Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Arinelli, Andrea Cardoso
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48653
Resumo: A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos dimórficos do gênero Sporothrix. A região metropolitana do Rio de Janeiro é hiperendêmica para esporotricose zoonótica transmitida por gatos desde 1998. Esporotricose ocular é raramente descrita em pacientes imunocompetentes ou em indivíduos sem trauma ocular. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico, clínico, micológico e terapêutico dos pacientes com esporotricose ocular atendidos no ambulatório do Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa do INIFiocruz, entre 2007 e 2017. Para isso, foram revisados os registros em prontuário dos pacientes com diagnóstico confirmado por isolamento do fungo em cultivo a partir de espécime ocular. Foram encontrados 120 casos, correspondendo a 3,3% (120/3590) dos casos de esporotricose no período estudado. Mulheres foram as mais acometidas (61,7%) e a idade variou de 3 a 86 anos (mediana de 24 anos). As principais faixas etárias acometidas foram adultos (50,8%) e crianças até 11 anos (25,8%). A forma ocular isolada foi mais frequente (75,8%). Esporotricose cutânea fixa foi a mais comumente associada (48,3%), e reação de hipersensibilidade foi observada em 10% dos pacientes. O acometimento ocular foi unilateral em 98,3% dos casos, e a manifestação mais frequente foi a conjuntivite granulomatosa (86,7%), com 84,6% dos casos afetando a conjuntiva tarsal, e 25% a bulbar. Houve maior frequência de comorbidades nos casos de conjuntivite bulbar (45,5%), que é uma forma mais grave da esporotricose ocular. A lesão palpebral foi a segunda mais frequente (25%), principalmente na pálpebra inferior (66,7%). A dacriocistite representou 7,5% dos casos, predominando em crianças (55,6%). Adenomegalia satélite foi encontrada em 73,4% dos pacientes, principalmente associada com conjuntivite granulomatosa (síndrome oculoglandular de Parinaud) (66%). A maioria dos pacientes recebeu tratamento prévio ao atendimento no INI-Fiocruz, mas em somente 27% dos casos o tratamento específico foi instituído, demonstrando a dificuldade da abordagem da esporotricose ocular no Rio de Janeiro. A maioria dos pacientes foi tratada com itraconazol (95,8%), e todos os pacientes tratados curaram. Sequelas foram observadas em 23 pacientes (22,5%), a maioria com indicação de cirurgia. As principais foram dacriocistite crônica (7,8%); alterações corneanas (4,9%); simbléfaro (2,9%); fibrose conjuntival (2,9%) e fístula (2,9%). A conjuntivite bulbar evoluiu com mais sequelas (34,8%) do que a tarsal (16,4%). Dacriocistite evoluiu para dacriocistite crônica e a formação de fístulas em 88,9 e 33,3% dos casos, respectivamente. Desse estudo pode-se concluir que a esporotricose ocular vem se apresentado como forma característica da transmissão zoonótica, com alta morbidade. Deve ser considerada no diagnóstico diferencial em áreas endêmicas. O retardo do início do tratamento específico provavelmente aumenta o risco de evolução para formas mais graves da doença e do desenvolvimento de sequelas oculares.
