Impacto de mutações de resistência no vírus da hepatite C na resposta ao tratamento com os novos antivirais de ação direta
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55347 |
Resumo: | O tratamento da hepatite C tem evoluído de forma considerável ao longo dos anos a partir do desenvolvimento de moléculas denominadas antivirais de ação direta (DAAs) que inibem proteínas não estruturais do vírus da hepatite C (HCV), como por exemplo, simeprevir (SMV), daclatasvir (DCV) e sofosbuvir (SOF), inibidores das proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV, respectivamente. O licenciamento de esquemas terapêuticos com DAAs permitiu um aumento das taxas de resposta virológica sustentada (RVS), porém a seleção de estirpes virais com substituições associadas à resistência (RASs) aos antivirais pode ser considerada um dos fatores determinantes para a ocorrência de falha terapêutica. A presente tese teve como objetivo avaliar a frequência de resistência basal através da identificação de RASs nas proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV e analisar seu possível impacto clínico no tratamento antiviral com DAAs para diferentes grupos de indivíduos com hepatite C crônica: monoinfectados pelos genótipos 1 e 3 do HCV e coinfectados HCV/HIV, tendo em ambos os grupos pacientes experimentados por terapias prévias com DAAs e virgens de tratamento. Como principais resultados obtidos nos três manuscritos produzidos, destacamos (i) a prevalência de RASs na proteína NS3 do HCV em pacientes previamente experimentados que falharam a terapia com os IPs telaprevir/boceprevir foi maior em comparação com a dos pacientes não experimentados, provavelmente devido à pressão seletiva imposta pela droga; (ii) as RASs V36M e R155K podem reduzir a susceptibilidade a IPs aprovados no Brasil, tais como o SMV, paritaprevir e grazoprevir, sendo que a mutação no resíduo 36 foi a mais prevalente nas sequências de aminoácidos da proteína NS3 para o genótipo 1a do HCV; (iii) considerando a baixa prevalência da RAS Q80K nas estirpes do HCV circulantes no Brasil, não há necessidade de testes de resistência no pré-tratamento com SMV; (iv) as altas taxas de RVS de portadores crônicos brasileiros na prática de rotina clínica foram semelhantes a dos ensaios clínicos controlados para a terapia combinada com o uso de SOF e DCV (acima de 95%); (v) a ocorrência e persistência das RASs específicas nas posições 30 e 93 da proteína NS5A do HCV pode ter influenciado na não resposta de dois pacientes com hepatite C crônica submetidos ao tratamento com SOF e DCV. Em conclusão, nossos achados sugeriram que a ocorrência de mutações basais nas proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV não seria um fator limitante para o sucesso terapêutico com os DAAs aprovados em protocolos clínicos brasileiros. Entretanto, a combinação de fatores de prognóstico negativo para o alcance da RVS em alguns casos clínicos particulares justifica a realização de testes moleculares de resistência no sentido de definir uma melhor terapia de resgate. |
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Costa, Vanessa Duarte daGuimarães, Monick LindenmeyerMotta-Castro, Ana Rita CoimbraVarella, Rafael BrandãoAraujo, Natalia Motta deMartins, Regina Maria BringelMello, Francisco Campello do Amaral2022-10-26T14:36:01Z2022-10-26T14:36:01Z2020COSTA, Vanessa Duarte da. Impacto de mutações de resistência no vírus da hepatite C na resposta ao tratamento com os novos antivirais de ação direta. 2020. 141 f. Tese (Doutorado em Biologia Celular e Molecular) - Instituto Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2020.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/55347O tratamento da hepatite C tem evoluído de forma considerável ao longo dos anos a partir do desenvolvimento de moléculas denominadas antivirais de ação direta (DAAs) que inibem proteínas não estruturais do vírus da hepatite C (HCV), como por exemplo, simeprevir (SMV), daclatasvir (DCV) e sofosbuvir (SOF), inibidores das proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV, respectivamente. O licenciamento de esquemas terapêuticos com DAAs permitiu um aumento das taxas de resposta virológica sustentada (RVS), porém a seleção de estirpes virais com substituições associadas à resistência (RASs) aos antivirais pode ser considerada um dos fatores determinantes para a ocorrência de falha terapêutica. A presente tese teve como objetivo avaliar a frequência de resistência basal através da identificação de RASs nas proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV e analisar seu possível impacto clínico no tratamento antiviral com DAAs para diferentes grupos de indivíduos com hepatite C crônica: monoinfectados pelos genótipos 1 e 3 do HCV e coinfectados HCV/HIV, tendo em ambos os grupos pacientes experimentados por terapias prévias com DAAs e virgens de tratamento. Como principais resultados obtidos nos três manuscritos produzidos, destacamos (i) a prevalência de RASs na proteína NS3 do HCV em pacientes previamente experimentados