Estudo da contaminação do solo e pasto causada por hexaclorociclohexanos (HCH) na cidade dos Meninos em Duque de Caxias, RJ
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1994 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/37491 |
Resumo: | Avalia os níveis de contaminação por isômeros de hexaclorociclohexano (HCH) do solo, de gramíneas usadas como pastagem e do lençol freático da área da Cidade dos Meninos, no Município de Duque de Caxias, RJ. O objetivo foi avaliar o grau de contaminação do meio ambiente pelo HCH, bem como conhecer os riscos a que estão expostas aproximadamente mil pessoas, que habitam e trabalham no local, inclusive quatrocentas crianças e adolescentes do Abrigo Cristo Redentor, um orfanato pertencente a LBA. Sendo os isômeros do HCH pesticidas organoclorados bioacumulativos, proibidos no Brasil desde meados dos anos 70, sua presença na superfície de qualquer área constitui um risco ambiental e à saúde pública. Nesta área foi construída, no início dos anos 50, uma fábrica para produção de HCH técnico, por cloração catalítica do benzeno, pelo Instituto de Malariologia, órgão do Ministério da Educação e Saúde, com a intenção de produzir no Brasil o HCH, para ser usado como inseticida no controle dos vetores transmissores de diversas endemias, principalmente doença de chagas e malária. Em 1955, por razoes econômicas, a produção foi encerrada e a fábrica foi desativada, tendo sido todo o seu acervo deixado no local, incluindo toneladas de HCH técnico e rejeitos industriais, dos quais uma parte foi enterrada. Aproximadamente, 35 anos após, o atual órgão de meio ambiente do Estado do Rio de Janeiro (FEEMA) tomou conhecimento de que restos de HCH estavam sendo comercializados nas feiras livres de Duque de Caxias, tirando do esquecimento o problema. Estudos de campo, realizados no local, mostraram uma área de raio de cem metros ao redor das ruínas da fábrica, com visível presença de restos do produto. Inúmeros aglomerados de HCH técnico estavam espalhados pelo local. A 2 Km de distância do foco, ou seja, da fábrica abandonada, foi possível detectar o odor característico do "pó-de-broca", um dos nomes populares do HCH. Os resultados obtidos na análise das amostras do solo por cromatografia gasosa de alta resolução evidenciaram a presença de resíduos dos isômeros do HCH da ordem de milhares de ppb a distâncias inferiores a 100 m. das ruínas da fábrica, e concentraçoes de ordem de dezenas e centenas de ppb para distâncias variando de 100 m. a 2 Km. e meio de pó. O material da estrada principal ao Abrigo Cristo Redentor apresenta alto nível de contaminação. Os níveis residuais dos diversos isômeros do HCH encontrados em amostras de gramíneas usadas como pasto variaram de 14 a 96 ppm, o que muito provavelmente esteja sendo bioacumulado no gado que pasta na área, contaminando sua carne e leite. Os resíduos dos quatro isômeros encontrados no lençol freático foram em média 0,6 ppb, indicando que a contaminação pelo HCH ficou possivelmente restrita ao horizonte A, a camada superficial do solo. Foram encontrados vestígios da presença de DDT e seus produtos de degradação, bem como de várias outras substâncias orgânicas cloradas de estrutura complexa, na área, assim como de arsênico, localizados principalmente dentro de um raio de 100 m. das ruínas da fábrica. |
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Sendo os isômeros do HCH pesticidas organoclorados bioacumulativos, proibidos no Brasil desde meados dos anos 70, sua presença na superfície de qualquer área constitui um risco ambiental e à saúde pública. Nesta área foi construída, no início dos anos 50, uma fábrica para produção de HCH técnico, por cloração catalítica do benzeno, pelo Instituto de Malariologia, órgão do Ministério da Educação e Saúde, com a intenção de produzir no Brasil o HCH, para ser usado como inseticida no controle dos vetores transmissores de diversas endemias, principalmente doença de chagas e malária. Em 1955, por razoes econômicas, a produção foi encerrada e a fábrica foi desativada, tendo sido todo o seu acervo deixado no local, incluindo toneladas de HCH técnico e rejeitos industriais, dos quais uma parte foi enterrada. 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