id CRUZ_713bf27f161faad1867d94deaaa11b1e
oai_identifier_str oai:www.arca.fiocruz.br:icict/48653
network_acronym_str CRUZ
network_name_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
repository_id_str 2135
spelling Arinelli, Andrea CardosoGalhardo, Maria Clara GutierrezCuri, André Luiz Land2021-08-17T16:12:52Z2021-08-17T16:12:52Z2019ARINELLI, Andrea Cardoso. Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017. 2019. 123f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48653A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos dimórficos do gênero Sporothrix. A região metropolitana do Rio de Janeiro é hiperendêmica para esporotricose zoonótica transmitida por gatos desde 1998. Esporotricose ocular é raramente descrita em pacientes imunocompetentes ou em indivíduos sem trauma ocular. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico, clínico, micológico e terapêutico dos pacientes com esporotricose ocular atendidos no ambulatório do Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa do INIFiocruz, entre 2007 e 2017. Para isso, foram revisados os registros em prontuário dos pacientes com diagnóstico confirmado por isolamento do fungo em cultivo a partir de espécime ocular. Foram encontrados 120 casos, correspondendo a 3,3% (120/3590) dos casos de esporotricose no período estudado. Mulheres foram as mais acometidas (61,7%) e a idade variou de 3 a 86 anos (mediana de 24 anos). As principais faixas etárias acometidas foram adultos (50,8%) e crianças até 11 anos (25,8%). A forma ocular isolada foi mais frequente (75,8%). Esporotricose cutânea fixa foi a mais comumente associada (48,3%), e reação de hipersensibilidade foi observada em 10% dos pacientes. O acometimento ocular foi unilateral em 98,3% dos casos, e a manifestação mais frequente foi a conjuntivite granulomatosa (86,7%), com 84,6% dos casos afetando a conjuntiva tarsal, e 25% a bulbar. Houve maior frequência de comorbidades nos casos de conjuntivite bulbar (45,5%), que é uma forma mais grave da esporotricose ocular. A lesão palpebral foi a segunda mais frequente (25%), principalmente na pálpebra inferior (66,7%). A dacriocistite representou 7,5% dos casos, predominando em crianças (55,6%). Adenomegalia satélite foi encontrada em 73,4% dos pacientes, principalmente associada com conjuntivite granulomatosa (síndrome oculoglandular de Parinaud) (66%). A maioria dos pacientes recebeu tratamento prévio ao atendimento no INI-Fiocruz, mas em somente 27% dos casos o tratamento específico foi instituído, demonstrando a dificuldade da abordagem da esporotricose ocular no Rio de Janeiro. A maioria dos pacientes foi tratada com itraconazol (95,8%), e todos os pacientes tratados curaram. Sequelas foram observadas em 23 pacientes (22,5%), a maioria com indicação de cirurgia. As principais foram dacriocistite crônica (7,8%); alterações corneanas (4,9%); simbléfaro (2,9%); fibrose conjuntival (2,9%) e fístula (2,9%). A conjuntivite bulbar evoluiu com mais sequelas (34,8%) do que a tarsal (16,4%). Dacriocistite evoluiu para dacriocistite crônica e a formação de fístulas em 88,9 e 33,3% dos casos, respectivamente. Desse estudo pode-se concluir que a esporotricose ocular vem se apresentado como forma característica da transmissão zoonótica, com alta morbidade. Deve ser considerada no diagnóstico diferencial em áreas endêmicas. O retardo do início do tratamento específico provavelmente aumenta o risco de evolução para formas mais graves da doença e do desenvolvimento de sequelas oculares.Sporotrichosis is a subcutaneous mycosis caused by dimorphic fungi of the genus Sporothrix. The metropolitan region of Rio de Janeiro is hyperendemic for zoonotic sporotrichosis transmitted by cats since 1998. Ocular sporotrichosis is rarely described in immunocompetent patients or individuals without prior ocular trauma. The aim of this study was to analyze the epidemiological, clinical, mycological and therapeutic profile of patients with ocular sporotrichosis, treated at the outpatient clinic of the Laboratory of