Estudo do ciclo de transmissão silvestre e suburbano de Leishmania panamensis na Colômbia: investigação do papel de Didelphis marsupialis (Didelphimorphia) e Canis familiaris (Carnivora) como potenciais reservatórios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Carrillo Bonilla, Lina Maria
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26669
Resumo: O conhecimento dos reservatórios de Leishmania spp. é chave para seu controle. O trabalho teve como alvo a avaliação do papel de Didelphis marsupialis e Canis familiaris como potenciais reservatórios de L. panamensis no ciclo silvestre e suburbano, na Colômbia. Amostras de sangue e pele foram coletadas dos animais. Realizamos isolamento do parasito da lesão e teste de Montenegro na população humana, PCR com Hsp70, eletroforese de isoenzimas, tipagem por sequências multilocus, e carga parasitária por qPCR, assim como xenodiagnóstico. Um total de 675 amostras foi obtido, incluindo 27 isolados de lesões de pacientes e três de gambás, identificadas como L. panamensis. O teste de Montenegro demonstrou a endemicidade da doença, 67/233 (29%) na área silvestre e 61/143 (43%) na área suburbana. Os títulos de anticorpos em cães por IFI foram de 21% na área suburbana e 28% na área silvestre. Os resultados da PCR demonstraram uma alta positividade para ambas as espécies, com aproximadamente 40% na área suburbana e 3% na área silvestre. O sequenciamento de hsp70 e de outros genes identificou a L. panamensis como a única espécie infectante. A carga parasitária foi medida, tendo como alvos DNApol e ssRNA. Para a área silvestre, as médias foram muito baixas para as duas espécies, de maneira contrária à área suburbana. Em um total de 13 xenodiagnósticos, nenhum dos animais foi positivo por microscopia, no entanto seis de oito cães foram positivos por PCR dos insetos usados no xenodiagnóstico Além de caracterizar o perfil epidemiológico, o presente estudo aplicou métodos moleculares para a tipagem genética das cepas de L. panamensis nas diferentes áreas de estudo, indicando elevada homogeneidade genética. O mesmo foi observado nas análises da estrutura populacional, que identificaram só dois complexos clonais com a maioria das cepas. Finalmente, observamos uma tendência na frequência de positividade dos animais com respeito ao regime de chuva. Esses resultados sugerem que ambos animais possuem papéis diferentes em cada ciclo de transmissão, correspondendo isso à teoria de foco em leishmanioses. Na área silvestre, com um ciclo de transmissão principalmente extradomiciliar e selvático, os gambás são os que possuem o papel de mais preponderância que os cães, no entanto, sendo uma área que tem uma alta diversidade, pode ser que outras espécies estejam envolvidas no ciclo de transmissão, reduzindo a importância das espécies estudadas. Na área suburbana, o rol de ambas as espécies parece aumentar. Ainda que alguns resultados não cumpram com os critérios teóricos para categorizar as espécies de estudo como reservatório, esses resultados se acoplariam à nova teoria dinâmica dos reservatórios como um conjunto de espécies que atuam como fonte de manutenção do parasito, especialmente na área suburbana, muito provavelmente fazendo parte da população que mantém e perpetua o ciclo que contribui para a endemicidade da LTA causada por L. panamensis na Colômbia.
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Realizamos isolamento do parasito da lesão e teste de Montenegro na população humana, PCR com Hsp70, eletroforese de isoenzimas, tipagem por sequências multilocus, e carga parasitária por qPCR, assim como xenodiagnóstico. Um total de 675 amostras foi obtido, incluindo 27 isolados de lesões de pacientes e três de gambás, identificadas como L. panamensis. O teste de Montenegro demonstrou a endemicidade da doença, 67/233 (29%) na área silvestre e 61/143 (43%) na área suburbana. Os títulos de anticorpos em cães por IFI foram de 21% na área suburbana e 28% na área silvestre. Os resultados da PCR demonstraram uma alta positividade para ambas as espécies, com aproximadamente 40% na área suburbana e 3% na área silvestre. O sequenciamento de hsp70 e de outros genes identificou a L. panamensis como a única espécie infectante. A carga parasitária foi medida, tendo como alvos DNApol e ssRNA. Para a área silvestre, as médias foram muito baixas para as duas espécies, de maneira contrária à área suburbana. Em um total de 13 xenodiagnósticos, nenhum dos animais foi positivo por microscopia, no entanto seis de oito cães foram positivos por PCR dos insetos usados no xenodiagnóstico Além de caracterizar o perfil epidemiológico, o presente estudo aplicou métodos moleculares para a tipagem genética das cepas de L. panamensis nas diferentes áreas de estudo, indicando elevada homogeneidade genética. O mesmo foi observado nas análises da estrutura populacional, que identificaram só dois complexos clonais com a maioria das cepas. Finalmente, observamos uma tendência na frequência de positividade dos animais com respeito ao regime de chuva. Esses resultados sugerem que ambos animais possuem papéis diferentes em cada ciclo de transmissão, correspondendo isso à teoria de foco em