao fortalecimento do manejo psicossocial em resposta ao uso excessivo de medicação observado em anos anteriores. A organização da saúde mental na USE com a oferta de equipe multidisciplinar exclusiva para os casos de saúde mental, o privilégio de ações psicossociais e a existência de um protocolo clínico que situa o atendimento psiquiátrico como o último recurso a ser utilizado são as explicações plausíveis para o resultado na USE. Ainda assim, esta dissertação chama atenção para o desafio institucional da exigência de articulação da assistência em saúde mental da USE com as diretrizes descentralizadoras da política pública de saúde.
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Metodologia: Estudo transversal com desenho de estudo de caso, do tipo quantitativo e qualitativo, com dados primários coletados em 35 prontuários por meio de um formulário estruturado, análise documental e entrevista com gestores. Resultados: Constatou-se que 40% das adolescentes estavam em tratamento em saúde mental no momento da pesquisa. O uso de psicofármacos alcançava 17% das adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa de internação a despeito de apenas 3% terem de diagnóstico de transtorno mental. A assistência em saúde da USE caracterizava-se pela verticalização comprovada pelo fato de 100% da assistência em saúde ser realizada exclusivamente pela equipe de saúde da própria SE, sem vinculação com serviços externos do SUS. Discussão: Foi constatada uma baixa prevalência do uso de psicofármacos quando comparado ao padrão constatado pela literatura em unidades socioeducativas estaduais com o mesmo padrão verticalizado de serviços em saúde mental. Esta evidência pode ser associada à revisão dos protocolos clínicos e ao fortalecimento do manejo psicossocial em resposta ao uso excessivo de medicação observado em anos anteriores. A organização da saúde mental na USE com a oferta de equipe multidisciplinar exclusiva para os casos de saúde mental, o privilégio de ações psicossociais e a existência de um protocolo clínico que situa o atendimento psiquiátrico como o último recurso a ser utilizado são as explicações plausíveis para o resultado na USE. Ainda assim, esta dissertação chama atenção para o desafio institucional da exigência de articulação da assistência em saúde mental da USE com as diretrizes descentralizadoras da política pública de saúde.Objective: The purpose of this article was to analyze the mental health care of adolescents deprived of liberty in the socio-educational unit of the State of Rio de Janeiro, with emphasis on the analysis of the prescription and consumption of psychotropic drugs. The hypothesis that was considered is that the adoption of conduits focused on psychiatric medication may be associated to the provision of mental health services exclusively within the sócio-education unit in spite of the normative orientations towards the decentralization and articulation with the Unified Health System. Methodology: A cross-sectional study with a case study design, of the quantitative and qualitative type, with primary data collected in 35 medical records through a structured form, documentary analysis and interview with manager. Outcome: It was found that 40% of the adolescents were in mental health treatment at the time of the research. The use of psychotropic drugs reached 17% of adolescents deprived of liberty, despite the fact that only 3% had a diagnosis of mental disorder. Socio-education unit’s health care was characterized by verticalization, evidenced by the fact that 100% of health care was exclusively performed by the health team of the unit, without linking with SUS – National Health System – external services. Discussion: There was a low prevalence of psychotropic drugs when compared to the standard found in the literature in state socio-educational units with the same vertical pattern of mental health services. This evidence may be associated with the review of clinical protocols and the strengthening of psychosocial management in response to overuse of medication observed in previous years. The organization of mental health in sócio-education unit with the provision of exclusive multidisciplinary team for cases of mental health, the privilege of psychosocial actions and the existence of a clinical protocol that places psychiatric care as the last resource to be used are the plausible explanations for the result in sócio-education unit. Nevertheless, this dissertation draws attention to the institutional challenge of the articulation of sócio-education mental health care with the decentralizing directives of public health policy.care with the decentralizing directives of public health policy.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porInstituição TotalMedida SocioeducativaMedicalizaçãoPsicotrópicoAdolescentesMedicalizationPsychotropicTotal InstitutionSocio-Educational MeasureAdolescentsMedicalizaçãoPsicotrópicosAssistência à Saúde MentalAcesso aos Serviços de SaúdeAdolescenteSistema Único de SaúdeA assistência em saúde mental às adolescentes em privação de liberdade no Estado do Rio de JaneiroMental health care for adolescents deprived of their liberty in the State of Rio de Janeiroinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24060/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Fabiana_Lozano_ENSP_2017.pdfapplication/pdf1004383https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24060/2/ve_Fabiana_Lozano_ENSP_2017.pdf9257db9c1d0b7bee67dc7ee13909a2f6MD52TEXTfabiana_lozano.pdf.txtfabiana_lozano.pdf.txtExtracted texttext/plain193167https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24060/3/fabiana_lozano.pdf.txteed9fbcd7891fca8b004b14a136a3940MD53ve_Fabiana_Lozano_ENSP_2017.pdf.txtve_Fabiana_Lozano_ENSP_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain193167https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/24060/4/ve_Fabiana_Lozano_ENSP_2017.pdf.txteed9fbcd7891fca8b004b14a136a3940MD54icict/240602023-01-17 13:59:49.444oai:www.arca.fiocruz.br:icict/24060Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-17T16:59:49Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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