A linha do lado de fora: um ensaio atual sobre a noção de saúde da anatomopolítica à biopolítica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roza, Monica Maria Raphael da
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/19789
Resumo: Este trabalho tem como objetivo investigar o conceito de saúde assumindo sua estreita relação com o domínio político. Nesse sentido este ensaio pretende extrair da história, através da análise genealógica, os processos de produção desse conceito, fazendo emergir o jogo de forças que está presente na articulação do mesmo com as práticas em saúde, em especial com o domínio da saúde mental. Com a investigação da dimensão política da clínica e da saúde pretendemos lançar as bases a partir das quais o conceito de saúde possa sofrer uma mudança significativa de valor, escapando dos focos de normalização e biopoder e aliando-se com os processos de produção de si e do mundo. Com a biopolítica o tema da vida se coloca no centro da incidência do exercício do poder ao mesmo tempo em que comparece como foco de resistência desse mesmo poder. Tal é o paradoxo que a vida enfrenta nas sociedades de controle. Através das noções de atualidade, normatividade e autonomia surgem formas de resistência ao biopoder. Se o biopoder toma a vida como objeto de seu exercício, é necessário empreender uma clínica e uma prática de saúde na forma de uma biopolítica. Essa resistência se faz a partir de práticas de si que apostam na capacidade de autonomia e normatividade da vida, isto é, na construção de uma atitude ética. O si que vai ser criado não está no ponto inicial da criação, mas é efeito de uma conduta que parte da experiência de sua vacuidade. É a experiência que possibilita a abertura para essa dimensão da atualidade, abertura que nos lança a um lado de fora: a linha do lado de fora. A estratégia revalorização da vida na busca de uma experiência de saúde coincide com a clínica e com o ato de produção de um desvio. A clínica da reforma psiquiátrica em sua inseparabilidade da política é tomada aqui como exemplo. A clínica e a saúde são forçadas sempre a ocupar o lugar dessa atualidade, espaço marcado pela instabilidade que faz com que elas, sob pena de tornarem-se normalizadora e normalizada, se localizem em um espaço a ser construído. A saúde por sua vez ocupa sempre esse lado de fora. A intervenção clínica se dá assim em um tempo que é extemporâneo. Para que ela se estabeleça, então, deve haver um compromisso de questionamento de nossos especialismos e de nossas imagens identitárias. Na articulação da saúde com a história e desse modo da clínica com a história, é necessário que a dimensão política das práticas de saúde e da própria clínica esteja incluída.
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Com a investigação da dimensão política da clínica e da saúde pretendemos lançar as bases a partir das quais o conceito de saúde possa sofrer uma mudança significativa de valor, escapando dos focos de normalização e biopoder e aliando-se com os processos de produção de si e do mundo. Com a biopolítica o tema da vida se coloca no centro da incidência do exercício do poder ao mesmo tempo em que comparece como foco de resistência desse mesmo poder. Tal é o paradoxo que a vida enfrenta nas sociedades de controle. Através das noções de atualidade, normatividade e autonomia surgem formas de resistência ao biopoder. Se o biopoder toma a vida como objeto de seu exercício, é necessário empreender uma clínica e uma prática de saúde na forma de uma biopolítica. Essa resistência se faz a partir de práticas de si que apostam na capacidade de autonomia e normatividade da vida, isto é, na construção de uma atitude ética. O si que vai ser criado não está no ponto inicial da criação, mas é efeito de uma conduta que parte da experiência de sua vacuidade. É a experiência que possibilita a abertura para essa dimensão da atualidade, abertura que nos lança a um lado de fora: a linha do lado de fora. A estratégia revalorização da vida na busca de uma experiência de saúde coincide com a clínica e com o ato de produção de um desvio. A clínica da reforma psiquiátrica em sua inseparabilidade da política é tomada aqui como exemplo. A clínica e a saúde são forçadas sempre a ocupar o lugar dessa atualidade, espaço marcado pela instabilidade que faz com que elas, sob pena de tornarem-se normalizadora e normalizada, se localizem em um espaço a ser construído. A saúde por sua vez ocupa sempre esse lado de fora. A intervenção clínica se dá assim em um tempo que é extemporâneo. Para que ela se estabeleça, então, deve haver um compromisso de questionamento de nossos especialismos e de nossas imagens identitárias. Na articulação da saúde com a história e desse modo da clínica com a história, é necessário que a dimensão política das práticas de saúde e da própria clínica esteja incluída.This work has as objective to investigate the health concept assuming its narrow relation with the domain politician. In this direction this assay intends to extract of history, through the genealogical analysis, the processes of production of this concept, making to emerge the game of forces that is present in the joint of the same with the practical ones in health, in special with the domain of the mental health. With the inquiry of the dimension politics of the clinic and the health we intend to launch the bases to leave from which the health concept can suffer a significant change of value, escaping of the points of normalization and biopower and entering into an alliance themselves with the processes of production of itself and of the world. With the biopolitics the subject of the life if places in the center of the incidence of the exercise of the power at the same time where it appears as focus of resistance of this exactly to be able. Such is the paradox that the life faces in the control societies. Through the present time slight knowledge, It harnesses of production of norms, and autonomy appear forms of resistance when biopower. If biopoder takes the life as object of its exercise, is necessary to undertake a clinic and one practical one of health in the form of a biopolitics. This resistance if makes from practical of itself that they bet in the capacity of autonomy and it harnesses of production of normsof the life, that is, in the construction of an ethical attitude. Itself that it goes to be created is not in the initial point of the creation, but it is effect of a behavior that has left of the experience of its empty. It is the experience that makes possible the opening for this dimension of the present time, opening that in the spear to a side of is: the line of the side of is. The strategy change of value of the life in the search of a health experience coincides with the clinic and the act of production of a shunting line. The clinic of the psychiatric reform in its inseparabilidade of the politics is taken here as example. The clinic and the health are forced always to occupy the place of this present time, space marked for the instability that makes with that they, duly warned to become normal the force and normalized, if locate in a space to be constructed. The health in turn always occupies this side of is. The clinical intervention if of thus in a time that is Intempestive. So that it if establishes, then, she must have a commitment of questioning of our especialismos and our identitárias images. In the joint of the health with history and this way of the clinic with history, it is necessary that the dimension politics of the practical ones of health and the proper clinic is enclosed there.Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde. Rio de Janeiro, RJ, BrasilporConceito de saúdeHistória da saúdeHistória da saúde mentalSaúde/históriaSaúde/etnologiaSaúde Mental/históriaA linha do lado de fora: um ensaio atual sobre a noção de saúde da anatomopolítica à biopolíticainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2006Fundação Oswaldo Cruz. 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