Caracterização do polimorfismo intraespecífico do lipofosfoglicano (LPG) de Leishmania infantum Nicolle, 1908 e seu papel na interação com Lutzomyia longipalpis e macrófagos murinos
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34535 |
Resumo: | O LPG é o principal glicoconjugado da superfície de Leishmania sendo constituído por quatro domínios: (I) uma âncora lipídica de 1-O-alquil-2-liso-fosfatidilinositol, (II) uma parte central formada por um heptassacarídeo Gal(α1,6)Gal(α1,3)Galf(β1,3)[Glc(α1)-PO4]Man(α1,3)Man(α1,4)-GlcN(α1), (III) uma região de unidades repetitivas fosforiladas Gal(β1,4)Man(α1)-PO4 e (IV) um oligossacarídeo terminal ("cap"). As variações na seqüência e composição de açúcares ligados às unidades repetitivas e ao cap atribuem polimorfismos à molécula de LPG. O polimorfismo interespecífico do LPG tem sido amplamente estudado para espécies do Velho e do Novo Mundo e demonstra implicações na especificidade da interação parasito-vetor. Entretanto, pouco se sabe sobre a variabilidade intraespecífica da molécula de LPG. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de polimorfismo das unidades repetitivas do LPG de 16 cepas de Leishmania infantum do Brasil, França, Tunísia e Algéria. Além disso, o papel deste polimorfismo foi avaliado durante a interação in vivo de L. infantum com Lutzomyia longipalpis e na interação in vitro dos parasitos e seus respectivos LPGs com macrófagos murinos. O polimorfismo das unidades repetitivas do LPG de L. infantum foi considerado relativamente baixo e, de acordo com suas modificações, o LPG foi classificado em três tipos: tipo I, LPG cujas unidades repetitivas não apresentam cadeias laterais; tipo II, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo um resíduo de β-glicose e, tipo III, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo até três resíduos de glicose. Essas variações no LPG não afetaram a densidade de parasitos no intestino do vetor. No entanto, foi observada uma tendência à maior produção de Óxido Nítrico (NO) por macrófagos estimulados por LPGs glicosilados do tipo II. Juntos, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o polimorfismo intraespecífico do LPG de L. infantum não tem efeito sobre a interação do parasito com seu vetor, mas exerce papel regulatório sobre a produção de NO. A caracterização de todos estes LPGs, realizada pela primeira vez com uma ferramenta bioquímica, confirma os dados de estudos moleculares anteriores e nos permitem considerar que L. chagasi e L. infantum são a mesma espécie. |
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Finamore, Junara Miranda CoelhoSoares, Rodrigo Pedro PintoCarvalho, Andrea Teixeira deGontijo, Nelder de FigueiredoSoares, Rodrigo Pedro Pinto2019-07-31T15:19:06Z2019-07-31T15:19:06Z2010FINAMORE, Junara Miranda Coelho. Caracterização do polimorfismo intraespecífico do lipofosfoglicano (LPG) de Leishmania infantum Nicolle, 1908 e seu papel na interação com Lutzomyia longipalpis e macrófagos murinos. 2010. 92 f. Dissertação (Mestrado em Ciências)-Centro de Pesquisas René Rachou, Fundação Oswaldo Cruz, Belo Horizonte, 2010.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34535O LPG é o principal glicoconjugado da superfície de Leishmania sendo constituído por quatro domínios: (I) uma âncora lipídica de 1-O-alquil-2-liso-fosfatidilinositol, (II) uma parte central formada por um heptassacarídeo Gal(α1,6)Gal(α1,3)Galf(β1,3)[Glc(α1)-PO4]Man(α1,3)Man(α1,4)-GlcN(α1), (III) uma região de unidades repetitivas fosforiladas Gal(β1,4)Man(α1)-PO4 e (IV) um oligossacarídeo terminal ("cap"). 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O polimorfismo das unidades repetitivas do LPG de L. infantum foi considerado relativamente baixo e, de acordo com suas modificações, o LPG foi classificado em três tipos: tipo I, LPG cujas unidades repetitivas não apresentam cadeias laterais; tipo II, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo um resíduo de β-glicose e, tipo III, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo até três resíduos de glicose. Essas variações no LPG não afetaram a densidade de parasitos no intestino do vetor. No entanto, foi observada uma tendência à maior produção de Óxido Nítrico (NO) por macrófagos estimulados por LPGs glicosilados do tipo II. Juntos, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o polimorfismo intraespecífico do LPG de L. infantum não tem efeito sobre a interação do parasito com seu vetor, mas exerce papel regulatório sobre a produção de NO. A caracterização de todos estes LPGs, realizada pela primeira vez com uma ferramenta bioquímica, confirma os dados de estudos moleculares anteriores e nos permitem considerar que L. chagasi e L. infantum são a mesma espécie.LPG is the major surface glycoconjugate of Leishmania having four domains: (I) a phosphatidylinositol lipid anchor, (II) a phosphosaccharide core, (III) a repeating phosphorylated saccharide region and (IV) a small oligosaccharide cap structure. Variations in the composition and sequence of sugars that branch off the repeat units and the oligosaccharide cap ascribe polymorphism to LPG. The LPG interspecific polymorphisms have been studied to Leishmania species from Old and New World and they have been implicated in the specificity of interaction parasite-vetor. However, it