leishmanioses. Na área silvestre, com um ciclo de transmissão principalmente extradomiciliar e selvático, os gambás são os que possuem o papel de mais preponderância que os cães, no entanto, sendo uma área que tem uma alta diversidade, pode ser que outras espécies estejam envolvidas no ciclo de transmissão, reduzindo a importância das espécies estudadas. Na área suburbana, o rol de ambas as espécies parece aumentar. Ainda que alguns resultados não cumpram com os critérios teóricos para categorizar as espécies de estudo como reservatório, esses resultados se acoplariam à nova teoria dinâmica dos reservatórios como um conjunto de espécies que atuam como fonte de manutenção do parasito, especialmente na área suburbana, muito provavelmente fazendo parte da população que mantém e perpetua o ciclo que contribui para a endemicidade da LTA causada por L. panamensis na Colômbia.Knowledge of Leishmania reservoirs is key to its control, but currently there are few conclusive results. The main aim of this work was to evaluate the role of Didelphis marsupialis and Canis familiaris as potential reservoirs of L. panamensis in sylvatic and suburban transmission cycles in Colombia. Samples of blood and skin were collected from the animals. The activities performed in order to achieve this were: isolation of skin lesion parasite, Montenegro test in the human population, PCR with Hsp70, isoenzyme electrophoresis, multilocus sequence typing, and parasitic load by qPCR, as well as xenodiagnosis. 675 samples were obtained, incluing addition to 27 isolates from patient lesions and three from opossums, all identified as L. panamensis. Montenegro tests confirmed the continued endemicity of the disease, 67/233 (29%) in the sylvatic area and 61/143 (43%) in the suburban area. Antibody titers in dogs by IFI were 21% in the suburban area and 28% in the sylvatic area. PCR results showed a high positivity for both species, with approximately 40% and 3% in the suburban area and the sylvatic area respectively. Sequencing of hsp70 and other genes identified L. panamensis as the only infecting species. Parasite load was measured with DNApol and ssRNA as targets. For the sylvatic area, parasite load was very low for the two species of animals, with the two targets. The opposite was observed in the suburban area. In the suburban area 13 xenodiagnoses were carried out none of the animals were positive by microscopy However, in insects used in xenodiagnoses of six out of eight dogs were PCR positive. In addition to characterizing the epidemiological profile, molecular methods were applied for the genetic typing of L. panamensis strains in the different study areas, indicating high genetic homogeneity. The same was observed in analyzes of the population structure, where only two clonal complexes were identified for most strains. Finally, we observed a trend that may link the positivity frequency of the animals with the rain regime and the possible density of vectors. These results suggest that these animals have dissimilar roles in each transmission cycle, corresponding with the focus theory in leishmaniasis. In the sylvatic area, with mainly extradomiciliary and jungle transmission cycles, the opossums play a more important role than dogs; however, being a high diversity area other species may be involved in the transmission cycle, reducing the importance of the studied species. In the suburban area, the importance of both reservoirs seems to increase. Some results do not fulfill the theoretical criteria to categorize the studied species as reservoirs. However, these results would be matched to the new dynamic theory of the reservoirs as a set of species that act as a source of maintenance for the parasite. This would be especially true in the suburban area, probably forming part of the population that perpetuates the cycle contributing to the endemicity of American tegumentary leishmaniasis caused by L. panamensis in Colombia.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porLeishmanioseReservatórios de DoençasGambásCãesEstudo do ciclo de transmissão silvestre e suburbano de Leishmania panamensis na Colômbia: investigação do papel de Didelphis marsupialis (Didelphimorphia) e Canis familiaris (Carnivora) como potenciais reservatóriosinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2017Instituto Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Medicina Tropicalinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26669/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALlina_bonilla_ioc_dout_2017.pdfapplication/pdf6052748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26669/2/lina_bonilla_ioc_dout_2017.pdf40410c74c75c0ae38d9b1dca2c8d4dbdMD52TEXTlina_bonilla_ioc_dout_2017.pdf.txtlina_bonilla_ioc_dout_2017.pdf.txtExtracted texttext/plain433678https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/26669/3/lina_bonilla_ioc_dout_2017.pdf.txt056d43b9262330f9ba906636f8b3e1aaMD53icict/266692023-09-04 11:49:25.657oai:www.arca.fiocruz.br:icict/26669Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-09-04T14:49:25Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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