A natureza do serviço: o lixo como questão de “hygiene” urbana no Rio de Janeiro (1865-1940)
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/58896 |
Resumo: | No período entre 1865 e a década de 1940 a Ilha de Sapucaia, no interior da Baía de Guanabara, era usada como vazadouro de lixo pelos moradores do Rio de Janeiro. Desde o século XVII era relatado o uso de espaços alagadiços para despejo de material fecal, cadáveres, restos de comida e outros produtos provenientes do corpo social e dos animais residentes na socionatureza carioca. A transferência do lixo para a Sapucaia fazia parte de medidas tomadas pelos administradores da cidade (Estado, médicos, engenheiros) para deixar o Rio de Janeiro mais limpo, belo, organizado e também como parte dos esforços de sanitização de espaços e impedir a proliferação dos depósitos de lixo nos rios, praias, pântanos, ruas, ou seja, espaços mais próximos ao centro urbano mais povoado. Com isso, a partir de 1830 o Rio de Janeiro passou por diversas experiências de implementação de serviços de limpeza urbana compatíveis com as necessidades dos seus moradores ao longo de quase um século. Nesta pesquisa será analisado como o lixo estava inserido em mudanças no padrão do metabolismo urbano: demografia, tamanho, até mesmo na concepção de função do espaço e da própria cidade transcorridos entre o século XIX e a primeira metade do século XX. O debate proposto ao longo do trabalho prioriza a interação entre os humanos e os não-humanos na tarefa de limpeza do Rio de Janeiro, compreendendo a dimensão institucional (leis, médicos, engenheiros, lixeiros, tecnologia, teorias), o uso de espaços físicos da cidade como meio de circulação de lixo (rios, praias, mangues, animais) e os impactos causados ao meio ambiente usado para a descarga dos produtos. |
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A transferência do lixo para a Sapucaia fazia parte de medidas tomadas pelos administradores da cidade (Estado, médicos, engenheiros) para deixar o Rio de Janeiro mais limpo, belo, organizado e também como parte dos esforços de sanitização de espaços e impedir a proliferação dos depósitos de lixo nos rios, praias, pântanos, ruas, ou seja, espaços mais próximos ao centro urbano mais povoado. Com isso, a partir de 1830 o Rio de Janeiro passou por diversas experiências de implementação de serviços de limpeza urbana compatíveis com as necessidades dos seus moradores ao longo de quase um século. Nesta pesquisa será analisado como o lixo estava inserido em mudanças no padrão do metabolismo urbano: demografia, tamanho, até mesmo na concepção de função do espaço e da própria cidade transcorridos entre o século XIX e a primeira metade do século XX. O debate proposto ao longo do trabalho prioriza a interação entre os humanos e os não-humanos na tarefa de limpeza do Rio de Janeiro, compreendendo a dimensão institucional (leis, médicos, engenheiros, lixeiros, tecnologia, teorias), o uso de espaços físicos da cidade como meio de circulação de lixo (rios, praias, mangues, animais) e os impactos causados ao meio ambiente usado para a descarga dos produtos.In the time between 1865 and the 1940s, Sapucaia Island, inside the Guanabara Bay, was used as a garbage dump by the residents of Rio de Janeiro. Since the 17th century, the use of swampy spaces for dumping fecal material, food scraps and other products from the social body and Rio residents has been reported. The action of transferring garbage to Sapucaia Island by the city administrators (State technicians, engineers) was part of a plan to transform Rio de Janeiro in a more clean, beautiful, organized city, as well as part of the efforts made to sanitize spaces and prevent the transformation of other spaces such as rivers, beaches, swamps, streets, spaces closer to the most populated urban center in garbage dumps. As a result, from 1830 onwards, Rio de Janeiro went through several experiences of implementing urban cleaning services, according to the needs of its residents and changes in the social metabolism for almost a century. In this research it will be analyzed how garbage followed the social metabolically changes in the city: demography, size, even in the changes of the function of the city itself between the XIX and de the first half of the XX century. The debate proposed in this work prioritizes the interaction between humans and non-humans cleaning tasks in Rio de Janeiro trying to understand the institutional dimension (law, doctors, engineers, human spaces, physical technology, theories) established to deal with the refuse, the means of circulation of garbage, the role of places and beings like beaches, mangroves, animals) and the impacts on the environment used to discard the products.Fundação Oswaldo Cruz. Casa de Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porLixoRio de JaneiroMetabolismo UrbanoHistória Ambiental UrbanaLimpeza UrbanaTrashRio de JaneiroUrban CleaningUrban MetabolismUrban Environmental HistoryLimpeza UrbanaSaneamento UrbanoHistória do Século XIXA natureza do serviço: o lixo como questão de “hygiene” urbana no Rio de Janeiro (1865-1940)info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2022Casa de Oswaldo CruzFundação Oswaldo CruzMestrado AcadêmicoRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/58896/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALDissertação_Leticia Andrade.pdfDissertação_Leticia Andrade.pdfapplication/pdf3904053https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/58896/3/Disserta%c3%a7%c3%a3o_Leticia%20Andrade.pdfa15f9f878dfd99789639120a44622c90MD53icict/588962023-06-02 13:18:57.091oai:www.arca.fiocruz.br:icict/58896Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352023-06-02T16:18:57Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false |
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