Clinical Research in Infectious Ophthalmology of INI-Fiocruz, from 2007 to 2017. For this, medical records of patients with diagnosis confirmed by isolation of the fungus in culture from ocular specimen were reviewed. There were 120 cases of ocular sporotrichosis, corresponding to 3.3% of cases of sporotrichosis in the period studied. It mainly affected women (61.7%) and age ranged from 3 to 86 years (median 24 years). The main age groups were adults (50.8%) and children up to 11 years (25.8%). The isolated ocular form was more frequent (75.8%). Fixed cutaneous sporotrichosis was the most commonly associated form (48.3%), and hypersensitivity reactions were observed in 10% of the patients. Ocular involvement was unilateral in 98.3% of the cases, and the most frequent clinical presentation was granulomatous conjunctivitis (86.7%), with 84.6% of the cases affecting the tarsal conjunctiva, and 25%, the bulbar one. There was a higher frequency of comorbidities in cases of bulbar conjunctivitis (45.5%), which is a more severe form of ocular sporotrichosis. The eyelid lesion was the second most frequent (25%), affecting mainly the lower eyelid (66.7%). Dacryocystitis represented 7.5% of the cases, predominantly in children (55.6%). Adjacent lymphadenopathy was observed in 73.4% of patients, mainly associated with granulomatous conjunctivitis (Parinaud's oculoglandular syndrome) (66%). Most patients received treatment prior to their first appointment at INI-Fiocruz, but in only 27% of cases the specific treatment was prescribed, demonstrating the difficulty in the approach of ocular sporotrichosis in Rio de Janeiro. The majority of patients were treated with itraconazole (95.8%), and all treated patients were cured. Sequelae were observed in 23 patients (22.5%), and for most of them surgical treatment was required. The main sequelae observed were: chronic dacryocystitis (7.8%); corneal changes (4.9%); symblepharon (2.9%) conjunctival fibrosis (2.9%) and fistula (2.9%). Bulbar conjunctivitis led to more sequelae (34.8%) than the tarsal one (16.4%). Dacryocystitis progressed to chronic dacryocystitis and fistula formation in 88.9 and 33.3% of cases, respectively. From this study we conclude that ocular sporotrichosis can be considered a characteristic form of the zoonotic transmission, with high morbidity. It should be considered in the differential diagnosis in endemic areas. Delay in initiating specific treatment is likely to increase the risk of progression to more severe forms of the disease, and development of ocular sequelae.Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.porEsporotricoseSporothrixTracomaTranstornos da Motilidade OcularEsporotricoseSporothrixTracomaTranstornos da Motilidade OcularEsporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis2019Instituto Nacional de Infectologia Evandro ChagasFundação Oswaldo CruzRio de JaneiroPrograma de Pós-Graduação em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosasinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)instacron:FIOCRUZLICENSElicense.txttext/plain1748https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/1/license.txt8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33MD51ORIGINAL000247333.pdfapplication/pdf2671992https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/2/000247333.pdf7158c2ae26a6ebab8077be25e3abf8b6MD52TEXT000247333.pdf.txt000247333.pdf.txtExtracted texttext/plain187708https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/3/000247333.pdf.txtff52095ebb17df76d753467bd955bc1fMD53icict/486532021-08-18 