Pelas fendas do trabalho vivo: textos, contextos e atos na atividade de vigilância em saúde do trabalhador

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santorum, Katia Maria Teixeira
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4520
Resumo: As reflexões aqui apresentadas decorrem de um processo de análise da atividade de Vigilância em Saúde do Trabalhador (VST), no âmbito do Sistema Único de Saúde. Estão na sua origem a percepção de uma descontinuidade entre conhecimentos acumulados sobre as ações de VST e os desdobramentos que a vida solicita dos responsáveis por executá-las. A metodologia utilizada foi a autoconfrontação cruzada, sendo recurso básico, imagens filmadas da atividade de trabalho. Os trabalhadores vigilantes protagonizam as cenas da atividade e sua análise. O Programa de Saúde do Trabalhador (PST) de Volta Redonda/RJ foi o cenário de onde partiram as análises. A aproximação ao tema enfocou noções acumuladas no campo da saúde do trabalhador, tais como a de saúde, trabalho e risco, colocando-as em diálogo com contribuições oriundas da Psicologia do Trabalho Italiana, da Psicologia do Trabalho Francesa, da Ergonomia da Atividade, da perspectiva Ergológica e da abordagem da Clínica da Atividade, especialmente no que convergem para o desenvolvimento da noção de atividade. Nessa trilha encontramos pistas que são apresentadas em três atos do trabalho vivo. Neles, consideramos a complexidade dessa atividade, evidenciada em particular pelas características do gênero profissional de VST e de sua descontinuidade com determinadas normas antecedentes. Entre tais características, a necessidade de amparar-se em bases sólidas contrastando com o processo de estilização ao colocar-se no lugar do outro, bem como a interdição da controvérsia profissional que remete a um possível fechamento desse gênero sobre si mesmo, impactando seu desenvolvimento, sendo esse um dos desdobramentos da fragilidade institucional na qual opera essa atividade. Paradoxalmente a linguagem constitui um recurso fundamental nesse ofício. O ato de vigiar entre os vigilantes aparece predominantemente como aplicação de conhecimentos, relegando sua potencialidade para produzi-los a um plano secundário. Os saberes-fazer de prudência, desenvolvidos pelos diferentes personagens que cohabitam a ação, para enfrentar os riscos à sua saúde parecem desarticulados levando-os a desencontrarem-se. Pensamos ser esse um ponto merecedor de atenção: a criação e desenvolvimento de estratégias de investigação-intervenção-formação em saúde que privilegiem os saberes oriundos da experiência.
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O Programa de Saúde do Trabalhador (PST) de Volta Redonda/RJ foi o cenário de onde partiram as análises. A aproximação ao tema enfocou noções acumuladas no campo da saúde do trabalhador, tais como a de saúde, trabalho e risco, colocando-as em diálogo com contribuições oriundas da Psicologia do Trabalho Italiana, da Psicologia do Trabalho Francesa, da Ergonomia da Atividade, da perspectiva Ergológica e da abordagem da Clínica da Atividade, especialmente no que convergem para o desenvolvimento da noção de atividade. Nessa trilha encontramos pistas que são apresentadas em três atos do trabalho vivo. Neles, consideramos a complexidade dessa atividade, evidenciada em particular pelas características do gênero profissional de VST e de sua descontinuidade com determinadas normas antecedentes. Entre tais características, a necessidade de amparar-se em bases sólidas contrastando com o processo de estilização ao colocar-se no lugar do outro, bem como a interdição da controvérsia profissional que remete a um possível fechamento desse gênero sobre si mesmo, impactando seu desenvolvimento, sendo esse um dos desdobramentos da fragilidade institucional na qual opera essa atividade. Paradoxalmente a linguagem constitui um recurso fundamental nesse ofício. O ato de vigiar entre os vigilantes aparece predominantemente como aplicação de conhecimentos, relegando sua potencialidade para produzi-los a um plano secundário. Os saberes-fazer de prudência, desenvolvidos pelos diferentes personagens que cohabitam a ação, para enfrentar os riscos à sua saúde parecem desarticulados levando-os a desencontrarem-se. Pensamos ser esse um ponto merecedor de atenção: a criação e desenvolvimento de estratégias de investigação-intervenção-formação em saúde que privilegiem os saberes oriundos da experiência.The reflections here presented come from a process of analysis of the activity of Worker’s Health Surveillance, in the extent of the Unified Health System. In its origin there are the perception of a discontinuity among accumulated knowledge on the actions of worker’s health surveillance and the unfoldings that the life requests from the ones responsible for executing them. The methodology was the crossed self-confrontation, being its basic resource filmed images of the work activity. The vigilant workers play the scenes of the activity and their respective analysis. The Worker’s Health Program of Volta Redonda/RJ was the scenery from where arose the analyses. The approach to the theme focused on accumulated notions in the field of the worker's health, such as health, work and risk, putting them in dialogue with contributions originated from the Italian Psychology of Work, the French Psychology of Work, the Activity Ergonomics, the Ergological perspective and from the approach of the Clinic of Activity, specially in what they converge to the development of the notion of activity. In that trail we have found tracks that are presented in three acts of the alive work. In such actions, we considered the complexity of that activity evidenced in matter by the characteristics of the professional genre of worker’s health surveillance and of its discontinuity with certain antecedent norms. Among such characteristics, the need to be in solid bases contrasting with the stylization process when putting themselves in someone else’s place, as well as the interdiction of the professional controversy that sends to a possible closing of that genre on itself, blocking its development, being that one of the unfoldings of the institutional fragility in which operates that activity. Paradoxically the language constitutes a fundamental resource in that occupation. The action of vigilance among the vigilant workers appears predominantly as application of knowledge, relegating their potentiality to produce such knowledge to a secondary plan. The Knowhow to do of prudence, developed by the different characters that co-inhabit the action, in order to face the risks to their health seem to be disjointed taking them to keep apart. We consider this a worthy point of attention: the creation and development of investigation-intervention-formation strategies in health that privilege the knowledge originated from the experience.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porSaúde ocupacionalVigilância em saúdeAnálise da atividadeClínica da atividadeMétodo da autoconfrontação cruzadaErgologiaOccupational healthHealth surveillanceActivity analysisActivity clinicCross selfconfrontation methodErgologyVigilância em Saúde do TrabalhadorPelas fendas do trabalho vivo: textos, contextos e atos na atividade de vigilância em saúde do trabalhadorBy the crevices of living labor: texts, contexts and acts in the activity of vigilance in worker's healthinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisEscola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz.Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca.Rio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4520/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Katia_Santorum_ENSP_2006.pdfapplication/pdf1000381https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4520/2/ve_Katia_Santorum_ENSP_2006.pdf0aec023be6f45a32997f8a00448d8460MD52TEXT279.pdf.txt279.pdf.txtExtracted texttext/plain422313https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4520/5/279.pdf.txt3ddb19b1078ac926f5c78d7a7d25bea4MD55ve_Katia_Santorum_ENSP_2006.pdf.txtve_Katia_Santorum_ENSP_2006.pdf.txtExtracted texttext/plain422320https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4520/6/ve_Katia_Santorum_ENSP_2006.pdf.txt3b41661bd5c6072ef91eb9e402a4f8baMD56THUMBNAIL279.pdf.jpg279.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1084https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/4520/4/279.pdf.jpg6a606042a88a16ceee0306c9a6abf4beMD54icict/45202023-01-19 14:26:05.9oai:www.arca.fiocruz.br:icict/4520Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-01-19T17:26:05Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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