Dando nó em pingo d água: os nós da enfermagem em uma unidade neonatal a partir do ponto de vista da atividade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pontes, Karla de Araújo do Espírito Santo
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35974
Resumo: Nesta tese buscamos compreender o sentido do trabalho para os trabalhadores de enfermagem de uma Unidade Neonatal, a partir do ponto de vista da atividade. Utilizamos a perspectiva ergológica desenvolvida por Yves Schwartz como alicerce para compreender e analisar a atividade de trabalho, além de incorporarmos alguns conceitos da Psicodinâmica do Trabalho proposta por Christophe Dejours. Desenvolvemos um estudo no âmbito da pesquisa qualitativa, no qual a produção de dados ocorreu através dos dispositivos de Oficinas de Fotos e de Encontros sobre o Trabalho. Constatamos que os trabalhadores dão verdadeiros nós em pingo d‟água diante das condições de trabalho. Estes nós abrangem uma dimensão de identificação, enfrentamento e resolutividade de problemas. Neste contexto, classificamos estes nós em sete categorias: os nós referentes à ambiência, os nós referentes à Unidade Intermediária Canguru, os nós referentes à superlotação, os nós referentes aos protocolos, os nós referentes ao cuidado com a criança crônica, os nós referentes ao trabalho em equipe e os nós referentes ao reconhecimento profissional. Nos Encontros, os trabalhadores revelaram como utilizam o engajamento do corpo e mobilizam a inteligência para reagirem nas diferentes situações de trabalho, transgredindo as prescrições para dar conta do que deve ser feito. Esse engajamento de si é invisível para a hierarquia e para o próprio trabalhador, mas extremamente necessário para gerir as diferenças entre o que é demandado e o que se passa na realidade. As vivências do sofrimento estão relacionadas com a área física obsoleta, a superlotação frequente, a fragilidade do trabalho em equipe e a falta de reconhecimento. A busca do sentido do trabalho envolve a transformação do sofrimento em prazer com a realização de confraternizações durante o plantão, o reconhecimento do trabalho pelos próprios trabalhadores e o reconhecimento do trabalho pelos familiares no momento da alta. Para enfrentar as adversidades do cotidiano, constroem sistemas de defesas como, por exemplo, o passeio no pátio com o chamado binômio mãe-bebê e a comemoração do “mesversário” da criança crônica. A pesquisa empreendida, conjuntamente com a experiência concreta de gerenciamento da Unidade Neonatal, apontou algumas pistas para o desenvolvimento de uma gestão coletiva de trabalho com a incorporação dos saberes dos trabalhadores produzidos na atividade. Os resultados revelaram que a compreensão da história e do saber de cada trabalhador no desenvolvimento da atividade favorece tanto o reconhecimento do investimento que o trabalhador faz de si quanto fortalece sua identidade pessoal e social, possibilitando, assim, a construção do sentido do trabalho.
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Desenvolvemos um estudo no âmbito da pesquisa qualitativa, no qual a produção de dados ocorreu através dos dispositivos de Oficinas de Fotos e de Encontros sobre o Trabalho. Constatamos que os trabalhadores dão verdadeiros nós em pingo d‟água diante das condições de trabalho. Estes nós abrangem uma dimensão de identificação, enfrentamento e resolutividade de problemas. Neste contexto, classificamos estes nós em sete categorias: os nós referentes à ambiência, os nós referentes à Unidade Intermediária Canguru, os nós referentes à superlotação, os nós referentes aos protocolos, os nós referentes ao cuidado com a criança crônica, os nós referentes ao trabalho em equipe e os nós referentes ao reconhecimento profissional. Nos Encontros, os trabalhadores revelaram como utilizam o engajamento do corpo e mobilizam a inteligência para reagirem nas diferentes situações de trabalho, transgredindo as prescrições para dar conta do que deve ser feito. Esse engajamento de si é invisível para a hierarquia e para o próprio trabalhador, mas extremamente necessário para gerir as diferenças entre o que é demandado e o que se passa na realidade. As vivências do sofrimento estão relacionadas com a área física obsoleta, a superlotação frequente, a fragilidade do trabalho em equipe e a falta de reconhecimento. A busca do sentido do trabalho envolve a transformação do sofrimento em prazer com a realização de confraternizações durante o plantão, o reconhecimento do trabalho pelos próprios trabalhadores e o reconhecimento do trabalho pelos familiares no momento da alta. Para enfrentar as adversidades do cotidiano, constroem sistemas de defesas como, por