02:00:42.336oai:www.arca.fiocruz.br:icict/48653Tk9URTogUExBQ0UgWU9VUiBPV04gTElDRU5TRSBIRVJFClRoaXMgc2FtcGxlIGxpY2Vuc2UgaXMgcHJvdmlkZWQgZm9yIGluZm9ybWF0aW9uYWwgcHVycG9zZXMgb25seS4KCk5PTi1FWENMVVNJVkUgRElTVFJJQlVUSU9OIExJQ0VOU0UKCkJ5IHNpZ25pbmcgYW5kIHN1Ym1pdHRpbmcgdGhpcyBsaWNlbnNlLCB5b3UgKHRoZSBhdXRob3Iocykgb3IgY29weXJpZ2h0Cm93bmVyKSBncmFudHMgdG8gRFNwYWNlIFVuaXZlcnNpdHkgKERTVSkgdGhlIG5vbi1leGNsdXNpdmUgcmlnaHQgdG8gcmVwcm9kdWNlLAp0cmFuc2xhdGUgKGFzIGRlZmluZWQgYmVsb3cpLCBhbmQvb3IgZGlzdHJpYnV0ZSB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gKGluY2x1ZGluZwp0aGUgYWJzdHJhY3QpIHdvcmxkd2lkZSBpbiBwcmludCBhbmQgZWxlY3Ryb25pYyBmb3JtYXQgYW5kIGluIGFueSBtZWRpdW0sCmluY2x1ZGluZyBidXQgbm90IGxpbWl0ZWQgdG8gYXVkaW8gb3IgdmlkZW8uCgpZb3UgYWdyZWUgdGhhdCBEU1UgbWF5LCB3aXRob3V0IGNoYW5naW5nIHRoZSBjb250ZW50LCB0cmFuc2xhdGUgdGhlCnN1Ym1pc3Npb24gdG8gYW55IG1lZGl1bSBvciBmb3JtYXQgZm9yIHRoZSBwdXJwb3NlIG9mIHByZXNlcnZhdGlvbi4KCllvdSBhbHNvIGFncmVlIHRoYXQgRFNVIG1heSBrZWVwIG1vcmUgdGhhbiBvbmUgY29weSBvZiB0aGlzIHN1Ym1pc3Npb24gZm9yCnB1cnBvc2VzIG9mIHNlY3VyaXR5LCBiYWNrLXVwIGFuZCBwcmVzZXJ2YXRpb24uCgpZb3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgdGhlIHN1Ym1pc3Npb24gaXMgeW91ciBvcmlnaW5hbCB3b3JrLCBhbmQgdGhhdCB5b3UgaGF2ZQp0aGUgcmlnaHQgdG8gZ3JhbnQgdGhlIHJpZ2h0cyBjb250YWluZWQgaW4gdGhpcyBsaWNlbnNlLiBZb3UgYWxzbyByZXByZXNlbnQKdGhhdCB5b3VyIHN1Ym1pc3Npb24gZG9lcyBub3QsIHRvIHRoZSBiZXN0IG9mIHlvdXIga25vd2xlZGdlLCBpbmZyaW5nZSB1cG9uCmFueW9uZSdzIGNvcHlyaWdodC4KCklmIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uIGNvbnRhaW5zIG1hdGVyaWFsIGZvciB3aGljaCB5b3UgZG8gbm90IGhvbGQgY29weXJpZ2h0LAp5b3UgcmVwcmVzZW50IHRoYXQgeW91IGhhdmUgb2J0YWluZWQgdGhlIHVucmVzdHJpY3RlZCBwZXJtaXNzaW9uIG9mIHRoZQpjb3B5cmlnaHQgb3duZXIgdG8gZ3JhbnQgRFNVIHRoZSByaWdodHMgcmVxdWlyZWQgYnkgdGhpcyBsaWNlbnNlLCBhbmQgdGhhdApzdWNoIHRoaXJkLXBhcnR5IG93bmVkIG1hdGVyaWFsIGlzIGNsZWFybHkgaWRlbnRpZmllZCBhbmQgYWNrbm93bGVkZ2VkCndpdGhpbiB0aGUgdGV4dCBvciBjb250ZW50IG9mIHRoZSBzdWJtaXNzaW9uLgoKSUYgVEhFIFNVQk1JU1NJT04gSVMgQkFTRUQgVVBPTiBXT1JLIFRIQVQgSEFTIEJFRU4gU1BPTlNPUkVEIE9SIFNVUFBPUlRFRApCWSBBTiBBR0VOQ1kgT1IgT1JHQU5JWkFUSU9OIE9USEVSIFRIQU4gRFNVLCBZT1UgUkVQUkVTRU5UIFRIQVQgWU9VIEhBVkUKRlVMRklMTEVEIEFOWSBSSUdIVCBPRiBSRVZJRVcgT1IgT1RIRVIgT0JMSUdBVElPTlMgUkVRVUlSRUQgQlkgU1VDSApDT05UUkFDVCBPUiBBR1JFRU1FTlQuCgpEU1Ugd2lsbCBjbGVhcmx5IGlkZW50aWZ5IHlvdXIgbmFtZShzKSBhcyB0aGUgYXV0aG9yKHMpIG9yIG93bmVyKHMpIG9mIHRoZQpzdWJtaXNzaW9uLCBhbmQgd2lsbCBub3QgbWFrZSBhbnkgYWx0ZXJhdGlvbiwgb3RoZXIgdGhhbiBhcyBhbGxvd2VkIGJ5IHRoaXMKbGljZW5zZSwgdG8geW91ciBzdWJtaXNzaW9uLgo=Repositório InstitucionalPUBhttps://www.arca.fiocruz.br/oai/requestrepositorio.arca@fiocruz.bropendoar:21352021-08-18T05:00:42Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
title Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
spellingShingle Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
Arinelli, Andrea Cardoso
Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
title_short Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
title_full Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
title_fullStr Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
title_full_unstemmed Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
title_sort Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017
author Arinelli, Andrea Cardoso
author_facet Arinelli, Andrea Cardoso
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Arinelli, Andrea Cardoso
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Galhardo, Maria Clara Gutierrez
Curi, André Luiz Land
contributor_str_mv Galhardo, Maria Clara Gutierrez
Curi, André Luiz Land
dc.subject.other.pt_BR.fl_str_mv Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
topic Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
dc.subject.decs.pt_BR.fl_str_mv Esporotricose
Sporothrix
Tracoma
Transtornos da Motilidade Ocular
description A esporotricose é uma micose subcutânea causada por fungos dimórficos do gênero Sporothrix. A região metropolitana do Rio de Janeiro é hiperendêmica para esporotricose zoonótica transmitida por gatos desde 1998. Esporotricose ocular é raramente descrita em pacientes imunocompetentes ou em indivíduos sem trauma ocular. Este estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico, clínico, micológico e terapêutico dos pacientes com esporotricose ocular atendidos no ambulatório do Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa do INIFiocruz, entre 2007 e 2017. Para isso, foram revisados os registros em prontuário dos pacientes com diagnóstico confirmado por isolamento do fungo em cultivo a partir