Elaboração de projetos de intervenção por graduandos em medicina: as contribuições na formação acadêmica

• Autor(a) principal: Torres, Renata Laszlo
• Data de Publicação: 2018
• Outros Autores: Francisco, Celia Maria, Nascimento, Natália dos Santos, Pinto, Priscila Porto Scaff
• Tipo de documento: Artigo de conferência
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da FIOCRUZ (ARCA)
• Texto Completo: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/38082
• topic: Projetos de intervenção; Situação de saúde; Promoção da saúde; Prevenção de doenças; Unidade Básica de Saúde; Estratégia de Saúde da Família; Formação acadêmica; Saúde coletiva

Compreende de agosto a dezembro de 2017. Projetos de intervenção elaborados pelos alunos do primeiro semestre do curso de Graduação em Medicina do Centro Universitário São Camilo (CUSC). Descrever a situação de saúde do território de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com Estratégia de Saúde da Família (ESF); desenvolver projetos de intervenção voltados à promoção da saúde e prevenção de doenças no âmbito do contexto analisado e, contribuir para a formação acadêmica em saúde coletiva . A disciplina “Interação Academia, Serviço e Comunidade I” oferece aos alunos o primeiro contato com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Atenção Primária à Saúde (APS). A teoria é vivenciada na prática através do estágio em UBS com ESF, na zona sul do município de São Paulo. Como atividade de aprendizagem, os alunos conhecem a realidade de saúde da UBS visitada e a partir disso, propõem uma intervenção sob supervisão das docentes do CUSC, juntamente com os profissionais do serviço. Elaboraram-se oito projetos de intervenção, sendo um para cada UBS visitada. O foco foi a educação em saúde e os temas abordados foram: tuberculose; saúde mental de familiares de pessoas com transtornos mentais; automedicação e seus riscos; tratamento da água; uso seguro de medicamentos em população idosa; substituição do sal na dieta de pessoas com pré-hipertensão ou hipertensão arterial; adesão das mulheres ao exame de citologia oncótica e qualificação profissional de mulheres de baixa renda. Verifica-se, pela diversidade de temas abordados nos projetos de intervenção, que os alunos compreenderam o processo saúde-doença para além das patologias biológicas dos indivíduos. O aprendizado da integralidade do sujeito constitui peça fundamental para a formação médica e para o exercício da medicina com qualidade. Além disso, o reconhecimento dos determinantes sociais da saúde fortalece a Saúde Coletiva como um campo de práticas e estudo transformador da realidade em que estamos inseridos. A avaliação positiva dos alunos e os excelentes resultados apresentados demonstram que as atividades propostas logo no início do curso, ou seja, a compreensão de uma situação de saúde e a elaboração de projetos de intervenção, contribuem expressivamente com a formação acadêmica em Saúde Coletiva. Tais atividades também possibilitaram o aprendizado do discente sobre os princípios do SUS, APS e ESF, e valorizaram o foco generalista do médico.