Um estudo longitudinal das relações entre capital social e eventos de saúde de idosos residentes em comunidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gontijo, Cristina Franco
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/39191
Resumo: Nos países em desenvolvimento, a proporção de idosos (pessoas com 60 ou mais anos de idade) tem aumentado expressivamente, a uma velocidade maior que a observada nos países industrializados. Esse fenômeno de modificação da estrutura etária é definido como envelhecimento populacional. Uma consequência importante da mudança nos padrões demográficos e do processo fisiológico do envelhecimento é o aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e da incapacidade funcional. Com isso, há incremento da demanda por serviços de saúde e dos gastos com a saúde, já que o segmento idoso da população é o que mais utiliza serviços de saúde, nas diferentes ações de saúde demandadas (consultas médicas, hospitalizações, uso de medicamentos, tratamentos de alto nível tecnológico etc.). Investigar o comportamento e os fatores associados a eventos de saúde frequentes nessa época da vida, como incapacidade e mortalidade, são fundamentais para sustentar a tomada de decisões atinentes ao planejamento, alocação de recursos e oferta de ações de saúde. No entanto, dado o caráter multidimensional da saúde, o olhar sobre o comportamento dos eventos relacionados ao processo saúde-doença deve abarcar um contingente cada vez mais diverso de potenciais determinantes. Além de estarem associados a fatores sociodemográficos e a condições objetivas e subjetivas de saúde, eventos de saúde como a incapacidade funcional e a mortalidade podem ser influenciados pelas relações entre as particularidades do indivíduo e o ambiente social em que ele se insere. Nesse contexto, o presente estudo objetivou investigar se o capital social constitui um preditor da mortalidade por todas as causas e da incidência de incapacidade funcional. Para tanto, foram arrolados os sobreviventes, em 2004, da coorte idosa do Projeto Bambuí (para o estudo sobre mortalidade), e entre esses aqueles livres de incapacidade funcional (para o estudo da incidência desse evento). Para o estudo da associação entre capital social e mortalidade foram investigados os óbitos por todas as causas, ocorridos entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de dezembro de 2011. Já no estudo da associação entre capital social e incapacidade funcional, esta foi medida por meio do autorrelato do grau de dificuldade para a realização de dois conjuntos de atividades de vida diária, no caso, as instrumentais (AIVD, relacionadas à vida em comunidade) e as básicas (ABVD, tipicamente ligadas à sobrevivência). Foram considerados incapazes aqueles participantes que relataram ter grande dificuldade ou não conseguir realizar, sem ajuda, pelo menos uma entre as atividades listadas em cada um dos conjuntos. A variável-exposição de interesse foi o capital social, mensurado em seus dois componentes, o cognitivo (coesão social e o suporte social) e o estrutural (participação social e satisfação com a vizinhança). Variáveis sociodemográficas, de condições de saúde e tabagismo foram incluídas na análise com o propósito de ajuste. A análise dos dados baseou-se no modelo dos riscos proporcionais de Cox, que fornece Hazard Ratios (HR) e intervalos de confiança de 95%. A investigação da associação entre capital social e mortalidade mostrou que o componente estrutural do capital social, na dimensão da participação social, foi o único independentemente associado à mortalidade: os idosos que não participavam de grupos sociais ou associações apresentaram um risco de morte duas vezes maior (HR = 2,28; IC95%: 1,49-3,49) que suas contrapartes. A outra investigação, da associação entre capital social e incapacidade funcional, mostrou que somente a dimensão de satisfação com a vizinhança (componente estrutural) permaneceu associada à incapacidade: o risco de desenvolver incapacidade para AIVD foi significativamente maior entre aqueles idosos que se revelaram insatisfeitos com a vizinhança (HR=2,32; IC95% 1,35-3,98). Os resultados dessas investigações evidenciam a necessidade de estender as intervenções direcionadas à promoção da longevidade e independência dos idosos para além do campo específico de atuação da saúde, voltando-se também para características ambientais e sociais.