de espécime ocular. Foram encontrados 120 casos, correspondendo a 3,3% (120/3590) dos casos de esporotricose no período estudado. Mulheres foram as mais acometidas (61,7%) e a idade variou de 3 a 86 anos (mediana de 24 anos). As principais faixas etárias acometidas foram adultos (50,8%) e crianças até 11 anos (25,8%). A forma ocular isolada foi mais frequente (75,8%). Esporotricose cutânea fixa foi a mais comumente associada (48,3%), e reação de hipersensibilidade foi observada em 10% dos pacientes. O acometimento ocular foi unilateral em 98,3% dos casos, e a manifestação mais frequente foi a conjuntivite granulomatosa (86,7%), com 84,6% dos casos afetando a conjuntiva tarsal, e 25% a bulbar. Houve maior frequência de comorbidades nos casos de conjuntivite bulbar (45,5%), que é uma forma mais grave da esporotricose ocular. A lesão palpebral foi a segunda mais frequente (25%), principalmente na pálpebra inferior (66,7%). A dacriocistite representou 7,5% dos casos, predominando em crianças (55,6%). Adenomegalia satélite foi encontrada em 73,4% dos pacientes, principalmente associada com conjuntivite granulomatosa (síndrome oculoglandular de Parinaud) (66%). A maioria dos pacientes recebeu tratamento prévio ao atendimento no INI-Fiocruz, mas em somente 27% dos casos o tratamento específico foi instituído, demonstrando a dificuldade da abordagem da esporotricose ocular no Rio de Janeiro. A maioria dos pacientes foi tratada com itraconazol (95,8%), e todos os pacientes tratados curaram. Sequelas foram observadas em 23 pacientes (22,5%), a maioria com indicação de cirurgia. As principais foram dacriocistite crônica (7,8%); alterações corneanas (4,9%); simbléfaro (2,9%); fibrose conjuntival (2,9%) e fístula (2,9%). A conjuntivite bulbar evoluiu com mais sequelas (34,8%) do que a tarsal (16,4%). Dacriocistite evoluiu para dacriocistite crônica e a formação de fístulas em 88,9 e 33,3% dos casos, respectivamente. Desse estudo pode-se concluir que a esporotricose ocular vem se apresentado como forma característica da transmissão zoonótica, com alta morbidade. Deve ser considerada no diagnóstico diferencial em áreas endêmicas. O retardo do início do tratamento específico provavelmente aumenta o risco de evolução para formas mais graves da doença e do desenvolvimento de sequelas oculares.
publishDate 2019
dc.date.issued.fl_str_mv 2019
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2021-08-17T16:12:52Z
dc.date.available.fl_str_mv 2021-08-17T16:12:52Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.citation.fl_str_mv ARINELLI, Andrea Cardoso. Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017. 2019. 123f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48653
identifier_str_mv ARINELLI, Andrea Cardoso. Esporotricose ocular: avaliação dos casos atendidos no Laboratório de Pesquisa Clínica em Oftalmologia Infecciosa, no período de 2007 a 2017. 2019. 123f. Dissertação (Mestrado em Pesquisa Clínica em Doenças Infecciosas) - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2019.
url https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48653
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
instname:Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron:FIOCRUZ
instname_str Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
instacron_str FIOCRUZ
institution FIOCRUZ
reponame_str Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
collection Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
bitstream.url.fl_str_mv https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/1/license.txt
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/2/000247333.pdf
https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/48653/3/000247333.pdf.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33
7158c2ae26a6ebab8077be25e3abf8b6
ff52095ebb17df76d753467bd955bc1f
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA) - Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ)
repository.mail.fl_str_mv repositorio.arca@fiocruz.br
_version_ 1798324711875149824