is still unknown the level of polymorphism in this moiety in a given species from different regions. In this study, it was evaluated the intraspecific variation in the repeat units of LPG in 16 strains of L. infantum from Brazil, France, Tunisia and Algeria. Moreover, the significance of these modifications was investigated during in vivo interaction of L. infantum with Lutzomyia longipalpis and, in vitro interaction of the parasites and respective LPGs with murine macrophages. The structural polymorphism in the L. infantum LPG repeat units was relatively slight and consisted of three types: Type I, which does not have side chains; type II, having one B-glucose residues that branch off the disaccharide-phosphate repeat units and, type III, having up to three glucose residues (oligo-glucosylated). There were no consequential differences in the parasite densities in the sand fly midgut infected with Leishmania strains exhibiting types I, II and III LPGs. However, a higher nitric oxide (NO) production was observed in murine macrophages exposed to glucosylated type II LPG. In conclusion, the polymorphism observed in the L. infantum LPG has no effect in interaction with the invertebrate host, but has a differential effect in the NO synthesis by murine macrophages. Our biochemical data are in agreement with previous molecular studies considering that L. infantum and L. chagasi are the same species.Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa Rene Rachou. Belo Horizonte, MG, Brasil.porLeishmanioseLeishmania infantumGlicoconjugadosLeishmanioseLeishmania infantumGlicoconjugadosCaracterização do polimorfismo intraespecífico do lipofosfoglicano (LPG) de Leishmania infantum Nicolle, 1908 e seu papel na interação com Lutzomyia longipalpis e macrófagos murinosCharacterization of intraspecific polymorphism of lipofosfoglicano (LPG) of Leishmania infantum Nicolle, 1908 and its role in the interaction with murine macrophages and Lutzomyia longipalpisinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2010Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisas René Rachou. Belo Horizonte, MG, BrasilMestrado AcadêmicoBelo Horizonte/MGPrograma de Pós-Graduação em Ciências da Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/34535/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALjunara_miranda_coelho.pdfapplication/pdf2318710https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/34535/2/junara_miranda_coelho.pdf075033640d140d0a64016cd42d9f4ab8MD52TEXTjunara_miranda_coelho.pdf.txtjunara_miranda_coelho.pdf.txtExtracted texttext/plain156685https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/34535/3/junara_miranda_coelho.pdf.txt8fef80ff429135406304126492900646MD53icict/345352019-09-09 12:17:35.833oai:www.arca.fiocruz.br:icict/34535Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352019-09-09T15:17:35Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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O LPG é o principal glicoconjugado da superfície de Leishmania sendo constituído por quatro domínios: (I) uma âncora lipídica de 1-O-alquil-2-liso-fosfatidilinositol, (II) uma parte central formada por um heptassacarídeo Gal(α1,6)Gal(α1,3)Galf(β1,3)[Glc(α1)-PO4]Man(α1,3)Man(α1,4)-GlcN(α1), (III) uma região de unidades repetitivas fosforiladas Gal(β1,4)Man(α1)-PO4 e (IV) um oligossacarídeo terminal ("cap"). As variações na seqüência e composição de açúcares ligados às unidades repetitivas e ao cap atribuem polimorfismos à molécula de LPG. O polimorfismo interespecífico do LPG tem sido amplamente estudado para espécies do Velho e do Novo Mundo e demonstra implicações na especificidade da interação parasito-vetor. Entretanto, pouco se sabe sobre a variabilidade intraespecífica da molécula de LPG. O principal objetivo deste trabalho foi avaliar o grau de polimorfismo das unidades repetitivas do LPG de 16 cepas de Leishmania infantum do Brasil, França, Tunísia e Algéria. Além disso, o papel deste polimorfismo foi avaliado durante a interação in vivo de L. infantum com Lutzomyia longipalpis e na interação in vitro dos parasitos e seus respectivos LPGs com macrófagos murinos. O polimorfismo das unidades repetitivas do LPG de L. infantum foi considerado relativamente baixo e, de acordo com suas modificações, o LPG foi classificado em três tipos: tipo I, LPG cujas unidades repetitivas não apresentam cadeias laterais; tipo II, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo um resíduo de β-glicose e, tipo III, LPG cujas unidades repetitivas apresentam cadeias laterais contendo até três resíduos de glicose. Essas variações no LPG não afetaram a densidade de parasitos no intestino do vetor. No entanto, foi observada uma tendência à maior produção de Óxido Nítrico (NO) por macrófagos estimulados por LPGs glicosilados do tipo II. Juntos, os resultados obtidos neste trabalho indicam que o polimorfismo intraespecífico do LPG de L. infantum não tem efeito sobre a interação do parasito com seu vetor, mas exerce papel regulatório sobre a produção de NO. A caracterização de todos estes LPGs, realizada pela primeira vez com uma ferramenta bioquímica, confirma os dados de estudos moleculares anteriores e nos permitem considerar que L. chagasi e L. infantum são a mesma espécie. |
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