As implicações da imigração venezuelana sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de Pacaraima
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) |
Texto Completo: | https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32499 |
Resumo: | Nesta pesquisa, discutimos as condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que atendem aos cidadãos venezuelanos que se encontram no município Pacaraima, estado de Roraima, localizado na fronteira do Brasil com a Venezuela. Uma crise (econômica, política, social) de grandes proporções vem assolando o país vizinho, fazendo com que os venezuelanos atravessem a fronteira e busquem refúgio e melhores de vida no Brasil, concentrando-se em todo o estado de Roraima, em especial no município fronteiriço de Pacaraima, instalando-se em condições precárias em prédios públicos, terrenos baldios, praças, sem a mínima infraestrutura necessária. Desde dezembro de 2016, o estado de Roraima decretou Estado de Emergência em Saúde Pública, pois com a entrada dos Venezuelanos via Pacaraima, aumentaram assustadoramente os atendimentos nos serviços de saúde, sobretudo, na Atenção Básica. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem um papel de destaque no atendimento aos imigrantes, já que é considerado o elo entre a comunidade e as políticas públicas. A pesquisa foi desenvolvida com abordagem qualitativa. Os sujeitos desse estudo foram 11 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) das Equipes de Saúde da Família (ESF) do município de Pacaraima, os quais atendem aos cidadãos venezuelanos. Estes responderam a um questionário auto aplicativo, pré-codificado, anônimo e com perguntas fechadas, envolvendo variáveis que permitiram traçar o perfil socioeconômico destes profissionais. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 10 ACS, sendo 06 Agentes Comunitários de Saúde das duas equipes da Unidade de Referência da Família e 04 Agentes da equipe do Posto de Saúde do Suapi, considerando-se os que trabalham há mais tempo na Atenção Básica e que atendam ao critério de seleção dos sujeitos. Os resultados apontaram que os ACS de Pacaraima são todas mulheres, a maioria casada, possuem no mínimo o ensino médio, numa faixa etária que vai dos 21 a 51 anos de idade. Os relatos demonstraram que o trabalho do Agente Comunitário, principalmente em áreas de fronteira, é difícil e muitas vezes desgastante. Na maioria das falas, aparece o estresse, o sofrimento, mas também a solidariedade para com os imigrantes que deixam seu país de origem em busca de melhores condições de vida. Observamos que as condições de trabalho das ACS foram alteradas com a chegada dos venezuelanos, o que se configurou em uma maior carga horária de trabalho, visitas domiciliares mais complexas e demoradas, aliadas a dificuldades com o idioma, a insegurança e o medo de sofrerem algum tipo de violência. Concluímos que os problemas de saúde de Pacaraima são grandes e bem preocupantes, e que é urgente lutar por melhores condições de trabalho das ACS. |
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Dias, Rivena de SiqueiraMoraes, Danielle Ribeiro deChinelli, FilippinaMoraes, Danielle Ribeiro deLopes, Márcia Cavalcanti RaposoPereira, Adelyne Maria MendesChinelli, Filippina2019-04-15T16:37:50Z2019-04-15T16:37:50Z2019DIAS, Rivena de Siqueira As implicações da imigração venezuelana sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de Pacaraima. 2019. 79 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Educação Profissional em Saúde) - Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/32499Nesta pesquisa, discutimos as condições de trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) que atendem aos cidadãos venezuelanos que se encontram no município Pacaraima, estado de Roraima, localizado na fronteira do Brasil com a Venezuela. Uma crise (econômica, política, social) de grandes proporções vem assolando o país vizinho, fazendo com que os venezuelanos atravessem a fronteira e busquem refúgio e melhores de vida no Brasil, concentrando-se em todo o estado de Roraima, em especial no município fronteiriço de Pacaraima, instalando-se em condições precárias em prédios públicos, terrenos baldios, praças, sem a mínima infraestrutura necessária. Desde dezembro de 2016, o estado de Roraima decretou Estado de Emergência em Saúde Pública, pois com a entrada dos Venezuelanos via Pacaraima, aumentaram assustadoramente os atendimentos nos serviços de saúde, sobretudo, na Atenção Básica. O Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem um papel de destaque no atendimento aos imigrantes, já que é considerado o elo entre a comunidade e as políticas públicas. A pesquisa foi desenvolvida com abordagem qualitativa. Os sujeitos desse estudo foram 11 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) das Equipes de Saúde da Família (ESF) do município de Pacaraima, os quais atendem aos cidadãos venezuelanos. Estes responderam a um questionário auto aplicativo, pré-codificado, anônimo e com perguntas fechadas, envolvendo variáveis que permitiram traçar o perfil socioeconômico destes profissionais. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 10 ACS, sendo 06 Agentes Comunitários de Saúde das duas equipes da Unidade de Referência da Família e 04 Agentes da equipe do Posto de Saúde do Suapi, considerando-se os que trabalham há mais tempo na Atenção Básica e que atendam ao critério de seleção dos sujeitos. Os resultados apontaram que os ACS de Pacaraima são todas mulheres, a maioria casada, possuem no mínimo o ensino médio, numa faixa etária que vai dos 21 a 51 anos de idade. Os relatos demonstraram que o trabalho do Agente Comunitário, principalmente em áreas de fronteira, é difícil e muitas vezes desgastante. Na maioria das falas, aparece o estresse, o sofrimento, mas também a solidariedade para com os imigrantes que deixam seu país de origem em busca de melhores condições de vida. Observamos que as condições de trabalho das ACS foram alteradas com a chegada dos venezuelanos, o que se configurou em uma maior carga horária de trabalho, visitas domiciliares mais complexas e demoradas, aliadas a dificuldades com o idioma, a insegurança e o medo de sofrerem algum tipo de violência. Concluímos que os problemas de saúde de Pacaraima são grandes e bem preocupantes, e que é urgente lutar por melhores condições de trabalho das ACS.In this research we discuss the working conditions of the Community Health Agents (ACS) in the care of the Venezuelan citizens who are in the border municipality of Pacaraima, Roraima state, located on the border with Venezuela. A crisis (economic, political, social) of great proportions has been ravaging the neighboring country, causing Venezuelans to cross the border and seek refuge and better life in Brazil, concentrating in the entire state of Roraima, especially in the border municipality of Pacaraima, installing itself in precarious conditions in public buildings, vacant lots, squares, without the minimum necessary infrastructure. Since December 2016, the State of Roraima has decreed a State of Emergency in Public Health, because with the entry of Venezuelans into the state, via Pacaraima, it has frighteningly increased attendance in health services, especially in Primary Care. The Community Health Agent (CHA) has a prominent role, since it is considered the link between the community and public policies. The research was developed with a qualitative approach. The subjects of this study were 11 Community Health Agents (ACS) of the Family Health Teams (ESF) of the municipality of Pacaraima that serve the Venezuelan citizens. These answered a self-applied questionnaire, pre-coded, anonymous and with closed questions involving variables that allowed tracing the socioeconomic profile of these professionals. Subsequently, semi-structured interviews were carried out with 10 ACS, of which 06 were Community Health Agents of the two teams of the Family Reference Unit and 04 Staff of the Suapi Health Service team, considering those who have worked longer in Primary Care and that meet the criterion of selection of subjects. The results indicated that the ACS of Pacaraima are all women, most married, have at least high school, in an age group ranging from 21 to 51 years of age. The reports have shown that the work of the Community Agent, especially in border areas is difficult, and often exhausting. Most of the speeches appear stress, suffering, but also solidarity with immigrants who leave their country of origin in search of better living conditions. It was observed that the working conditions of CHWs were altered with the arrival of Venezuelans, which resulted in a higher workload, more complex and time-consuming home visits coupled with difficulties with language and insecurity and fear of suffer some kind of violence. We conclude that Pacaraima's health problems are large and very worrying, and that it is urgent to fight for better working conditions for ACS.Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porEPSJVAgentes Comunitários de SaúdeImigrantesAtenção BásicaTrabalhoPacaraimaVenezuelaCommunity Health WorkersImmigrantsBasic AttentionJobPacaraimaVenezuelaAgentes Comunitários de SaúdeAtenção Primária à SaúdeCondições de TrabalhoEmigrantes e ImigrantesAs implicações da imigração venezuelana sobre o trabalho dos agentes comunitários de saúde do município de Pacaraimainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2019-01-31Coordenação de Pós-Graduação em Educação Profissional em SaúdeFundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim VenâncioMestrado ProfissionalRio de Janeiro, RJPrograma de Pós-Graduação em Educação Profissional em Saúdeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-83118https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/32499/1/license.txtfbc7c5334882957560bb159abf8c3449MD51ORIGINALRivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdfRivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdfapplication/pdf859771https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/32499/2/Rivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdf9e65f8fddd8df5418ed7d5c03f5780a9MD52TEXTRivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdf.txtRivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdf.txtExtracted texttext/plain186800https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/32499/3/Rivena_Dias_EPSJV_Mestrado_2019.pdf.txt251007d4fb7d12baf18c524069e97fd9MD53icict/324992019-04-17 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