que falharam a terapia com os IPs telaprevir/boceprevir foi maior em comparação com a dos pacientes não experimentados, provavelmente devido à pressão seletiva imposta pela droga; (ii) as RASs V36M e R155K podem reduzir a susceptibilidade a IPs aprovados no Brasil, tais como o SMV, paritaprevir e grazoprevir, sendo que a mutação no resíduo 36 foi a mais prevalente nas sequências de aminoácidos da proteína NS3 para o genótipo 1a do HCV; (iii) considerando a baixa prevalência da RAS Q80K nas estirpes do HCV circulantes no Brasil, não há necessidade de testes de resistência no pré-tratamento com SMV; (iv) as altas taxas de RVS de portadores crônicos brasileiros na prática de rotina clínica foram semelhantes a dos ensaios clínicos controlados para a terapia combinada com o uso de SOF e DCV (acima de 95%); (v) a ocorrência e persistência das RASs específicas nas posições 30 e 93 da proteína NS5A do HCV pode ter influenciado na não resposta de dois pacientes com hepatite C crônica submetidos ao tratamento com SOF e DCV. Em conclusão, nossos achados sugeriram que a ocorrência de mutações basais nas proteínas NS3, NS5A e NS5B do HCV não seria um fator limitante para o sucesso terapêutico com os DAAs aprovados em protocolos clínicos brasileiros. Entretanto, a combinação de fatores de prognóstico negativo para o alcance da RVS em alguns casos clínicos particulares justifica a realização de testes moleculares de resistência no sentido de definir uma melhor terapia de resgate.Hepatitis C treatment has evolved considerably over the years from the development of molecules called direct-acting antivirals (DAAs) that inhibit hepatitis C virus (HCV) non-structural proteins, such as simeprevir (SMV), daclatasvir (DCV) and sofosbuvir (SOF), inhibitors of HCV NS3, NS5A and NS5B proteins, respectively. The licensing of therapeutic regimens with DAAs has enabled an increase in sustained virological response (SVR) rates, but the selection of viral strains with resistance-associated substitutions (RASs) at specific amino acid positions can be considered one of the limiting factors for the occurrence of therapeutic failures. This thesis aimed to evaluate the frequency of baseline resistance through RASs identification in HCV NS3, NS5A and NS5B proteins and to analyze their possible clinical impact in DAAs antiviral treatment for different groups of individuals with chronic hepatitis C: monoinfected by HCV genotypes 1 and 3 and HCV/HIV-coinfected patients, having in both groups experimented patients by previous therapies with DAAs and treatment-naive. As the main results obtained in the three manuscripts produced, we highlighted (i) the prevalence of HCV NS3 RASs for previously experienced patients who failed therapy with PIs telaprevir/boceprevir was higher compared to non experienced patients, probably due the selective pressure imposed by the drug; (ii) NS3 RASs V36M and R155K can reduce PIs susceptibility approved in Brazil, such as SMV, paritaprevir and grazoprevir, with the mutation at residue 36 being the most prevalent in NS3 protein aminoacid sequences for HCV genotype 1a; (iii) considering RAS Q80K low prevalence in HCV strains circulating in Brazil, there is no need for resistance tests in pretreatment with SMV; (iv) High SVR rates of chronic brazilian patients in routine clinical practice was similar to randomized clinical trials for combined therapy with the use of SOF and DCV (above 95%); (v) the occurrence and persistence of specific RASs at positions 30 and 93 of HCV NS5A protein may have influenced the non-response of two patients with chronic hepatitis C undergoing treatment with SOF and DCV. In conclusion, our findings suggested that the occurrence of baseline mutations in HCV NS3, NS5A and NS5B proteins would not be a limiting factor for therapeutic success with approved DAAs in Brazilian clinical protocols. However, the combination of negative prognostic factors for achieving SVR in some particular clinical cases justifies conducting molecular resistance tests in order to define a better rescue therapyFundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porHepatite CResistênciaMutaçãoDAAHepatitis CResistanceMutationDAAHepatite CMutaçãoResistência a MedicamentosAntiviraisImpacto de mutações de resistência no vírus da hepatite C na resposta ao tratamento com os novos antivirais de ação diretainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2020Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecularinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/55347/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALvanessa_costa_ioc_dout_2020.pdfapplication/pdf5624640https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/55347/2/vanessa_costa_ioc_dout_2020.pdf37ba694f060b78cdeba8316d22f2331dMD52icict/553472022-10-26 11:36:02.414oai:www.arca.fiocruz.br:icict/55347Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352022-10-26T14:36:02Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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