exemplo, o passeio no pátio com o chamado binômio mãe-bebê e a comemoração do “mesversário” da criança crônica. A pesquisa empreendida, conjuntamente com a experiência concreta de gerenciamento da Unidade Neonatal, apontou algumas pistas para o desenvolvimento de uma gestão coletiva de trabalho com a incorporação dos saberes dos trabalhadores produzidos na atividade. Os resultados revelaram que a compreensão da história e do saber de cada trabalhador no desenvolvimento da atividade favorece tanto o reconhecimento do investimento que o trabalhador faz de si quanto fortalece sua identidade pessoal e social, possibilitando, assim, a construção do sentido do trabalho.This thesis aims to understand the meaning of work for nursing staff working at a Neonatal Unit, from the point of view of the activity. The theoretical framework that underpinned the reflections came from the ergological approach proposed by Yves Schwartz and the psychodynamics of work developed by Christophe Dejours. A qualitative study was conducted, in which data production was based on the techniques of Photo Workshop and Meetings on Work. We observed that workers really have to make do with their challenging working conditions. These make-dos comprise a dimension of identity, coping and problem solving. We have classified these make-dos into seven categories: make-dos related to ambience, make-dos related to the Intermediate Unit Kangaroo, make-dos related to overcrowding, make-dos related to protocols, make-dos related to the care of chronic children, make-dos related to teamwork, and make-dos related to professional recognition. In the meetings, the workers showed how using the engagement of the body and mobilize the intelligence to react in different situations transgressing the requirements to give an account of what must be done. This engagement of itself is invisible for the hierarchy and for the worker, but extremely necessary to manage the differences between what is demanded and what is happening in reality. The suffering is related to the obsolete physical area, the overcrowding, the fragility of teamwork and lack of recognition. The search for the meaning of the work involves the transformation of suffering in pleasure with the realization of get-togethers during the shift, the recognition of work by the workers themselves and the recognition of the work by family members at the time. To face the adversities of everyday life, build defense systems such as the walk in the courtyard with the so-called binomial mother-baby and the commemoration of the more one month of the life of the chronic child. The research undertaken, in conjunction with the concrete experience of managing the Neonatal Unit, pointed out some clues to the developing a collective management of work, with the incorporation of knowledge workers knowledge produced in the activity. The results show that understanding the history and knowledge of each worker in the development of the activity favors both the recognition of the investment that the workers make themselves as strengthens their personal and social identity, thus enabling the construction of the meaning of work.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porUnidade NeonatalEnfermagemAtividadeSaúde do TrabalhadorErgologiaPsicodinâmica do TrabalhoNeonatal UnitNursing ActivityWorker HealthErgologyPsychodynamic WorkUnidades de Terapia Intensiva NeonatalEnfermagem NeonatalSaúde do TrabalhadorTrabalhoDando nó em pingo d água: os nós da enfermagem em uma unidade neonatal a partir do ponto de vista da atividadeGiving water drop node: nodes of nursing in a neonatal unit from the point of view of activityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis2014Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo CruzFundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde PúblicaRio de Janeiro/RJPrograma de Pós-Graduação em Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/35974/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINALve_Karla_de_Araujo_ENSP_2014.pdfapplication/pdf5414301https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/35974/2/ve_Karla_de_Araujo_ENSP_2014.pdf71fcbe3cdf673c7ae51abffd708e49f0MD52TEXTve_Karla_de_Araujo_ENSP_2014.pdf.txtve_Karla_de_Araujo_ENSP_2014.pdf.txtExtracted texttext/plain328533https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/35974/3/ve_Karla_de_Araujo_ENSP_2014.pdf.txtbe13e1e51bdf52be54fc13ccce1138baMD53icict/359742021-02-01 14:43:48.289oai:www.arca.fiocruz.br:icict/35974Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-02-01T17:43:48Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
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