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Uma consequência importante da mudança nos padrões demográficos e do processo fisiológico do envelhecimento é o aumento da prevalência das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e da incapacidade funcional. Com isso, há incremento da demanda por serviços de saúde e dos gastos com a saúde, já que o segmento idoso da população é o que mais utiliza serviços de saúde, nas diferentes ações de saúde demandadas (consultas médicas, hospitalizações, uso de medicamentos, tratamentos de alto nível tecnológico etc.). Investigar o comportamento e os fatores associados a eventos de saúde frequentes nessa época da vida, como incapacidade e mortalidade, são fundamentais para sustentar a tomada de decisões atinentes ao planejamento, alocação de recursos e oferta de ações de saúde. No entanto, dado o caráter multidimensional da saúde, o olhar sobre o comportamento dos eventos relacionados ao processo saúde-doença deve abarcar um contingente cada vez mais diverso de potenciais determinantes. 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A investigação da associação entre capital social e mortalidade mostrou que o componente estrutural do capital social, na dimensão da participação social, foi o único independentemente associado à mortalidade: os idosos que não participavam de grupos sociais ou associações apresentaram um risco de morte duas vezes maior (HR = 2,28; IC95%: 1,49-3,49) que suas contrapartes. A outra investigação, da associação entre capital social e incapacidade funcional, mostrou que somente a dimensão de satisfação com a vizinhança (componente estrutural) permaneceu associada à incapacidade: o risco de desenvolver incapacidade para AIVD foi significativamente maior entre aqueles idosos que se revelaram insatisfeitos com a vizinhança (HR=2,32; IC95% 1,35-3,98). Os resultados dessas investigações evidenciam a necessidade de estender as intervenções direcionadas à promoção da longevidade e independência dos idosos para além do campo específico de atuação da saúde, voltando-se também para características ambientais e sociais.The proportion of the elderly, those aged 60 and over to developing countries, has increased significantly faster than in other industrialized countries – a phenomenon defined as population aging. An important consequence of the change in demographic patterns and the physiological process of aging is the increased prevalence of chronic noncommunicable diseases (NCD) and functional disability. As a result, there is an increase in the demand for health services and health expenditures, since the elderly segment of the population is the one that uses the most health services, at its different levels, with medicines, medical consultations, long-term hospitalizations and treatments of high technological level. Investigating the trends and factors associated with mortality can support decision-making regarding resource allocation prioritization according to the identified mortality profile. However, given the multidimensional nature of health and the significant reduction in mortality rates (one of the characteristics of the demographic transition), only the death statistics are insufficient, justifying the need to observe other events or factors that pervade the health-disease process. In addition to being associated with sociodemographic factors and objective and subjective health conditions, health events, such as functional disability and mortality, can also be influenced by the relationships between the particularities of the individual and the social context. To limit or reduce the negative aspects of these events on the health system and the individual or his/her family, identifying the impact and factors associated with mortality and disability becomes of paramount importance. In this context, the present study aimed to investigate whether social capital is a predictor of all-cause mortality and the incidence of functional disability. To that end, the elderly survivors of the elderly cohort of the Bambuí Study of Ageing in 2004 participated in the mortality study and, for the study on functional disability, the elderly were eligible for disability-free in that year. The event-of-interest variables were all-cause mortality, occurring between January 1, 2004 and December 31, 2011, and the incidence of functional disability. That last was measured by self-report of the degree of difficulty to perform two sets of daily life activities, in this case, instrumental (IADL, related to community life) and basic (BADL, typically linked to survival). Those participants who reported having great difficulty or not being able to perform, without assistance, at least one of the activities listed in each of the sets were considered as disable. The variable-exposure of interest was social capital, measured in its two components, cognitive (social cohesion and social support) and structural (social participation and satisfaction with the neighborhood). Sociodemographic variables, health conditions and smoking were included in the analysis for the purpose of adjustment. Data analysis was based on the Cox proportional hazards model, which provides Hazard Ratios (HR) and 95% confidence intervals. The investigation of the association between social capital and mortality showed that the structural component of social capital, in terms of social participation, was the only one independently associated with mortality: the elderly who did not participate in social groups or associations presented a risk two times greater (HR = 2.28, 95% CI: 1.49-3.49) than their counterparts. The other investigation, from the association between social capital and disability, showed that only the dimension of satisfaction with the neighborhood (structural component) remained associated with disability: the risk of developing disability for IADL was significantly higher among those elderly who were dissatisfied with the neighborhood (HR = 2.32, IC 95% 1.35-3.98). The results of these investigations show the need to extend interventions aimed at promoting longevity, independence of the elderly beyond the specific field of health care and return to environmental and social characteristics.Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES)Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porIdosoMortalidadeIncapacidade funcionalCapital socialElderlyMortalityDisabilitySocial capitalUm estudo longitudinal das relações entre capital social e eventos de saúde de idosos residentes em comunidadeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2019-06-28Fundação Oswaldo Cruz. Instituto René RachouUniversidade Federal de Minas GeraisBelo Horizonte/MGPrograma de Pós-Graduação em Saúde Coletivainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-83082https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39191/1/license.txt9193a7c197bc67acd023525e72a03240MD51ORIGINALT_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdfT_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdfapplication/pdf852113https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39191/2/T_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdf4c0921637c1bcb4f7d00427d5f69ba0bMD52TEXTT_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdf.txtT_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdf.txtExtracted texttext/plain144814https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/39191/3/T_2019_Cristina_Franco_Gontijo.pdf.txt72e3b75a09cc602b64da34cac145f668MD53icict/391912021-07-05 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